
Lucas Maximiliano Monteiro, 30 anos, é professor de História, graduado e mestre pela UFRGS. Realiza pesquisas sobre Brasil Colonial e já participou de quatro edições da Mostra de Pesquisa do APERS, confira nossa entrevista com Lucas:
Blog do APERS: Você pesquisa sobre a atuação do Tribunal do Santo Ofício no Brasil Colonial. Como se deu a aproximação com esta temática?
Lucas: Minha aproximação com o tema inquisitorial aconteceu ao longo da minha graduação. Sempre tive interesse pelas temáticas religiosas e aos poucos fui sendo encaminhado para as pesquisas inquisitoriais. Meu primeiro trabalho foi sobre as narrativas dos cristãos-novos acusados de judaísmo durante a Primeira Visitação do Santo Ofício na Bahia nos anos de 1591 e 1592. Estas narrativas estavam no chamado Livro das Confissões que reunia as tentativas destes desviantes religiosos de fugir do alcance da Inquisição. Após, no mestrado, encontrei processos inquisitoriais de bígamos e de um feiticeiro moradores aqui do Rio Grande do Sul, sendo assim meu tema de pesquisa.
Blog do APERS: Qual a importância do acervo do APERS para tua atuação enquanto pesquisador?
Lucas: O acervo do APERS contém diversos documentos que podem auxiliar na pesquisa histórica. No meu caso o acervo do Poder Judiciário, pois os arquivos em sua estrutura de inquirições se assemelham aos processos inquisitoriais nos quais baseiam a minha pesquisa.
Blog do APERS: Você participou da Mostra de Pesquisa do APERS, evento que busca valorizar o uso de fontes primárias arquivísticas em pesquisas. A partir de sua experiência, como avalia a importância da participação de pesquisadores em eventos específicos como a Mostra?
Lucas: A maior dificuldade dos pesquisadores na área de história são os espaços para divulgação da sua pesquisa. Quando conheci a Mostra de Pesquisa percebi que ali seria um ótimo espaço para debater e divulgar as pesquisas realizadas nas universidades, seja com alunos de graduação, seja com alunos de mestrado e doutorado. E essa possibilidade cria contribuições entre os pesquisadores com temas, fontes ou metodologias que se assemelham, melhorando a pesquisa acadêmica. Participei por quatro anos seguidos e sempre contribuí e recebi contribuições de vários colegas.
Blog do APERS: Enquanto professor da Educação Básica, como você leva para sala de aula a experiência enquanto pesquisador em fontes primárias custodiados por instituições como o APERS?
Lucas: Certamente. As aulas de história muitas vezes só fazem sentido quando os alunos e alunas encontram a origem daquilo que estás trabalhando. Eu já levei alguns arquivos sobre escravidão para sala de aula e, claro, meus processos inquisitoriais. Ainda não pude, mas meu desejo ainda é fazer uma oficina de paleografia, pois os alunos ficam curiosos com as caligrafias antigas quando projeto um documento antigo no quadro.
Blog do APERS: Qual a tua dica para os pesquisadores que estão começando agora a lidar com fontes primárias?
Lucas: Lembrar, primeiramente, dos ensinamentos de Marc Bloch sobre as fontes e a pergunta para esta fonte. Depois procurar uma temática que te agrade, nada mais cansativo do que pesquisar algo que não te dê paixão e interesse. E, claro, a partir do tema e das fontes necessárias para pesquisa, conhecer as instituições que preservam a documentação histórica, procurar conhecer como funcionam. Os conhecimentos sobre a organização de um arquivo auxiliam e, principalmente, reduzem o tempo de pesquisa.
Blog do APERS: Para que possamos conhecê-lo um pouco melhor, nos conta: quais as tuas atividades preferidas de lazer nas horas vagas?
Lucas: Eu tenho 30 anos. Acompanhei a evolução da tecnologia, principalmente no videogame. Então adoro jogar meu videogame nas horas vagas. Inclusive acho que os atuais jogos eletrônicos auxiliam muito no ensino de história. Está aí uma boa possibilidade de atuação dos professores inclusive. Além disso, futebol com os amigos e aquele chimarrão em alguns domingos de sol.
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