Clara Marli Scherer Kurtz, 62 anos, é graduada em Letras e em Arquivologia (UFSM), especialista em Aperfeiçoamento Técnico e Didático em Arquivologia (UFF) e mestre em Comunicação (UFRJ). Atualmente é aposentada e trabalha voluntariamente na área de arquivos, participando da Associação dos Amigos do APERS, da Associação dos Amigos do Arquivo Histórico de Santa Maria e do Comitê Setorial de Arquivos do Conselho Nacional de Políticas Culturais. Confira a entrevista que realizamos com Clara em homenagem ao Dia do Arquivista!
Blog do APERS: Clara, você poderia comentar um pouco sobre como decidiu cursar Arquivologia?
Clara: Em 1974, antes de concluir o curso de Letras, trabalhei como Secretária de Escola, no Manuel Ribas e tive contato com os arquivos. Em 1977, fiz o primeiro vestibular para o curso de Arquivologia da UFSM, buscando novas perspectivas de trabalho e, também, motivada pelo gosto pela organização e preservação dos documentos.
Blog do APERS: És arquivista desde 1979 e participou, acompanhou as mudanças dos perfis de atuação dos arquivistas e suas áreas de atuação. Como pensa que deve ser o perfil do arquivista hoje?
Clara: As mudanças no perfil do arquivista aparecem, cada dia, mais evidentes. No início do curso, trabalhávamos essencialmente com documento convencional, ou seja, em suporte papel. Os registros das informações eram feitos em fichários por assunto, data, nomes, etc, cujas fichas eram cruzadas para identificar o documento. Hoje, a tecnologia permite que o arquivista, a partir de sistemas informatizados de gestão de documentos, localize os documentos e informações de maneira rápida e eficiente. O arquivista precisa, além dos conhecimentos técnicos da área, estar aberto às inovações e ter consciência de que é um gestor de informações arquivísticas.
Blog do APERS: Enquanto professora universitária e mesmo agora aposentada você nunca deixou de desempenhar diversas atividades ligadas aos arquivistas, como a participação em entidade de classe, associações, colegiados… Como acredita que esta atuação interfere na constituição de uma Arquivística mais consistente e ativa, e na preservação do patrimônio documental?
Clara: Sempre falamos que a participação em entidades de classe é essencial para o fortalecimento da profissão. Estivemos presente nas discussões de criação de entidades – como, por exemplo, a AGBA, em 1980, entidade criada para agregar os bacharéis em arquivologia formados em Santa Maria e que teve vida curta, pois não tínhamos número suficiente de profissionais para mantê-la em funcionamento. Fomos partícipes da criação do Núcleo da AAB, no Rio Grande do Sul que, em 1999, se transformou em Associação dos Arquivistas do Rio Grande do Sul, que tem por objetivo promover a defesa dos interesses dos profissionais que atuam na área da arquivologia; incrementar estudos para melhorar o nível técnico e cultural dos profissionais de arquivo e colaborar com entidades arquivísticas para o desenvolvimento de políticas de arquivo e que, ao longo dos anos, vem representando seus associados. A união e a participação do grupo favorece ações equilibradas e representativas.
Blog do APERS: Enquanto arquivista, podes comentar alguma situação inusitada ou maior desafio vivenciado?
Clara: O maior desafio é realizar seu trabalho com eficiência e consciência do dever cumprido. O trabalho do arquivista é a melhor forma de divulgação e publicidade da profissão.
Blog do APERS: Nas horas vagas quais são tuas atividades preferidas de lazer?
Clara: Quando não estamos envolvidas com uma atividade voluntária, na área dos arquivos, uma boa leitura, uma conversa com amigos ou o cuidado dos animais são nosso passatempo preferido.
Blog do APERS: Em alusão ao Dia do Arquivista, 20 de outubro, você gostaria de deixar alguma mensagem à classe?
Clara: O profissional que deseja sucesso, precisa trabalhar a si mesmo com disciplina e persistência. Nunca se acomodar. A aprendizagem não deve acabar nunca. O que você é acaba sendo mais importante do que você tem. E isso ninguém tira de você.
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