Continuando nossas postagens sobre a II Jornada de Estudos sobre Ditadura e Direitos Humanos, hoje falaremos sobre o terceiro dia de evento, 26/04, sexta-feira.

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Nesse dia iniciamos as atividades às 09h com comunicações na sala de pesquisa e no auditório, com o intervalo para o almoço e retomada às 13:30h, estendendo-se até 15:30h. As comunicações foram organizadas de acordo com seus temas, nas mesas Ditaduras e Imprensa, Arte, Cultura e Censura, Recursos discursivos e discussão conceitual acerca da Ditadura, Ditaduras em Arquivo: documentos da repressão e da resistência, e Debates sobre Ditaduras no campo jurídico.

Após o término das comunicações iniciou-se a mesa redonda da tarde, com o tema O mundo dos Exílios: repressão, resistência e sobrevivência, com a presença de Melisa Slatman (Universidad de Buenos Aires) e Jorge Fernandez (UFMS), com a coordenação da historiadora Nôva Brando (APERS). Melisa discutiu novas perspectivas de análise comparativa entre as ditaduras no Cone Sul, suas conexões repressivas e também de solidariedade, apontando para as similaridades entre os processos e aspectos que ajudam a compreendê-los em sua totalidade. Jorge falou a respeito das experiências do exílio, enfatizando as diferentes formas de vivenciá-lo e as redes de solidariedade formadas entre aqueles que o sofreram, especialmente a partir das relações entre brasileiros e argentinos.

No turno da noite, às 19h, tivemos a mesa 40 anos do golpe no Uruguay: Ditadura e Terrorismo de Estado. Com a presença de Enrique Serra Padrós (UFRGS), Ananda Fernandes (Arquivo Histórico do RS), depoimento de Cláudio Gutierrez e coordenação de Marla Assumpção (mestranda/UFRGS), a atividade trouxe diversos elementos para compreender a ditadura no país vizinho e seu contexto, explicitando os mecanismos repressivos e políticas de terror utilizados pelos militares no poder, e trazendo debates recentes – como aquele relacionado ao marco inicial da ditadura uruguaia, já que o golpe fora dado pelo próprio presidente civil eleito, Juan María Bordaberry, em cujo governo os militares passaram a ter influência cada vez maior, e que levara a cabo uma série de ações repressivas.

Além de celebrar o sucesso desse terceiro dia de evento, com suas atividades qualificadas e debates intensos, divulgamos mais uma entrevista realizada com participantes. A entrevista de hoje foi realizada com os acadêmicos do curso de história da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Jonathan Cleyson Reynaldo e Sabrina Rodrigues Marques, que apresentaram na Jornada o trabalho intitulado “O Arauto do Bem e da Verdade”: o Jornal do Comércio (1964-1965) e apoio à ditadura civil militar em Campo Grande, que foi uma das comunicações do dia 26/04.

APERS: O que vocês estão achando da II Jornada de Ditadura e Direitos Humanos? Como esta pode contribuir para a sua vida acadêmica?

Sabrina: Estamos gostando muito da Jornada, pois esta nos possibilitou uma abertura com novas propostas acadêmicas e a troca entre diferentes graduandos. O evento está sendo muito enriquecedor, pois nos possibilitou apresentar um artigo que foi proposto por uma disciplina, onde optamos trabalhar com o Jornal do Comércio que ainda tem muito a ser estudado.

Jonathan: É ótimo para nos que estamos na graduação receber esta oportunidade de apresentar um trabalho, para darmos continuidade a nossa pesquisa. Enquanto no Rio Grande do Sul as pesquisas a cerca do tema já estão muito avançadas, no Mato Grosso do Sul as mesmas ainda estão em um processo inicial. Esse evento nos motiva a continuar pesquisando, perpetuando os estudos que realizamos, e enriquecendo nossa pesquisa para que possamos publicar mais e mais.

APERS: Quais as trocas acadêmicas e culturais propiciadas pelo evento?

Sabrina: As trocas acadêmicas, científicas e culturais são enriquecedoras, possibilitando a ampliação de ideias para novos trabalhos. A convivência com acadêmicos de diferentes universidades permitiu trocas teóricas e bibliográficas, que são de grande importância para nós, participantes do evento.

Jonathan: Este intercambio nos permitiu a quebra de alguns paradigmas culturais, uma vez que diferentes estados possuem diferentes culturas cada uma com suas especificidades. 

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