Estágio Curricular em História APERS – Edição 2020

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O Estágio Curricular em História é um dos serviços educativos oferecidos pelo Arquivo Público do Rio Grande do Sul. Caracteriza-se por uma série de atividades destinadas ao cumprimento de estágio curricular obrigatório ou para horas complementares exigidas para integralização dos Cursos de Bacharelado e de Licenciatura em História. Tem como objetivo oportunizar, aos graduandos, vivências relacionadas aos fazeres dos historiadores em instituições arquivísticas.

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Para esta edição, serão oferecidas quatro vagas, destinadas aos alunos do Curso de Bacharelado em História, preferencialmente. Para saber mais detalhes, acesse aqui o Regulamento do Estágio Curricular em História APERS.

As inscrições serão realizadas pelo e-mail projetos-apers@seplag.rs.gov.br, de partir de 09 de março até 19 de março. Os interessados devem encaminhar nome completo, telefone para contato e anexar à mensagem o comprovante de matrícula no qual conste a disciplina de estágio ou carta de apresentação da instituição, para os alunos de licenciatura, conforme instruções contidas no regulamento.

Outras informações podem ser solicitadas pelo e-mail indicado ou pelo telefone 51 3288 9126.

*Atualizado em: 11/02/2020

Ação Educativa e Consciência Negra no APERS #NovembroNegro

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Damos sequência às nossas postagens que ficaram pendentes em relação ao ano de 2019, iniciando pelo último texto da série em celebração ao #NovembroNegro.

Desde 2009 o Programa de Educação Patrimonial UFRGS-APERS oferece, entre outras, a oficina Os Tesouros da Família Arquivo, construída a partir de diferentes tipos documentais produzidos no contexto da escravidão no Brasil e salvaguardados por nossa instituição. A oficina busca nomear e reconhecer a ação de mulheres e homens a quem o cativeiro foi imposto, mas que resistiram de formas diversas e lutaram por liberdade. A partir de um testamento e um processo-crime, alguns inventários, registros de compra e venda e cartas de liberdade, entramos em contato a história de Maria, senhora de “mais ou menos 90 anos” que foi capturada na região do Congo no final do século XVIII; com o Pancho, menino uruguaio de 12 anos que nasceu livre mas foi sequestrado na banda oriental e vendido ilegalmente como escravo em uma colônia de imigrantes; com a Jacinta e o Vicente, pais do Fortunato, uma família sendo tratada como bens. Falamos de possibilidades de trabalho e sociabilidade em grandes plantéis rurais ou em pequenas manufaturas urbanas, da formação de famílias, de formas diversas de resistência.

A seguir compartilhamos pequenos vídeos gravados por estudantes da EMEF Nossa Senhora de Fátima (bairro Bom Jesus/Porto Alegre) comentando sua participação na referida oficina. Eles estiveram conosco no dia 12 de novembro, trazidos pelo professor Bruno Xavier Silveira:

 

 

 

Essa ação, pensada em 2008 com inspiração no trabalho de descrição arquivística que deu origem aos Catálogos de Documentos da Escravidão, transformou-se em uma importante atividade de difusão do acervo e de ação educativa que, por sua vez, inspirou o desenvolvimento do projeto “AfricaNoArquivo: fontes de pesquisa & debates para a igualdade étnico-racial no Brasil”. A partir desse último, com recursos captados em edital do IBRAM, distribuímos caixas pedagógicas como doação para escolas levando um pouco de nosso acervo para dentro das salas de aula, promovendo discussões a respeito das conexões entre África e Brasil a partir da diáspora e sobre as marcas da escravização em nossa sociedade. Aqui, compartilhamos alguns registros de estudantes utilizando a caixa AfricaNoArquivo na EMEF Osório Ramos Correa, de Gravataí, sob orientação da professora Jane Rocha de Mattos, e na EEEF Imperatriz Leopoldina, de Porto Alegre, com a professora Isadora Librenza:

Oficina e caixa pedagógica, entre outras diversas atividades como cursos e eventos promovidos pelo Arquivo Público com essa temática, são afirmações de nosso potencial enquanto lugar de memória negra, enquanto lugar que se presta à produção de conhecimento engajado no combate às desigualdades e ao racismo.

Para informações sobre as ações educativas desenvolvidas pelo APERS, entrar em contato pelo e-mail acaoeducativa@planejamento.rs.gov.br.

Núcleo de Ação Educativa do APERS: balanço de 2018 e perspectivas para 2019

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    O Núcleo de Ação Educativa do Arquivo Público tem se organizado a partir da consolidação na instituição de ações no âmbito da difusão em arquivos e dos usos educativos de seu patrimônio documental e arquitetônico. Vinculado à Divisão de Preservação, Acesso e Difusão (DIPAD), no último período tem contato com uma servidora formada em História e três estagiários também da História.

     Em 2018 as principais atividades desenvolvidas pelo Núcleo organizaram-se em torno do Programa de Educação Patrimonial UFRGS-APERS, que realiza oficinas para turmas escolares e formações para professores em parceria entre o Arquivo e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e da Jogoteca Educativa do APERS, projeto que visa a criação de jogos a partir do acervo e do patrimônio cultural em geral.

1. Construção da Jogoteca Educativa do APERS

Apostando no potencial dos jogos como ferramentas didáticas lúdicas, decidimos produzir jogos autorais que mobilizem documentos do APERS, o universo dos arquivos e do patrimônio cultural. O projeto envolve leituras, pesquisa, escrita, criatividade e produção “caseira” de tabuleiros, cartinhas e demais materiais de cada jogo.

As pesquisas para início da atividade iniciaram ainda em dezembro de 2017, envolvendo apropriação em relação ao uso de jogos em processos de ensino-aprendizagem, visita à Ludoteca da Faculdade de Educação da UFRGS, buscas pela internet a respeito de ações similares, etc. Em maio de 2018, o projeto foi lançado com o painel “Documentos e Jogos no Ensino de História”, realizado como parte da programação da 2ª Semana Nacional de Arquivos. A partir daí foram criados dois jogos: Caso X: investigando um crime da ditadura em Porto Alegre – inspirado no jogo “Detetive” da Estrela; ambienta-se no período da ditadura civil-militar e convida os jogadores a desvendar um crime ocorrido em um dos lugares de memória marcados pelo regime na cidade; trabalha a partir do acervo da Comissão Especial de Indenização, salvaguardado pelo Arquivo, e Enigmas do Patrimônio – mescla resolução de charadas com a dinâmica de jogo da memória; trabalha conceitos do campo do patrimônio cultural e das instituições de memória.

Ainda no âmbito desse novo projeto outras ações foram importantes: como pode ser acompanhado em notícias anteriores aqui no blog, nossa equipe participou de diferentes eventos divulgando a jogoteca e sua primeira criação. Também servimos como campo de estágio para dois estudantes da disciplina Estágio de Docência em História III – Educação Patrimonial, oferecida na Faculdade de Educação da UFRGS. Gustavo Ziehl e Carlos Casara, a quem agradecemos muito pela colaboração – estiveram 40 horas conosco participando de visita ao APERS e apresentação de suas atividades educativas, leitura e discussão de textos sobre educação patrimonial e jogos no ensino, realização de rodadas de teste do Caso X, contribuição na produção de seus materiais, contato com escolas para agendamento da atividades-piloto e, enfim, visita ao Instituto de Educação Flores da Cunha, à Escola Imperatriz Leopoldina e à Escola Oscar Pereira para aplicação do jogo, que teve excelente repercussão entre professores e estudantes.

A partir de maio de 2019 tanto o Caso X quanto o Enigmas do Patrimônio estarão disponíveis para locação por professores e professoras, que deverão cadastrar-se junto à Jogoteca, retirar e fazer a devolução dos materiais com a equipe de Ação Educativa. Informações pelo e-mail: acaoeducativa@planejamento.rs.gov.br.

2. Sequência às ações do Programa de Educação Patrimonial UFRGS-APERS (PEP)

Nossa parceria com o Departamento de História da UFRGS, especialmente na pessoa da prof.ª Carla Simone Rodeghero, segue firme apesar de não termos tido acesso a editais externos para captação de recursos no último período – a exemplo do PROEXT, com o qual fomos contemplados em anos anteriores, mas que desde 2016 deixou de ser aberto. Contando com nossa equipe interna e com bolsistas contratados com recursos da Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS, cuja atuação concentramos no segundo semestre para dar conta da realização das oficinas sem alterações que desqualificariam a proposta.

Na 2ª metade do ano que passou reabrimos a agenda de oficinas para as escolas, ofertarmos nova capacitação de oficineiros, voltada aos estudantes da já referida disciplina de Estágio em Educação Patrimonial, e realizamos um evento especial de encerramento das atividades do ano.

Quanto à capacitação, organizada em 40 horas, envolveu encontros para apresentação das oficinas “Tesouros da Família Arquivo” e “Resistência em Arquivo”, encontros preparatórios para leitura, estudo e debate de seus materiais, observações das duas oficinas sendo realizadas por nossa equipe, e seis práticas de oficinas para cada um dos estudantes mencionados, de acordo com o agendamento das escolas. Agradecemos a Guilherme Pires Nunes, Ignacio Angues, Julien Mello, Mariana Silva, Paula Ribeiro e Pedro Henrique Bastistella por terem se somado ao grupo do PEP, contribuindo com o oferecimento e qualificação de nossas oficinas.

Sobre as oficinas, em junho iniciamos o agendamento para as turmas escolares, processo que seguiu ao longo de quase todo segundo semestre, já que a agenda é bastante dinâmica. As visitas ocorreram entre 21 de agosto e 06 de dezembro, em um total de 39:

  • 01 oficina com aplicação dos jogos África No Arquivo e Caso X (para turma do curso de Museologia da UFRGS, disciplina Educação em Museus);
  • 10 Tesouros da Família Arquivo, para 6º e 7º anos do Ens. Fundamental;
  • 05 Desvendando o Arquivo: relações de gênero na história, para 8º e 9º anos do Ens. Fundamental;
  • 23 Resistência em Arquivo: patrimônio, ditadura e direitos humanos, para 9º anos e Ensino Médio.

Entre as oficinas “Resistência em Arquivo” realizadas vale destacar a oferecida no dia 17 de julho, dentro da programação do X Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História, a convite da organização do evento.

Já a respeito do evento de final de ano, foi uma alegria fechar as atividades de 2018 recebendo no Arquivo, no Dia Internacional dos Direitos Humanos, pessoas a quem respeitamos muito: Cláudio Weyne Gutierrez, Ignez Maria Serpa e Nilce Azevedo Cardoso compuseram a mesa “Vozes que não se calam! Direitos Humanos, Democracia, Liberdade”, realizada na tarde de 10 de dezembro, momento em que compartilharam suas histórias de luta contra a ditadura com servidores do APERS, equipe do PEP, professores e estudantes que lotavam nosso auditório. Seus processos de indenização fazem parte do acervo e são utilizados durante a oficina Resistência em Arquivo.

3. Perspectivas para 2019

Nossa atuação em 2019 terá uma organização similar à dos anos anteriores, mesclando ações vinculadas ao PEP (com a UFRGS) e iniciativas educativas do APERS.

Nessa primeira metade do ano já estamos envolvidos com atividades internas, como a retomada da divulgação e distribuição da caixa pedagógica AfricaNoArquivo, e a realização de pesquisas para atualização da oficina Resistência em Arquivo, que foi criada em 2013 e desde então, além da renovação física de seus materiais, não teve inserção de novos documentos ou conceitos. Ainda no 1º semestre, pretendemos criar mais um jogo educativo, dessa vez trabalhando conceitos arquivísticos; organizar nova edição do curso de formação para professores, que será realizado ainda esse ano; e produzir o 2º volume da publicação “PEP em Revista” (clique aqui para acessar o Vol. 1).

A partir de junho retomaremos o agendamento de oficinas, em julho voltamos a rearticular a equipe recebendo bolsistas da UFRGS, em agosto iniciamos o processo de capacitação de oficineiros, e no final de agosto abrimos as portas para as turmas!

Agradecemos a todas e todos que participaram das ações educativas do APERS em 2018! Cada momento partilhado com professores e estudantes dão sentido à nossa existência enquanto instituição pública. Também agradecemos a toda a equipe que se dedicou nesse último período para manter o PEP UFRGS/APERS em funcionamento:

  • Carla Simone Rodeghero (Professora Dep. e PPG em História, coordenadora do Programa de Extensão junto à UFRGS),
  • Clarissa Sommer Alves (Téc. Assuntos Culturais/Historiadora APERS),
  • Elincoln Lucas (Bolsista UFRGS),
  • Gustavo Ziel (Estagiário APERS),
  • Jéssica Gomes de Borba (Estagiária APERS),
  • Laryssa Fontoura (Estagiária APERS),
  • Marina Alburgeri (Bolsista UFRGS),
  • Paulo Fasolo Klein (Estagiário APERS),
  • Thiago Frazzon Arend (Bolsista UFRGS).

    Que 2019 seja um ano de muita produção criativa e realizações que contribuam para valorizar a área de arquivos e a educação em nosso país. Venham conosco!

2ª Semana Nacional de Arquivos no APERS: Participe do Painel Documentos e Jogos no Ensino de História

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Cartaz Lançamento II Sem Nac de Arquivos

Como parte da programação da II Semana Nacional de Arquivos, o APERS realizará o painel “Documentos e Jogos no Ensino de História“, atividade que marca o lançamento público do projeto “Jogoteca Educativa do APERS“.

A mesa contará com palestra do prof. dr. Nilton Mullet Pereira (FACED/UFRGS), um dos organizadores do livro Jogos no Ensino de História, publicado pela Evangraf em 2013 – pode ser baixado aqui. Em sua trajetória como historiador doutor em Educação, Nilton tem produzido e incentivado reflexões sobre o uso de jogos no ensino.

Também participam Jéssica Borba, licenciada em História pela FAPA, atualmente cursando bacharelado em História na UFRGS, e Paulo Fasolo Klein, licenciado em História e bacharelando pela UFRGS. Ambos fazem parte do Núcleo de Ação Educativa do APERS, atuaram ativamente em 2018 na pesquisa e produção de jogos, e compartilharão com o público essa experiência.

A entrada é gratuita! Participe dessa e de outras atividades oferecidas na programação da II SNA. Faça sua inscrição clicando aqui.

Ação Educativa em Arquivos XI: experiências do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (II)

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2016-09-28-acao-educ-em-arquivos-apcbh   A postagem de hoje na categoria “Ação Educativa em Arquivos” traz a continuidade da reflexão levantada no texto anterior, a partir das experiências do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (APCBH). No final de julho apresentamos, de forma mais geral, as ações que vinham sendo desenvolvidas por este Arquivo desde a sua criação, na década de 1990. Hoje, vamos nos debruçar sobre os processos de reflexão que levaram à reformulação das visitas monitoradas à instituição e à formulação de novas compreensões que ajudaram a expandir os usos do Arquivo e de seus acervos nas ações educativas, para além da pesquisa e ensino sobre história local, como vinha sendo enfocado. Para acompanhar nossa análise, reveja o post anterior aqui.

   Alguns elementos levaram a equipe do APCBH a identificar a importância dessa reformulação: dificuldades percebidas em aplicar visitas que oportunizassem contato direto com os documentos, devido às limitações de infraestrutura do Arquivo (pouco espaço físico, sem área pedagógica ou para lanches e descontração, etc.); mudanças nas demandas das escolas a partir de transformações em seus currículos, que passaram a valorizar projetos transversais em detrimento às pesquisas sobre história local; percepção de que os documentos poderiam ser explorados para a construção de sentidos relacionados a identidades e memórias individuais e coletivas, gerando relações de pertencimento entre estudantes e arquivo, e não apenas para aprofundar conhecimentos sobre história local.

    Dois projetos foram fundamentais para que a equipe pudesse trabalhar nessa perspectiva: o projeto “Circuito de Museus”, desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação, e o projeto “Arquivo 20 anos”, realizado para comemorar as duas décadas do APCBH.

    A partir do primeiro, foi possível receber retornos dos estudantes quanto à visita ao Arquivo, já que ao final das visitas do circuito eles registravam suas impressões em materiais que compuseram uma exposição. Tais retornos evidenciaram a dificuldade dos jovens em se reconhecer no espaço do Arquivo, demonstrando que a dinâmica relacionada à história da cidade a partir de documentos fotográficos ficava registrada para eles como mais uma aula de História, quase sem relação entre o acervo manuseado e a instituição que o salvaguardava. A visita ao Arquivo seria mais uma visita a um “museu”, porém sem os atrativos de um museu?!

    Já o segundo, oportunizou recursos para a contratação de uma consultoria na área, para a produção de sinalizações interpretativas plotadas em determinados espaços do Arquivo, trazendo reflexões apresentadas por uma “mascote” ao longo do percurso da visita, para a impressão de fac-símiles de documentos que seriam manuseados pelos grupos escolares, e para a montagem de kits pedagógicos com materiais para conservação preventiva de documentos (luvas e máscaras, lápis 2B, borracha, tecido, produtos caseiros para evitar infestação por pragas, etc.) dos próprios estudantes – viabilizando uma dinâmica de relação entre a preservação dos documentos do Arquivo e dos documentos pessoais dos visitantes. O próprio percurso da visita foi ampliado, passando agora por depósitos de acervos em diferentes estágios do tratamento documental, demonstrando a dinamicidade do trabalho cotidiano nos processos de gestão documental.

    Estas observações e conquistas oportunizaram a introdução da discussão sobre preservação e valoração dos documentos de arquivo, em paralelo aos documentos produzidos pelos próprios indivíduos ao longo de sua trajetória de vida. Assim, conceitos fundamentais à área de arquivos foram trazidos para dentro das visitas, debatendo a formação de acervos e fundos, valor informacional, formato e suporte dos documentos, etc.

    Algumas destas problematizações têm nos acompanhado ao longo do trabalho desenvolvido pelo APERS no campo da ação educativa, e o diálogo com o trabalho de outras instituições certamente é importante para que possamos nos atualizar, qualificar e ter estímulo para seguir. A experiência mineira evidencia dois pontos que, para nós, também são claros: a importância da avaliação constante do trabalho, expressa pelo salto de qualidade que foi possível dar a partir dos retornos e exposições produzidos pelas turmas, e a necessidade de recursos para o desenvolvimento do trabalho – no caso do APERS, a parceria com a UFRGS tem sido fundamental para que possamos investir na produção de reproduções de documentos, materiais pedagógicos em geral, contratação de bolsistas e de transporte para as escolas, compra de equipamentos, entre outros elementos.

    Certamente é possível realizar bons trabalhos com criatividade e empenho das equipes, mas nossa trajetória tem demonstrado a centralidade de lutar para que o poder público reconheça a importância da valorização das instituições de memória, e dos Arquivos, destinando condições materiais e humanas para aprofundar ações culturais, educativas e de gestão. Além disso, o diálogo com as experiências de Belo Horizonte nos fazem refletir sobre a importância de conectar oficinas de demais ações educativas com o papel técnico, político e social dos arquivos. Isso pode ser dado a partir de temáticas e reflexões históricas, mas elas precisam estar conectadas ao nosso tempo presente, e fazerem sentido para indivíduos e coletividades de agora. Por isso o investimento em temas que nos fazem pensar enquanto cidadãos e cidadãs de nosso tempo, como acesso à informação e ao patrimônio, relações étnico-raciais, relações de gênero, democracia e direitos humanos. Seguiremos!

Ação Educativa em Arquivos X: experiências do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte (I)

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Após algumas viagens mais distantes, que nos levaram a arquivos estrangeiros, na postagem deste mês e do próximo a respeito de ações educativas em arquivos voltaremos nossa atenção ao trabalho desenvolvido pelo Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte. Este arquivo municipal foi fundado em 1991, mesmo ano de publicação da Lei de Arquivos no Brasil, nascendo voltado à modernização de tais instituições, engajado na construção de procedimentos de gestão documental amparados pela então nova legislação, em meio aos avanços democráticos vivenciados por nossa sociedade com o fim da ditadura e no contexto de promulgação da Constituição de 1988.

Nosso texto de hoje será referenciado especialmente no artigo “Educação Patrimonial e o Ensino de História em Instituições Arquivísticas: Ações educativas no Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte”, de Raphael Rajão Ribeiro, historiador e então chefe do Departamento de Tratamento, Pesquisa e Acesso do APCBH, e Michelle Cobra Torre, graduada em História e Comunicação Social, publicado pela Revista Acervo em volume de 2012. Neste trabalho os autores historicizam a trajetória das ações educativas desenvolvidas pela instituição, chamando a atenção para uma situação especial em meio à realidade arquivística que nos cerca majoritariamente: trazem à luz as experiências de um arquivo que vem se preocupando e atuando fortemente na área educativa desde sua fundação, compreendida como parte importante de suas ações de difusão. Por este motivo, decidimos dividir a reflexão em duas partes, apresentando de forma mais geral neste post os trabalhos desenvolvidos pelo APCBH até o ano de 2010, e no mês seguinte os processos de reflexão que levaram à reformulação de suas visitas monitoradas e à formulação de novas compreensões que ajudariam a expandir os usos do Arquivo e de seus acervos nas ações educativas para além da pesquisa e ensino sobre história local.

Raphael e Michelle refletem a respeito de tais ações buscando compreender os pressupostos teóricos e metodológicos que as embasaram ao longo dos anos, apontando para a escassez de produções específicas que fundamentem a educação em arquivos, assim como para a ausência de divulgação sistemática das ações levadas a cabo no país, o que teria contribuído para uma aproximação de referenciais do ensino de história e da educação patrimonial. Destacam que a presença de historiadores na equipe e o contato com referenciais franceses corroboraram para “maior ênfase na abordagem da instituição e de seu acervo pelo seu valor de evidência para o estudo do passado”. Nesse sentido, também teriam contribuído as novas diretrizes para a educação nacional constituídas no processo de redemocratização dos anos de 1980 e 1990, que colocavam a necessidade de se trabalhar com procedimentos de pesquisa histórica nas práticas de ensino-aprendizagem da Educação Básica.

Nesse percurso de análise, vão se debruçando sobre as atividades e projetos desenvolvidos desde a década de 1990, demonstrando como os serviços educativos demandados, especialmente pelas escolas, sempre estiveram presentes na vida do APCBH, contribuindo para seu reconhecimento social e fortalecimento de seus laços com a comunidade.

Para eles, a condição de arquivo municipal propiciou grande contato com as escolas da região, que apresentaram demandas por reproduções de documentos que pudessem ser usadas em sala de aula, assim como por visitações. Nos anos iniciais, em que a instituição Foto Visita APCBHestava instalada em um espaço diminuto, em salas da então Secretaria Municipal de Cultura, o Arquivo reproduziu uma amostra de seu acervo, que era levada às escolas. A partir da mudança para um espaço próprio, ocorrida em 1996, o APCBH passou a receber visitas do público escolar, que seguem sendo oferecidas até hoje. Daquele ano até 2010 as visitas monitoradas foram organizadas como espaço para apresentação tanto da instituição quanto da trajetória histórica do município, a partir de um trabalho didático com fotografias. Para qualificar a interação entre Arquivo e professores, estes eram convidados para realização prévia de visitas técnicas.

Em 1997, ano marcado pelas comemorações dos cem anos da capital mineira, foi lançado o Projeto Momentos de uma capital centenária, que teve como produto a reprodução 31 documentos fotográficos, em pranchas e em slides, que foram distribuídos para todas as escolas da cidade, retratando paisagens marcantes da história local. Apesar do mérito nas intenções do projeto, de sua qualidade ou abrangência no alcance, a ausência de acompanhamento mais sistemático do que era feito com o material nas escolas fez com que em muitos casos os kits não chegassem aos verdadeiros interessados, sendo tomados por indivíduos como um “presente” do Arquivo, e não como um material didático que deveria ser compartilhado por professoras e professores, socializado na biblioteca escolar.

A partir de 1999 iniciou-se o Projeto Histórias de Bairros de Belo Horizonte, em muito resultante da constante procura do Arquivo por estudantes das séries iniciais da Educação Básica, que desejavam pesquisar sobre a história local. O APCBH iniciou o “levantamento de fontes em seus acervos e nos de outras instituições de memória da cidade, sistematizado a partir da divisão espacial dos bairros”, e pensando produtos a partir do material coletado. Já em 2007 foi constituída uma equipe para “produzir uma coleção de cadernos paradidáticos APCBH 1voltados para o público de 9 a 12 anos”. Os primeiros exemplares da Coleção História de Bairros de BH foram lançados em 2008, contando hoje com nove cadernos, mais o volume dedicado ao professor. Todos podem ser baixados pela internet, acesse aqui um dos exemplares! Estes produtos colocaram o Arquivo em uma nova posição: deixaria de envolver-se apenas com o processo de seleção de fontes que seriam trabalhadas pelos professores em sala de aula, colocando-se como agente ativo, produtor de reflexões e propositor de metodologias no campo do ensino de história, evidenciando a pertinência da atuação de outros atores na confecção de materiais didáticos, para além dos profissionais diretamente envolvidos com as escolas e do grande mercado editorial brasileiro do livro didático.

Em 2003 foi lançado o material Vídeo Documento, com 11 minutos de duração, conduzido pela narrativa de uma criança chamada Davi, estudante que entra em contato com o Arquivo a partir de uma proposta de atividade feita pela professora. Já buscando ampliar a percepção dos acervos como documentos que informam sobre o passado, o foco do vídeo é discutir “o sentido daquele arquivo público municipal como patrimônio da cidade. Para tanto, parte-se das referências da criança: seu arquivo pessoal e a variedade de documentos que o compõem; suas vivências na cidade, como o uso do transporte coletivo; os locais que reconhece na documentação histórica, como o parque central da cidade; a importância de se preservar os documentos e os critérios utilizados para isso”. O material foi reconhecido pelo IPHAN com o prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade na categoria de melhor ação de Educação Patrimonial do ano, e passou a ser utilizado nas visitas monitoradas.

APCBH 2Em 2007, para qualificar a preparação das e dos professores, e consequentemente das(os) estudantes, às visitas, foi publicada a cartilha “Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte: informação e memória”, que pode ser acessada aqui. Nela são apresentados conceitos importantes para a compreensão das funções de uma instituição arquivísiticas, suas atividades nos processos de gestão documental, salvaguarda, difusão e acesso ao patrimônio cultural documental , além de apresentar o APCBH, sua história e acervos, trazer orientações para melhor organização e aproveitamento da visita, e sugestões de atividades para a sala de aula.

As produções aqui evocadas evidenciam a centralidade dada pelo APCBH às ações educativas enquanto elemento constitutivo de sua identidade enquanto instituição pública de arquivo. O sucesso e reconhecimento do trabalho, agraciado com parcerias, recursos captados externamente e premiação em nível nacional, certamente está relacionado à dedicação de uma equipe constituída e consolidada para esta área, e à compreensão, por parte da instituição como um todo, do potencial e do papel social dos Arquivos enquanto espaços de memória, cultura e educação. Seguiremos com essa reflexão!

Ação Educativa em Arquivos IX: serviço educativo do Arquivo Nacional da Torre do Tombo

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Torre do TomboRetomando nossa série de postagens sobre ação educativa em arquivos, hoje abordamos as atividades desenvolvidas pelo Arquivo Nacional da Torre do Tombo, localizado na cidade portuguesa de Lisboa, instituição importantíssima para pesquisadores do mundo inteiro, que abriga acervo milenar e, em muitos aspectos, intimamente relacionado à história do Brasil e dos demais países que foram colônias portuguesas.

Sua data de criação é incerta, e remonta ao século XIV. A mais antiga certidão expedida é de 1378. Desde então até o ano de 1755 funcionou como Arquivo do rei e dos seus vassalos, da administração do reino e das possessões ultramarinas, servindo à administração régia, emitindo certidões e franqueando a consulta a poucos pesquisadores. Apenas no século XIX as atribuições do Arquivo alargaram-se à formação de funcionários e ao ensino da Diplomática, em um processo que pouco a pouco trouxe a compreensão contemporânea do Arquivo como instituição voltada à sociedade.

Hoje, como um dos arquivos de âmbito nacional da rede portuguesa de arquivos, é subordinado à Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, serviço central da administração direta do Estado português, que por sua vez é integrado à Secretaria de Estado da Cultura. Tem investido em sua difusão por meio do Serviço Educativo, compreendido como uma necessidade para fazer valer os dispositivos legais que reconhecem o papel sócio cultural dos arquivos e do patrimônio por eles salvaguardados, conforme podemos acompanhar através do artigo “Conhecer e visitar: o Serviço Educativo do Arquivo Nacional da Torre do Tombo”, de Maria de Lurdes Henriques.

Em um cenário marcado pela visão de que os arquivos seriam instituições eminentemente voltadas a apoiar a administração pública e atender a demanda de pesquisadores, nos quais pouco ou nenhum espaço sobraria para a educação. Maria de Lurdes enfatiza o esforço que fora empreendido nos últimos 10 anos, até mesmo entre os profissionais da área, para convencer sobre a necessidade de ir além das visitas tradicionalmente oferecidas ao público interessado em conhecer o Arquivo, passando a assumir uma postura pró ativa no campo da educação para a cidadania, buscando atrair novos públicos e atuando de forma articulada às escolas, afinal, somente é possível valorizar e divulgar aquilo que se conhece.

No caso português, o ainda jovem Serviço Educativo passou a oferecer “visitas temáticas apoiadas em textos didáctico-pedagógicos, complementados por documentos seleccionados, que poderão ser visualizados em diferentes suportes, do original ao digital”. São abordados temas como as origens e evolução da Língua Portuguesa; literatura e censura literária; formação e evolução do Estado Português; minorias étnicas e religiosas, entre muitos outros.

Guardar-memorias_abrir-caminhosO primeiro produto editado e publicado pelo Serviço como material de apoio voltado a um público amplo, especialmente de professores e estudantes, foi o “Guia jovem: Guardar memórias… Abrir caminhos…”, distribuído gratuitamente em todas as bibliotecas escolares. Igualmente, passou-se a criar e produzir exposições e mostras documentais, como polo dinamizador para as visitas e a interação com o público, já que estas permitem abordagens diversificadas, com a construção de diálogos que dependem muito dos saberes e interesses trazidos pelos visitantes.

No mesmo sentido, o Arquivo assinou protocolo de colaboração entre a Direcção Geral de Arquivos e a Direcção Geral do Desenvolvimento e Inovação Curricular, por meio do Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares, que coordena mais de 2 mil bibliotecas escolares, tendo como objetivo a sensibilização dos professores responsáveis pelas bibliotecas para as potencialidades pedagógicas e para a relevância dos recursos de informação disponíveis nos arquivos. Se as experiências cotidianas demonstravam que os professores muitas vezes não consideravam os arquivos como locais a visitar, tal como seriam bibliotecas, museus, monumentos ou sítios arqueológicos, o importante seria cativar e demonstrar o contrário. Esta proximidade com os professores tem sido valorizada em cada ação, especialmente no planejamento, construção e realização das visitas, pensadas de acordo com o perfil e os interesses dos grupos, em diálogo desde o agendamento, passando pela troca de materiais preparatórios, até a visita em si.

Maria de Lurdes também registra que a dedicação da instituição à digitalização de documentos contribuiu para a efetivação do Serviço Educativo, ao viabilizar a ampliação do acesso sem prejudicar a conservação dos originais.

Conhecer um pouco mais sobre as experiências portuguesas, em um país ibérico onde a arquivística é bastante desenvolvida, nos dá mais fôlego para seguir a diante na consolidação de nosso próprio serviço educativo, demonstrando que estamos na direção correta!

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Referência:

HENRIQUES, Maria de Lurdes. Conhecer e visitar: o Serviço Educativo do Arquivo Nacional da Torre do Tombo. ALA, n.27, 2012: 7° SIAT. Disponível em http://docplayer.com.br/4894782-Conhecer-e-visitar-o-servico-educativo-do-arquivo-nacional-da-torre-do-tombo.html, acesso em 24 mai 2016.

Relatórios 2015 – DIDOC: Ações educativas e culturais

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O Arquivo Público do Rio Grande do Sul possui uma série de atividades na Área de Ação Educativa, sobretudo as vinculadas ao Programa de Educação Patrimonial, consolidadas e reconhecidas pelas mais diversas instituições ligadas à educação. De modo geral, quase todas as atividades são desenvolvidas dentro da própria instituição. Na intenção de darmos continuidade e estendermos essa aproximação, elaboramos o projeto APERS? Presente, Professor? Propostas Pedagógicas a partir de Fontes Arquivísticas que pretendeu levar um pouco do Arquivo Público até a escola, a partir da construção de propostas pedagógicas que tiveram como ponto de partida os documentos custodiados pela instituição. O objetivo caracterizou-se pela disponibilização virtual de atividades que pudessem ser desenvolvidas pelos professores nas salas de aula da educação básica.

Logo Laranja

Para a segunda edição do projeto APERS? Presente, Professor? Propostas Pedagógicas a partir de Fontes Arquivísticas, foram construídas propostas de trabalho para a sala de aula com fontes arquivísticas, a partir do eixo temático História e Direitos Humanos. Essas propostas foram disponibilizadas, no formato PDF, no Blog do Arquivo, com os seguintes objetivos:

  • Contribuir, a partir de mais uma ação dentro da perspectiva da Difusão Cultural e das Ações Educativas, para a divulgação dos acervos do Arquivo e das suas potencialidades;
  • Contribuir para o uso de fontes arquivísticas no trabalho pedagógico desenvolvidas nas escolas de Educação Básica;
  • Fomentar discussões, no âmbito dos processos de ensino-aprendizagem, em torno dos Direitos Humanos a partir de uma perspectiva histórica.
  • Divulgar e incentivar a utilização, tanto para pesquisa quanto para o ensino, de documentos tais como os processos administrativos de indenização, inventários e processos-crime do período da escravidão, de processos de desquites e divórcios, de processos administrativos da Secretaria da Justiça, dentre outros que trabalhados.

Até o dia 28 de novembro, foram produzidas 6 propostas pedagógicas, com em média, 36 páginas cada uma. Desde o início da segunda edição até a metade do mês de dezembro as propostas pedagógicas tiveram cerca de 108 visualizações no Blog Institucional.

Com o encerramento dessa segunda edição do projeto, ocorrerá a publicação de uma coletânea em volume único, contendo as seis propostas. Praticamente finalizada, o arquivo aguarda apenas ficha catalográfica e ajustes finais de formatação. Para o ano de 2016 está prevista a publicação da coletânea no mês de fevereiro e a interrupção da produção de novas propostas pedagógicas. Nesse caso, não haverá uma IIIª edição para o próximo ano, uma vez que a historiadora responsável pelo projeto se dedicará a outras atividades na instituição. De qualquer forma, permanece no horizonte da Divisão de Documentação a possibilidade de publicação das propostas elaboradas nas duas edições. Para isso, a equipe da Divisão estará atenta aos editais e possibilidades de captação de recursos para esse fim.

Outra atividade que demandou atenção das equipes da Divisão de Documentação foi a elaboração do projeto piloto Estágio Curricular para o Curso de História. O Estágio Curricular em História é um dos serviços educativos oferecido pelo APERS. Caracteriza-se por uma série de atividades destinadas ao cumprimento de estágio curricular obrigatório ou para horas complementares exigidas para integralização dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em História. Objetiva oportunizar aos graduandos dos cursos de história vivências relacionados aos fazeres dos historiadores em instituições arquivísticas. No projeto-piloto foram previstas a apresentação da instituição e dos processos de trabalho realizados por sua equipe, em especial a equipe de historiadoras do APERS; observação participativa de atividades realizadas por historiadores; prática monitorada de atividades previamente selecionadas pela equipe responsável pela supervisão do estágio.

O Estágio Curricular objetivou oportunizar aos graduandos dos cursos de História vivências relacionadas aos fazeres dos historiadores em instituições arquivísticas. Seis alunos do Curso de História da FAPA concluíram o estágio que contou com uma carga horária de 30 horas. Para o ano de 2016 foram planejadas as seguintes atividades: seminário sobre instituições de guarda de acervos e seus profissionais, e estágio curricular.

CaixaPedagogicaAinda entre as ações educativas, merece destaque o projeto AfricaNoArquivo: fontes de pesquisa & debates para a igualdade étnico-racial no Brasil. Ele foi desenvolvido ao longo de 2014 a partir de recursos captados junto ao Prêmio Pontos de Memória 2012, do IBRAM (conforme registrado na aba “Projetos Patrocinados”). Em 2015 centramos o trabalho na finalização da montagem de 700 caixas pedagógicas, na distribuição das mesmas, e na divulgação dessa ação. Intencionávamos realizar parceria com a Secretaria Estadual de Educação para o processo de distribuição em todas as escolas de Porto Alegre, Canoas, Gravataí e Viamão, conforme previsto originalmente no projeto aprovado pelo IBRAM. No entanto, como esta parceria não se efetivou, a entrega das caixas às escolas tornou-se mais morosa, exigindo que um responsável de cada instituição venha até o APERS retirar o material. Assim, após enviarmos e-mails para as Coordenadorias Regionais e Secretarias Municipais e divulgarmos em nossas mídias sociais, decidimos ampliar o público-alvo a partir do segundo semestre de 2015, passando a atender todas as escolas públicas que manifestem interesse em receber a caixa.

Ao longo deste percurso contamos com o auxílio da equipe do Departamento de Transporte da SMARH, que em diversos turnos cedeu um carro da Central de Veículos, com motorista, para visitar escolas de Canoas e Gravataí entregando as caixas. O motorista viajou sempre acompanhado por Davi dos Santos, estagiário que faz parte de nossa equipe de Ação Educativa. Registramos e agradecemos também o apoio da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre (ATEMPA), que abriu espaço em seu IV Encontro de Educadores, realizado em outubro de 2015, para que pudéssemos entregar o material aos professores da rede municipal de Porto Alegre.

Até dezembro de 2015 foram distribuídas cerca de 400 unidades. Ainda temos um grande número de exemplares para fazer chegar aos estudantes e professores em 2016! Se você é professor(a), estudantes, ou membro de alguma comunidade escolar, comente sobre o projeto. Pergunte se a escola já recebeu o material, e caso haja interesse, entre em contato conosco através do e-mail acaoeducativa@smarh.rs.gov.br, ou do fone (51)3288-9117.

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Divulga APERS – Diretrizes 2016

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2016.01.06 Divulga APERS – Diretrizes 2015Hoje divulgamos as diretrizes gerais de nossas mídias virtuais e artigos periódicos que pretendemos publicar aqui no blog ao longo deste ano!

Para o blog institucional:

A partir de março as Técnicas em Assuntos Culturais Gigliori Rodrigues e Caroline Baseggio publicarão na categoria Pesquisando no Arquivo, na segunda semana de cada mês, artigos abordando as possibilidades de pesquisa nos acervos do APERS.

Na terceira semana a partir de março a Técnica em Assuntos Culturais Nôva Brando escreverá resenhas mensais de artigos publicados em edições de nossa Mostra de Pesquisa, instigando os pesquisadores a inscreverem seus trabalhos na edição de 2016.

Na quarta semana, a partir do mês de abril e de forma bimensal, nossa Técnica em Assuntos Culturais Clarissa Alves continuará a publicar seus artigos na categoria Mulheres no APERS, nos instigando ao debate sobre a temática tendo como ponto de partida o catálogo seletivo resultante do projeto “Afinal, onde estão as mulheres no APERS? Gênero, memória e história”. E a partir de maio Clarissa continuará a publicar na categoria Ação Educativa em Arquivos sobre experiências de ações educativas em instituições arquivísticas.

Na página no Facebook publicaremos chamadas para artigos publicados em anos anteriores em nosso blog institucional, nas terças e quintas-feiras, e claro, às quartas-feiras continuaremos a fazer as chamadas das publicações semanais! Assim, nas terças-feiras faremos chamadas para artigos publicados em 2015 nas categorias Ação Educativa em Arquivos, Acervo da Justiça e Pesquisa Histórica, AfricaNoArquivo, Mulheres no APERS, gênero e história, e Pesquisando no Arquivo, e nas quintas-feiras publicaremos chamadas para as dicas da categoria Mundos dos Arquivos publicadas na temporada de 2013.

Quanto ao Twitter continuaremos a postar, de segunda a sexta-feira, dicas que envolvam a área de atuação do APERS, além das chamadas para os conteúdos publicados em nosso blog institucional e replicações das postagens do Facebook.

Para 2016 desejamos que você continue a nos acompanhar pelas mídias, mas claro, também queremos sua presença em nossa Sala de Pesquisa, eventos e demais atividades que realizamos visando sua participação e interação!

Ação Educativa em Arquivos VIII: serviço educativo no “The National Archives”, do Reino Unido

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Chegamos ao último texto do ano na série Ação Educativa em Arquivos, que abordará as experiências do The National Archives, ou Arquivos Nacionais do Reino Unido. Suas ações são bastante complexas, densas e bem estruturadas, certamente interessantes para motivar uma reflexão qualificada a respeito do potencial e do papel educativos dos arquivos públicos.

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Ele é responsável pela documentação do Reino Unido, composto pelos países da ilha da Grã-Bretanha – Inglaterra, Escócia e País de Gales – e a Irlanda do Norte. Interessante notar que é uma instituição jovem, fundada em 2003 a partir da fusão de quatro organizações: o Public Record Office, criado em 1838 para ocupar-se dos arquivos de governo produzidos pela Inglaterra, País de Gales e Reino Unido; a Royal Commission on Historical Munuscrip, comissão criada em 1869 pelo poder real para identificar a localização e conteúdos de registros privados de interesse à história do Reino; o Her Majesty’s Stationery Office, que desde 1786 era responsável pelos documentos e publicações oficiais de autoria da Coroa e do Parlamento; e o Office of Public Sector Information, criado em 2005 por diretiva da União Europeia, para tratar e utilizar as informações reproduzidas e recolhidas pelo setor público do âmbito da UE.

Esta diversidade e amplitude faz com que o The National Archives reivindique o posto de maior arquivo organizado do mundo, detentor de documentos que permitem a análise de mais de 1.000 anos de história, desde a ocupação daquele território insular até a atualidade, passando pelo “tombo feudal”, pelas obras de Shakespeare até chegar nos recentes documentos desclassificados e disponibilizados ao público pelos governos do Reino Unido. A fundação contemporânea da instituição se deu a partir de uma concepção moderna de arquivo, enquanto espaço vivo, acessível, responsável pela gestão de documentos públicos, mas especialmente amplamente conectado e voltado à comunidade. Uma breve navegação pelo site da instituição evidencia isso: um programa consolidado voltado ao atendimento de professores e estudantes, instrumentos de pesquisa descomplicados, serviço de atendimento especial e personalizado aos pesquisadores, de todas as áreas, faixas etárias e níveis de formação – desde estudantes das escolas até pós-graduandos.

Obviamente não é possível comparar diretamente a realidade dessa instituição com a do APERS, ou com outros arquivos públicos brasileiros. É um universo bastante diverso do nosso, não só por ser uma instituição de caráter nacional, enquanto nos colocamos em uma posição estadual, mas também por questões históricas, econômicas e políticas. No processo de desenvolvimento da Revolução Industrial o Reino Unido constituiu-se enquanto a maior potência mundial imperialista, cuja riqueza permitiu alto grau de desenvolvimento econômico e social – em grande parte às custas da exploração de outras regiões do planeta – e onde a educação e o acesso à cultura puderam efetivar-se em outro patamar. Entretanto, reconhecendo tais diferenças ou desigualdades, nada impede que nos inspiremos com o trabalho desenvolvido por lá, sempre buscando aprofundar as relações entre sociedade e arquivo!

Nesse sentido, é um prazer navegar pela sessão “Education”, em destaque no portal institucional. Seria inviável desenvolver qualquer análise mais aprofundada de cada proposta, pois são muitas, então nosso principal objetivo, mais uma vez, é incentivar que nossas leitoras e leitores sintam vontade de navegar por lá também! Podemos encontrar uma grande variedade de ações educativas:

  • Longa série de propostas pedagógicas para uso em sala de aula, disponíveis para baixar, tratando de temáticas diversas e sobre todos os períodos históricos contemplados no acervo da instituição. Em geral, em cada uma delas são disponibilizados textos introdutórios, documentos digitalizados com suas respectivas transcrições, e propostas de questões para análise. Também há conteúdos maiores, ou mais aprofundados, voltados aos professores, para que possam preparar suas aulas a partir de uma gama de documentos e conhecimentos – podemos comparar com as propostas pedagógicas de nosso projeto “APERS? Presente, professores!“;
  • Workshops, ou oficinas, que podem ser agendadas para turmas escolares nas dependências do Arquivo, oportunizando o trabalho a partir de documentos originais – também podem ser comparadas com as oficinas oferecidas a partir de nosso Programa de Educação Patrimonial UFRGS-APERS (PEP);
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Página de acesso às oficinas oferecidas pelo Arquivo.

  • Videoconferências, que também podem ser agendadas para “levar” os arquivos até as escolas. Nessas atividades um profissional do setor educativo apresenta a instituição, seus serviços, espaços e acervos, em uma visita virtual interativa;
Conhecendo as opções de videoconferências.

Conhecendo as opções de videoconferências.

  • Virtual classrooms, ou aulas virtuais, em que um educador do Arquivo interage com as turmas apresentando, analisando e debatendo contextos históricos e documentos que são disponibilizados em alta resolução através de um ambiente virtual;
  • Professional development, ou programa de desenvolvimento profissional voltado para professores. Nesta área, são oferecidas atividades e formações que tem como foco oportunizar que eles tenham acesso aos fundos e coleções do Arquivo, e desenvolvam suas próprias pesquisas e planos de ensino a partir deles – neste tópico, também é justo destacar os cursos de formação para professores oferecidos anualmente através do PEP. O programa realiza encontros de treinamento para grupos de professores mediante agendamento; desenvolve propostas pedagógicas em parceria entre a equipe de educação do Arquivo e pesquisadores universitários; mantém um curso de formação online, Making History: Using archives in classroom, em que compartilham com professores sua experiência com a utilização de fontes arquivísticas nas salas de aulas; e realizam anualmente um curso de formação, sempre em parceria com universidades, sobre o qual cabe dizer algumas palavras a mais.

Chamou-nos a atenção a última proposta de formação de professores mencionada, por buscar desenvolver algo que nos parece central: a habilidade de manuseio, leitura, interpretação e produção de conhecimento em parceria entre professores da educação básica, educadores do arquivo e professores universitários. O curso desenvolve-se a partir de palestras, atividades práticas, encontros no Arquivo e na sede da Universidade parceria, e tem como principal resultado a produção de pesquisa voltada ao ensino de história a partir de documentos arquivísticos, com a apresentação de novas propostas pedagógicas criadas pelos professores, que são publicadas pelo The National Archives. Certamente é um avanço em um longo e necessário caminho que visa desconstruir abismos ou hierarquias entre professores acadêmicos, professores da educação básica, e profissionais das instituições de memória. Muitas vezes ainda percebemos o acadêmico como aquele que produz e detém conhecimento, os professores do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio como aqueles que vão “traduzir” para uma linguagem “simples” o conhecimento produzido pelos primeiros, e os historiadores, arquivistas de demais profissionais de arquivo como técnicos que devem simplesmente organizar e dar acesso às fontes para que outros “pensem-nas”. Nessa perspectiva, deixamos de lado a importante compreensão de que o processo de ensino-aprendizagem exige e envolve complexa produção de conhecimento, assim como ocorre nos processos de gestão documental, descrição, difusão e educação em arquivos.

Encerramos as postagens de 2015 sobre ação educativa em arquivos, felizes por difundir esse caminho de valorização, tanto da educação quanto dos arquivos, e de todos os profissionais que podem ser responsáveis pela construção de uma sociedade mais informada, preparada, ciente de seus direitos e de sua história, capaz de se apropriar do patrimônio cultural que a cerca, de questioná-lo e preservá-lo. Que em 2016, apesar das crises que vivenciamos e que lutaremos para superar, possamos seguir abrindo caminhos nessa perspectiva por aqui.

Ações Educativas em Arquivos VII – Experiências Portuguesas

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Na última postagem sobre Ações Educativas em Arquivo, abordamos os trabalhos realizados pelo Arquivo Histórico de São Paulo. Hoje, vamos atentar para experiências desenvolvidas por arquivos de Portugal, uma referência para o campo de conhecimento arquivístico. Vamos começar pelo Arquivo Municipal de Lisboa (AML) responsável pela custódia de acervos datados desde o século XIII e considerado um dos maiores daquele país.

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Fisicamente ocupa diferentes espaços físicos e guarda documentos capazes de contar a história da cidade. Nesses espaços são encontrados documentos em diversos suportes, tais como pergaminho, livros, fotografias, vídeos, cartazes. De um modo geral os acervos são constituídos por documentos produzidos pelos órgãos do município, documentos históricos que compõem outros fundos diversos, documentos de particulares como os processos de construção de obras privadas e acervo videográfico.

Além de todas às tarefas que são competência de arquivos públicos, ele dispõe de um exemplar serviço educativo que pode ser notado em uma visita rápida ao site da instituição. As informações que encontramos na página são muitas e, por isso, vamos comentar de forma genérica e ampla por aqui – ao leitor, deixamos o convite para uma pesquisa mais ampla na página do AML.

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O Arquivo Municipal de Lisboa dispõe de atividades destinadas para distintas faixas etárias que abordam a história de Lisboa e a história da fotografia. Para o público Pré-escolar encontramos: (1) A casa do Kivo e (2) Pequenos fotógrafos. Para o 1º e 2º Ciclos do Ensino Básico, equivalente ao nosso ensino fundamental temos atividades sobre a história de lisboa: (1) Lisboa no tempo de D. Afonso Henriques; (2) Lisboa no tempo de D. Dinis; (3) O Foral Manuelino e Lisboa dos Descobrimentos; (4) A restauração da independência de Portugal em 1640; (5) O terremoto de 1755 e a reconstrução de Lisboa; (6) 5 de Outubro de 1910: A revolução republicana; (7) A revolução de 25 de Abril de 1974. Atividades sobre os costumes e tradições da cidade de Lisboa: (1) A bandeira municipal de Lisboa: história e símbolos; (2) Ontem e Hoje: os meios de transporte em Lisboa; (3) Os vendedores ambulantes e quiosques no princípio do século XX; (4) Santo António: tradição e festa. E atividades temáticas sobre a fotografia: (1) Álbum em branco; (2) À descoberta da photographia; (3) Fotógrafo à la minute.

Essas são as atividades realizadas nas dependências do Arquivo que podem ser compreendidas nos seus detalhes na página do AML. Além delas, é disponibilizada ao professor, uma atividade intitulada Explorar a cidade, que acontece durante um ano letivo. O objetivo dessa atividade é explorar a história do bairro na qual está inserida a escola onde os alunos estudam a partir do documento do AML. Acontece por meio de três ou quatro visitas e prevê a elaboração de um trabalho final, uma reflexão das experiências vividas e das atividades realizadas.

Por fim, ainda encontramos sugestões de atividades disponibilizadas em formato digital. Para as crianças e jovens temos: A História de Kivo e sua família, Jornal ArKivo, Jogos e Segredos e Tesouros. Para as famílias, roteiros de atividades que incluem exposições, visitas e exibições de filmes em diversas instituições culturais. E para os professores, materiais de apoio à sala de aula.

Os próximos serviços educativos que vamos apresentar fazem parte das atividades desenvolvidas pelo Arquivo Regional da Madeira (ARM), localizado na cidade portuguesa de Funchal na Ilha da Madeira, capital da Região Autônoma da Madeira.

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Sob a responsabilidade desse arquivo está a guarda de documentação da administração da Ilha da Madeira e do Porto Santo, desde o início do povoamento da região. Por lá, entendem que as atividades pedagógicas fazem parte de um Serviço Educativo e de Extensão Cultura, que objetiva o contato com um público não tradicionalmente usuário de arquivo.

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Destinado ao público escolar, são oferecidas ações realizadas permanentemente pela instituição e outras de caráter temporário. Ambas problematizam as temáticas da genealogia e da emigração. São elas: (1) Vamos conhecer o Arquivo Regional da Madeira; (2) Dia aberto a Comunidade; (3) Workshop Genealogia e História da Família; (4) O Meu Conselho… Porto Santo, Porto de Moniz; (5) Cadernos Pedagógicos Temáticos; (6) Maletas Pedagógicas “Eu Escondidos” (genealogia e história das famílias na escola); Ateliê Aprendiz de Arquivo: uma aposta ganha.

As atividades são minuciosamente explicadas na edição número 0 do Jornal Aprendiz do Arquivo, outra ação voltada para o público escolar. Até o momento foram 15 edições que divulgam as atividades desenvolvidas pela Instituição. Composto por um editorial, manchete das principais notícias e atividades, projeto em curso, guia do Arquivo, tema central, atua escola e generalidades, a publicação tem periodicidade semestral e possui uma linguagem extremamente acessível ao público não especializado e pensado mesmo para ser lida por estudantes.

Além disso, o Arquivo disponibiliza visitas orientadas ou ações organizadas de acordo com o solicitado pelas escolas e instituições de ensino superior. Isso se deve a compreensão, expressa na página da Instituição, de que o ARM é um dos veículos da identidade coletiva de uma comunidade, da mesma forma que um dos suportes da administração pública e que tem como função “democratizar e simplificar o contato do público com os documentos históricos, quebrando barreiras culturais, sociais e geográficas ao seu acesso e instituindo-se como fator de cidadania” dos madeirenses.

Por fim, vamos apresentar o serviço educativo do Arquivo Municipal Ponte de Lima, localizado na vila mais antiga de Portugal, hoje Município de Ponte de Lima.

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Responsável pela coordenação das ações referentes à Seção do Arquivo da repartição Administrativa, a instituição também possui como tarefa a defesa e a salvaguarda de arquivos, coleções e demais documentos com valor histórico e patrimonial originados por outros organismos, pessoas ou serviços existentes no Concelho (unidade administrativa).

Além de recolher, inventariar, preservar, cabe ao Arquivo divulgar o patrimônio documental do Conselho de Ponte de Lima ao grande público. Para isso, são organizadas exposições, atividades de extensão cultural e educativa e publicações.

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Encontramos as informações sobre os serviços educativos em um plano de atividades para o ano letivo 2014/2015. Lá estão descritas as seguintes ações:(1) Exposição Ponte de Lima: a noite pelo dia, uma história feita de Luz; (2) Projeto Artes e Ofícios: Os saberes e as artes tradicionais – Lotoaria Luminária, para os 3º e 4º anos do 1º Ciclo; (3) Concurso O meu Cartaz das Feiras Novas: 190 anos, para os 3º e 4º anos do 1º Ciclo; Oficinas O meu Cartaz das Feira Novas à minha maneira e A mascote das Feiras Novas à minha maneira, para o Jardim de Infância e 1º Ciclo; (4) Teatro de Fantoches Feiras Novas, uma história feita de luz e D. Teresa fez vila o lugar de Ponte, para o Jardim de Infância e 1º Ciclo; (5) Outras atividades destinadas para o Jardim de Infância, 1º e 2º ciclos: (a) Arquivista por um dia, (b) A caça de documentos no Reino da Informação, (c) Viagem pela rota das especiarias e (d) A minha árvore genealógica.

Tudo isso para uma apresentação genérica. Conseguem imaginar o quanto de discussão poderíamos fazer a respeito de cada uma dessas experiências? Sobre cada uma dessas atividades? Nossa intenção ao sugerirmos uma série de postagens a respeito das ações educativas desenvolvida por arquivos não foi essa e sim abrimos o caminho para refletirmos o quanto essa deve ser uma das tarefas desenvolvidas pelas instituições arquivísticas de forma permanente, a despeito das mudanças por alterações governamentais. Parece-nos óbvio que os arquivos de Portugal tem percorrido esse caminho, atividades pedagógicas e educativas são compreendidas como serviço público e sobre isso ainda precisamos falar, escrever e defender muito nesta terra do além-mar.

Fontes:
Arquivo Regional da Madeira, disponível em: http://www.arquivo-madeira.org
Arquivo Municipal Ponte de Lima, disponível em: http://arquivo.cm-pontedelima.pt/ver.php?cod=0H
Arquivo Municipal Ponte de Lima, disponível em: http://arquivo.cm-pontedelima.pt/imagens/noticias/julho2015/AMPL_Atividades_do_Servico_Educativo_2015-2016.pdf
Arquivo Municipal de Lisboa, disponível em: http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/pt/educação/

Ação Educativa em Arquivos VI: o serviço educativo do Arquivo Histórico de São Paulo

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No sexto texto a respeito de ações educativas em arquivo, vamos apresentar mais um trabalho desenvolvido por um arquivo público municipal. Na segunda postagem, apresentamos as atividades desenvolvidas pelo Arquivo Histórico Moysés Vellinho de Porto Alegre. Dessa vez, vamos escrever sobre o serviço educativo do Arquivo Histórico de São Paulo.

O Arquivo Histórico de São Paulo (AHSP) é o departamento responsável por preservar a memória da administração pública estadual, assegurando o recolhimento, a organização, o acesso pleno aos documentos públicos por ele custodiado (documentos que datam do século XVI), de forma a garantir os direitos do cidadão, a subsidiar as decisões da administração e a incentivar a produção de conhecimento científico e cultural.

Conforme informações divulgadas pelo AHSP, não há uma data que precise a criação da Instituição. De qualquer forma, tem-se o registro de que em 1907, com a criação de uma Seção na Secretaria Geral, surge a responsabilidade pelos serviços de instrução pública, estatística e arquivo municipal. Desde então, os documentos que eram produzidos pelas Câmaras e ex-Intendências passaram a ser transferidos pela Prefeitura – hoje eles constituem um dos fundos mais importantes da documentação custodiada pelo Arquivo. Em 1936, surgiu o Departamento de Cultura com várias divisões, entre elas, a Divisão de Documentação Histórica e Social sob a qual estava subordinada a subdivisão chamada Documentação Histórica. Para ela já estavam estabelecidas as funções de recolher, restaurar, conservar documentos históricos ou antigos e possibilitar o acesso ao público.

AHSP - Edificio Ramos de Azevedo

Atualmente, de acordo com as informações encontradas na página da Prefeitura do município, o Arquivo Histórico de São Paulo salvaguarda os documentos considerados mais antigos da América Latina, as Atas da Câmara de Santo André da Borda do Campo datadas entre 1555 e 1558. Conta com um acervo de mil metros lineares que já ocupou vários imóveis na cidade até ser transferido para o Edifício Ramos de Azevedo (foto acima). E desde 2012 é um Departamento da Secretaria de Cultura.

Dentre as atividades oferecidas pelo AHSP, temos o Serviço Educativo cujo objetivo é a divulgação do conteúdo dos fundos documentais custodiados pela instituição e o desenvolvimento da função social do Arquivo – a conservação e acesso ao patrimônio documental da cidade. Como em muitas outras instituições arquivísticas, caracterizam esse serviço as visitas guiadas, sobretudo, e publicações destinadas ao público escolar.
De acordo com informações disponibilizadas pelo AHSP, o visitante conhece as dependências da instituição e um pouco sobre os documentos que lá se encontram. No caso de visitas técnicas para estudantes das áreas de biblioteconomia, de arquivística e de história, a atenção volta-se para a estrutura organizacional e para o tratamento recebido pela documentação. No entanto, para além de informes básicos a respeito desse serviço, ofertado por praticamente todas as instituições arquivísticas públicas, o que nos motivou a escrever sobre o Arquivo Histórico de São Paulo, nesse espaço destinado a apresentações e reflexões sobre ações educativas em arquivo, foi a proposta densa de visita guiada para o público escolar.

Capa Caderno do ProfessorPraticamente todas as informações a respeito dela, encontramos na publicação Caderno para o Professor. Para acessar, clique aqui.

Nele, está impresso uma sugestão de todos os passos para que a visita ao arquivo se transforme em uma atividade pedagógica: (1) Preparando a visita, etapa na qual o professor deve conhecer o espaço antes dos alunos, estabelecer os objetivos que pretende alcançar, definir conteúdos e temas a serem desenvolvidos com os alunos; (2) Agendamento e Visita; (3) Avaliando à visita que compreende a continuidade do trabalho em sala de aula. Para isso, seguem propostas de onze atividades.

As sugestões de atividades para serem desenvolvidas na sala de aula são as seguintes: (a) o registro de impressões dos alunos sobre a Mostra de Painéis do AHPS; (b) pesquisa direcionada no site do AHSP; (c) análise comparativa entre arquivo, biblioteca, museu e centro de documentação; (d) compreensão de textos e textos antigos; (e) exploração da Exposição Virtual; (f) reconhecendo a escola; (g) reconhecendo o bairro; (h) reconhecendo um bem cultural – elaboração de um concurso para escolha de um bem cultural que simbolize o bairro; (i) comparar vários mapas da cidade; (j) análise de painéis cujas informações retratam diversos momentos da cidade; e (l) Representação Dramática. No publicação, o leitor pode encontrar informações detalhadas de cada uma dessas sugestões de atividades. Achamos importante citá-las aqui, para refletirmos sobre o quanto, de fato, uma visita guiada deve ser compreendida como um serviço educativo quando ocorrem desdobramentos para além da contemplação da instituição, e sobre o quanto pode ser qualificada nesse sentido (principalmente em instituições que não oferecem outras atividades para o público escolar).

Capa Livro Conhecendo o AHSPPara o desenvolvimento das atividades sugeridas para o encaminhamento das visitas guiadas, o professor pode encontrar auxílio em uma publicação também elaborada para o público escolar. Trata-se do livreto Conhecendo o Arquivo Histórico Municipal – para acessar, clique aqui. Essa edição (2008), foi mais uma das formas encontradas pelo Serviço Educativo da instituição para divulgar os documentos custodiados pelo AHSP.

Pode parecer simples a oferta desses serviços. Entretanto, para aqueles que trabalham em instituições arquivísticas, é evidente o esforço para ser construído ou mantido qualquer tipo de trabalho pedagógico por instituições que são vistas pela administração pública, em boa parte das vezes, como apenas mais um, embora importante, apêndice da burocracia do estado. Dessa forma, a qualificação, pelo Serviço Educativo do AHSP, das visitas guiadas é um importante instrumento de manter a conexão entre os arquivos e o público escolar.

Fontes:
Página da Prefeitura da Cidade de São Paulo – http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/arquivo_historico/educativo/
Conhecendo o Arquivo Histórico Municipal (Publicação AHSP) – http://www.arquiamigos.org.br/info/info23/educativo/educativo.htm
Livro Caderno do Professor (Publicação AHSP) – http://issuu.com/ahsp/docs/caderno-professor-ahsp?e=6031811/2596149

Ação Educativa em Arquivos V: “mirando un vecino argentino!”

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00Nesta edição da categoria “Ação Educativa em Arquivos” vamos “mirar” as ações levadas a cabo pelo Archivo Provincial de la Memoria (APM) da Província de Córdoba, Argentina. A análise do trabalhos desses “hermanos”, vizinhos do Cone Sul, ajuda a perceber as possibilidades de compreensão e usos dos arquivos enquanto espaços educativos, nos fazendo refletir de maneira crítica sobre as práticas educativas do próprio APERS.

Criado através da Lei Provincial de la Memoria, nº 9286, este arquivo se localiza no prédio onde funcionava o antigo “Departamento de Inteligencia de la Policía de la Provincia de Córdoba”, conhecido como “D-2”, símbolo máximo da prática do terrorismo de Estado na região durante a ditadura militar argentina.

Fruto de experiências próprias do contexto argentino com sua história recente e com as marcas da ditadura militar, a criação do APM objetiva contribuir para manter viva a história contemporânea da Província, suas lições e legados às gerações presentes e futuras; prover os instrumentos necessários para a busca da verdade histórica, da justiça e da reparação social ante as graves violações de direitos humanos e liberdades fundamentais; fomentar o estudo, a investigação e a difusão da luta contra a impunidade e pelo respeito pleno aos direitos humanos e suas implicações nos planos legal, ético, político e institucional; preservar informações, testemunhos e documentos necessários para estudar as condições e consequências da repressão ilegal e do terrorismo de Estado; desenvolver métodos adequados para o recolhimento, gestão, acesso e difusão ao acervo do Arquivo, assim como criar instrumentos pedagógicos que contribuam para a manutenção das instituições democráticas e para tornar realidade o imperativo do “Nunca Mas”. Além disso, tem como prerrogativa preservar as instalações do edifício, que funcionou como centro clandestino de detenção e tortura, ressignificando o espaço e seus usos em uma perspectiva testemunhal, pedagógica e educativa.

A instituição insere-se nas normativas gerais do Conselho Internacional de Arquivos para documentos provenientes de sistemas repressivos. Nesse sentido, organizada a partir de “Áreas de Trabajo”, tem como funções obter, compilar, classificar, organizar e custodiar toda a documentação relacionada às violações de direitos humanos e à prática do terrorismo de Estado ocorridas na província de Córdoba; garantir o acesso a essa documentação a partir de solicitação simples de qualquer pessoa legitimamente interessada; e manter, a partir dos acervos obtidos, um museu e espaço de memória.

Frente a seus objetivos e funções junto à sociedade argentina, evidencia-se o papel pedagógico e educativo assumido pelo APM. Tomado enquanto espaço de memória, o arquivo é percebido como um território conquistado para o exercício coletivo de reflexão sobre o passado recente e sobre as tramas do presente que se vinculam à memória coletiva, à identidade e aos processos políticos de construção cotidiana da democracia. A partir da “Área Pedagogía de la Memoria” são oferecidos cursos de formação para estudantes e educadores, visitas, oficinas, materiais pedagógicos e atividades culturais diversas, que debatem o autoritarismo e as violações de direitos humanos a partir dos acervos, do edifício e das vivências trazidas por cada visitante.

Nos chamados “Encontros de Memórias”, três vezes por semana são recebidos grupos de crianças, jovens e professores, com agendamento prévio. As visitas, pensadas como processos ativos e reflexivos, que envolvam e estimulem a participação de todos como “sujeitos criadores e problematizadores da realidade”, não possuem um formato linear. São construídas a partir do contato prévio com os docentes de cada turma, em formato de oficina para um “aprender-fazendo de forma coletiva”.

A Área Pedagogía de la Memoria também produz materiais pedagógicos, como publicações impressas e audiovisuais, que buscam dar aporte a professores e estudantes para pensar os sítios de memória como ferramentas metodológicas em aula, e desenvolve ainda: a “Ronda de la Memória”, concebida como uma feira anual em que estudantes e professores compartilham experiências e produções realizadas ao longo do ano a partir do contato entre arquivo e escola; a “Ronda de la Lectura”, evento anual para jovens, crianças, escritos, educadores, músicos, artistas e público em geral. Durante dois dias todos compartilham a palavra, como “ferramenta poderosa que gera laços em comum e nos alimenta”; e o projeto “La justicia em su lugar”, que oportuniza aulas públicas mensais sobre Justiça e Memória em frente aos Tribunais Federais, no horário em que ocorrem as audiências de julgamento por crimes de Lesa Humanidade, produzindo mostras de arte e política, e defendendo o direito dos jovens maiores de 16 anos de assistir às audiências.

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Ano após ano também é aberto espaço para que estudantes de graduação acompanhem as ações educativas do arquivo, desenvolvendo suas práticas profissionais supervisionadas, assim como para estudantes que entram em contato com a instituição para realizar práticas sócio-comunitárias.

O trabalho desenvolvido pelo APM evidencia preocupação tanto com a salvaguarda e gestão documental (a partir do trabalho de Áreas como “Documentación y Conservación”, e “Investigación”), quanto com o papel social e os usos pedagógicos e educativos da instituição, evidenciando que é a partir da apropriação e resignificação do espaço e de seus acervos que se efetiva o próprio sentido de existência do Archivo Provincial de la Memória.

Ainda que seja necessário compreender as diferenças entre as duas instituições, diversos aspectos metodológicos empregados lá são semelhantes aos empregados nas ações educativas desenvolvidas pelo APERS, como a concepção e realização de oficinas como momentos para a produção coletiva de conhecimentos e trocas de experiências, a dinâmica de parceria e formação de educadores e estudantes de graduação, ou a valorização do espaço físico em que a instituição está sediada como patrimônio e como elemento central nas atividades pedagógicas. O APERS não é um arquivo temático ou um lugar de memória que testemunhe experiências traumáticas ali vivenciadas, mas salvaguarda uma série de fundos ou conjuntos documentais relacionados a temas sensíveis intimamente vinculados a identidades e memórias da sociedade sul-riograndense e brasileira, como a escravidão e a luta por liberdade, a imigração, e a própria ditadura civil militar. Além disso, carrega as marcas do tempo, de concepções de história e de arquivo, de Estado, política e sociedade. Tudo isso pode e deve ser problematizado e apropriado através de processos educativos que relacionem memória, história e patrimônio.

A dinâmica de condução das ações educativas no APM, tão próxima aos usuários do arquivo, lançando um olhar todo especial para suas demandas, abrindo espaço para os conceitos e significados trazidos por cada grupo, e acompanhando a sequência do trabalho após a participação nas oficinas, certamente é inspiradora para desdobramentos e até mesmo aperfeiçoamentos em nossas ações. Certamente buscaremos contato com a equipe hermana, e seguiremos criando parcerias para qualificar nossa caminhada!

Ação Educativa em Arquivos IV: a experiência do Arquivo Público do Estado de São Paulo

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Hoje, seguindo nossa série de postagens a respeito de ações educativas desenvolvidas por arquivos, apresentamos uma ótima experiência, para não dizer exemplar experiência de instituição arquivística que construiu, ao longo de alguns anos, importantes, qualificadas e significativas atividades pedagógicas. Referimo-nos às ações educativas propostas pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP).

Ações Educativas APESP

Conforme definição institucional, o Núcleo de Ação Educativa do APESP tem como atribuição elaborar programas educativos com o objetivo de aproximar o Arquivo Público do Estado de São Paulo de instituições educacionais e da sociedade em geral. Para alcançar tal objetivo, a instituição conta com uma série de atividades voltada para professores, alunos da educação básica, público especializado e público em geral. Conforme Barbosa e Silva (2012), servidoras do APESP, “todas essas ações visam atingir o usuário final da informação, seja o aluno, o professor, o pesquisador, o cidadão em geral. Sua função é a de mostrar o potencial do acervo; transformar o documento bruto em pesquisa; incitar a investigação; sugerir interpretações das fontes; produzir leituras da história, dar a conhecer o universo documental com a linguagem que o público final entende”.

Para os professores e alunos de graduação, o APESP possui três propostas: (1) Oficinas Pedagógicas, (2) O Professor no Arquivo e (3) Coleção Ensino e Memória. A primeira trata-se de oficinas nas modalidades a distância e presencial que possuem como objetivo discutir as possibilidades do uso de documentos de arquivo na sala de aula. A segunda, são oficinas temáticas a partir de documentos do arquivo que apresentem potencialidades do acervo com fonte de pesquisa e ensino. E a terceira é a elaboração e disponibilização de uma coleção cujos volumes são organizados por temáticas históricas, compostos por textos e sugestões de atividades.

Para o Ensino Fundamental e Médio são ofertadas duas atividades: (1) Ateliê Infantil, que atende às séries iniciais do Ensino Fundamental e que objetiva a sensibilização das crianças para a importância da preservação do patrimônio histórico documental; (2) Sala de aula no Arquivo, destinada às séries finais do Ensino Fundamental e ao Ensino Médio, composta por cinco aulas temáticas oferecidas a partir do acervo documental da instituição.

Uma outra frente ocupada pelo Núcleo de Ações Educativas é a construção de Exposições Virtuais, conteúdo do site que vale muito a pena ser visitado. Nelas são divulgados diferentes conjuntos documentais e sugestões de atividades para o professor utilizar em sala de aula. Até essa data, encontramos onze exposições sobre os seguintes temas: Segunda Guerra; Charges, Caricaturas e Política; Oeste Paulista; Revolução de 1932; Ferrovias Paulistas; Manuscritos na História; A revolta da Chibata; Revolução de 1924; Futebol no Brasil: das origens à popularização; Imigração em São Paulo e 30 anos da Lei de Anistia no Brasil.

Para os servidores do APESP, é por meio de tais atividades pedagógicas e culturais que o Arquivo tem conseguido “defender a importância da instituição na preservação de parte de nossa história e divulgar as potencialidades do acervo, transformando o Arquivo em uma ferramenta a serviço e à disponibilidade da sociedade” (Barbosa; Silva, 2012).

Além das ações mencionadas acima, são oferecidas ao público Visita Monitorada, divididas em visita geral e visita técnica. Da mesma forma, Oficinas Técnicas, como de Paleografia e Conservação de Acervos Bibliográficos e Iconográficos.

Cabe notar, trata-se de um trabalho de fôlego, tanto pela elaboração das diferentes atividades quanto para sua oferta permanente, talvez um dos maiores desafios para instituições arquivísticas que desenvolvam projetos educativos, como salientam Andresa, Carla e Stanley, quando a tarefa é “transformar a documentação histórica dos arquivos em produtos que dialoguem com o público escolar e a sociedade em geral, de forma a promover a sua ampla democratização” (Barbosa; Freitas; Silva, 2014).

Fontes:
Página do Arquivo Público do Estado de São Paulo, disponível em: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/site/
Ações Educativas a distância: relato de uma prática com professores no Arquivo Público do Estado de São Paulo de autoria de Andresa Barbosa, Carla Janaína de Freitas e Stanley Silva. Disponível em: http://rhhj.anpuh.org/ojs/index.php/RHHJ/article/view/114
Difusão em Arquivos: definição, políticas e implementação de projetos no Arquivo Público do Estado de São Paulo de autoria de Andresa Barbosa e Haike da Silva. Disponível em: http://www.revistaacervo.an.gov.br/seer/index.php/info/article/view/540/0

Ação Educativa em Arquivos III: Serviço Didático no Arquivo Nacional da Catalunha

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Ao propormos a publicação de artigos mensais a respeito de ações educativas em arquivos temos como principal objetivo difundir o que vem sendo feito e demonstrar as múltiplas potencialidades de tais instituições e seus acervos para os processos de ensino-aprendizagem. Inicialmente pretendíamos nos deter às ações desenvolvidas no Rio Grande do Sul e no Brasil. Entretanto, conhecendo minimamente a realidade dessa área em nosso país, temos consciência das debilidades ainda vivenciadas. Assim, apresentando atividades e programas levados a cabo também em outros países, pretendemos incentivar a exploração dessa importante “faceta” que contribui para a efetivação do papel social e cultural de nossas instituições congêneres.

Nesse sentido, foi com satisfação que tomamos conhecimento da realidade dos “serviços educativos” ou “serviços didáticos” desenvolvidos pelos arquivos espanhóis. Ainda que brevemente, em um contato através dos sites institucionais, pudemos notar que diversos deles possuem setores consolidados dedicados a pensar os usos educativos do patrimônio documental salvaguardado. Desde os arquivos das municipalidades, passando pelos arquivos das províncias e das comunidades autônomas, até o Archivo Histórico Nacional, a maioria oferece ações no campo da difusão voltadas a professores, estudantes e comunidade interessada, como visitas guiadas adaptadas aos interesses específicos de cada grupo, oficinas com manuseio e análise de documentos, disponibilização de materiais de apoio didático pela internet e exposições que destacam documentos de diversos fundos.

2015.05.20 Arxiu Nacional Catalunya

Hoje destacamos o Serviço Didático do “Arxiu Nacional de Catalunya”, ou Arquivo Nacional da Catalunha, que tem por missão “administrar, salvaguardar e preservar os arquivos e registros do Governo e da Administração pública Catalã, assim como os de indivíduos, organizações e entidades catalãs para que as pessoas descubram, usem e aprendam com esse patrimônio documental; favorecer a consolidação de una sociedade livre, aberta e democrática assegurando o acesso aos documentos, instrumentos essenciais que garantir o exercício dos direitos dos cidadãos e o controle das atuações dos poderes públicos; facilitar a compreensão histórica de nossa identidade nacional e apoiar a vida cultural e intelectual dos catalães”.

Para cumprir com tal missão, o Arquivo é composto por uma equipe multidisciplinar e organiza-se em oito áreas, sendo uma delas a de “Servicio didáctico”, especialmente voltada para “animar entre o professorado e o alunado do secundário a utilização didática da história com fundos de arquivo. O que é feito mediante a utilização dos fundos documentais do arquivo como fonte 2015.05.20 Arxiu Nacional Catalunya 2para o estudo e a investigação, e elaborando recursos documentais e didáticos específicos”. Este núcleo oferece visitas guiadas (com duração de 45 min.); oficinas (com duração de 2h); atendimento individualizado de assessoramento a professores e estudantes, para apresentar a instituição, dar suporte à produção de materiais pedagógicos próprios para os educadores, e de pesquisas escolares para os estudantes; e ainda disponibiliza via internet seleções didáticas de documentos por dossiê temático ou por conteúdo curricular, e propostas de atividades pedagógicas e materiais de apoio produzidos pela equipe do Arquivo.

Fizemos apenas uma apreciação prévia a partir dos conteúdos disponibilizados através do portal institucional, que já demonstram o grande potencial do acervo para fins educativos, a diálogo existente entre os servidores do Arquivo e os educadores, e a evidente compreensão de que dar suporte à educação e estimular a valorização do patrimônio são sim um importante papel dos Arquivos. Obviamente uma visita presencial, ou mesmo uma pesquisa através de questionários, seriam o ideal para conhecer melhor as ações e utilizá-las como referencial. Não descartamos essa possibilidade em um futuro breve. Entretanto, as informações publicizadas pelo site estão bem organizadas e transparentes – o que parece demonstrar o avanço e o reconhecimento das instituições arquivísticas na sociedade espanhola – e possibilitam destacar que as ações educativas não são executadas de forma isolada das demais ações arquivísticas, e não são pensadas como projetos com um “prazo de validade”. São desenvolvidas como serviços prestados à comunidade, equivalentes ao serviço de consulta ao acervo, ou de gestão documental, por exemplo.

Certamente a realidade do Arxiu Nacional de Catalunya, e dos arquivos espanhóis em geral, está diretamente vinculada à cultura daquela sociedade, que estabelece relações de pertencimento com o patrimônio e a história mais profundas do que as estabelecidas pela sociedade brasileira. Ainda estamos distantes de um contexto em que os documentos sejam reivindicados e acessados por todos os cidadãos cotidianamente. Muito de nós ainda não sabemos identificar e diferenciar museus, bibliotecas e arquivos, não sabemos onde estas instituições se localizam, ou quais serviços podem prestar, raramente tivemos acesso a essas informações durante a vida escolar e não fomos instigados a investigar de que forma se dá a produção do conhecimento através da pesquisa. Consequentemente, havendo menos demanda e valorização social, haverá menor atenção e investimentos por parte dos gestores públicos, que não serão cobrados.

Nesse contexto, acreditamos que o fortalecimento de serviços educativos em arquivos pode contribuir de forma eficiente para “quebrar” esse ciclo, por um lado ajudando a transformar a realidade das instituições arquivísticas através da educação, por outro favorecendo “a consolidação de una sociedade livre, aberta e democrática assegurando o acesso aos documentos, instrumentos essenciais que garantir o exercício dos direitos dos cidadãos e o controle das atuações dos poderes públicos”, como pretendem os catalães.

Ação Educativa em Arquivos II

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2015.04.15 Ação Educativa em Arquivo II

Seguindo com a nossa segunda publicação a respeito das ações educativas desenvolvidas em arquivos públicos, hoje vamos apresentar um trabalho muito interessante desenvolvido pelo Arquivo Histórico Municipal de Porto Alegre Moysés Vellinho (AHPAMV).

Localizado na Avenida Bento Gonçalves, uma das principais vias de Porto Alegre, a instituição ocupa o espaço de um casarão do século XIX no qual estão reunidos dezenas de milhares de documentos, datados desde 1764, que constituem importantes fontes de pesquisa sobre a cidade. Dentre essa documentação, são encontrados jornais e revistas, que veiculavam informações a respeito do cotidiano da cidade, e documentos oficiais como relatórios, projetos, mapas, plantas e correspondências que permitem a compreensão das administrações municipais.

Tanto o acervo documental como a biblioteca especializada na história de Porto Alegre estão disponíveis para pesquisa pública. Entretanto, uma das formas de acesso e difusão que privilegiaremos neste texto, diz respeito às atividades educativas desenvolvidas pela instituição que tem como objetivo “construir o conhecimento sobre a cidade e despertar a consciência para a necessidade de preservação do patrimônio cultural” (Blog do AHPAMV).

O próprio acervo do Arquivo Histórico constitui a matéria-prima das ações de Educação Patrimonial, sendo os documentos pela instituição custodiados, as fontes utilizadas para o desenvolvimento dos projetos. Segundo Biazzetto, o Arquivo inseriu-se no movimento de patrimonialização ocorrido nos anos 90 primeiro com a oferta de visitas guiadas para o público e no ano de 1997 com o primeiro projeto de educação patrimonial denominado de Papel Antigo e Papel Velho, seguido, no ano de 2000, pelo projeto Vivo Toque. Por conta disso, aponta Ivana Parrela que, no Rio Grande do Sul, o Arquivo Histórico Moysés Vellinho “desenvolve ações que são pioneiras no cenário nacional, de forma contínua”. Reforça que a partir de 2005, a “metodologia da Educação Patrimonial passou a ser, formalmente norteadora dos trabalhos”.

Os dois Projetos mencionados, pela pesquisa que realizamos no Blog do Arquivo Moysés Vellinho, não são mais desenvolvidos pela instituição. Em substituição, encontramos outros sete projetos que compõem as ações educativas hoje desenvolvidas. São eles: (1) Onde está o patrimônio?; (2) Brincando de Editar; e (3) Arquivo vai à escola: detetives investigadores e defensores do Patrimônio, destinados às Séries Iniciais do Ensino Fundamental; (4) Detetives na Casa dos Malheiros, para o sextos e sétimos anos do Ensino Fundamental; (5) Cuidar para não Esquecer, atividade oferecida para os oitavos e nonos anos do Ensino Fundamental; (6) Visitas de Sensibilização, disponíveis para turmas de alunos da Educação de Jovens e Adultos; e (7) Formação de Professores (mais informações a respeito das atividades podem ser encontradas no Blog do Arquivo, acesse aqui).

O Arquivo Histórico de Porto Alegre, assim como os demais investigados por Parrela são boas exceções de instituições arquivísticas que consolidaram práticas educativas como função própria de um arquivo. Sabe-se, entretanto, que os investimentos dos arquivos brasileiros em atividade educativas, quando comparados aos dos museus, ainda são baixos. Talvez isso também explique, em conjunto com outros elementos, os motivos pelos quais nas instituições museológicas desenvolvem mais atividades educativas que as instituições arquivísticas. Ainda assim, no artigo em que compara as experiências desenvolvidas nos arquivos públicos localizados nas capitais dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, dentre os quais o trabalho desenvolvido pelo Arquivo Moysés Vellinho, é exposta a “adoção de boas práticas consolidadas na área”. Entretanto, segundo ela “existe pela frente um longo percurso para qualificar os trabalhos desenvolvidos pelas análises críticas, difundir as metodologias empregadas e estreitar o diálogo com as várias partes envolvidas e, especialmente, com as universidades que formam, ao mesmo tempo, arquivistas, historiadores e educadores sem discutir as relações da pesquisa com a educação em um de seus locus privilegiados: os arquivos”.

Seguiremos nos próximos meses apontando outras experiências que evidenciem a importância de que os trabalhos educativos em arquivos sejam contínuos, reconhecidos como uma exigência da difusão e como forma de garantia, também, de direitos.

Para saber mais:

  • Site da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, clique aqui.
  • Blog Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho, clique aqui.
  • Giovanni Biazzetto – Patrimônio e Memória nas Práticas de Educação Patrimonial do Arquivo Histórico Moysés Vellinho de Porto Alegre/RS (1997 a 2005), clique aqui.
  • Ivana Parrela – Educação Patrimonial nos arquivos brasileiros: algumas experiências e perspectivas de uso da metodologia, clique aqui.

Ação Educativa em Arquivos

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A partir de hoje, sempre na terceira semana de cada mês, publicaremos artigos relacionados a ações educativas em instituições arquivísticas. A motivação para a escrita e compartilhamento de reflexões acerca do tema vem tanto das experiências cotidianas desenvolvidas no APERS nos últimos anos, quanto da percepção de que é necessário aprofundar a produção de conhecimento e o intercâmbio entre arquivistas, historiadores, educadores, estudantes e demais interessados na área.

Pensando o papel social dos arquivos e seu caráter enquanto lugar de memória, podemos afirmar que ainda há muito por fazer no Brasil para que tais instituições sejam socialmente reconhecidas em seu potencial educativo e cultural. Ainda que diversos arquivos brasileiros já desenvolvam ações educativas, hoje quando pensamos em visitar espaços culturais, quando imaginamos turmas escolares ou grupos da comunidade em contato com o patrimônio cultural, em geral nos remetemos a passeios em museus e bibliotecas, ao contato com acervos tridimensionais, com livros e coleções de periódicos. Para muitos a paisagem de estantes repletas de caixas e encadernações de documentos pode parecer complexa e ao mesmo tempo árida, pouco atrativa aos olhos do público geral, para além dos pesquisadores já habituados com esse cenário.

Entretanto, o estudo de ações no Brasil e em outros países, e a nossa própria experiência tem demonstrado que os arquivos podem, sim, ser qualitativamente explorados como espaços educativos, e que esse trabalho tanto contribui para a qualificação dos processos de ensino e aprendizagem nas escolas e espaços não formais de educação, quanto para que a sociedade conheça e reconheça a importância das instituições arquivísticas, e delas se apropriem.

2015.03.18 Ação Educativa em Arquivos Imagem2

Sabemos que na França, por exemplo, os “serviços educativos” vem sendo construídos e consolidados nos arquivos públicos desde a década de 1950. Como coloca Annick Pegeon, responsável pelo Serviço Educativo dos Archives Nacionales da França, “ao longo de décadas, o documento arquivístico fez, paulatinamente, sua entrada na escola, facilitada pela criação, na França, a partir dos anos de 1950, dos serviços educativos em arquivos, que oferecem aos professores e seus alunos oficinas e visitas pedagógicas destinadas a proporcionar a descoberta dos arquivos e dos grandes períodos históricos” (PEGEON, 2012). Outros países europeus, como a Itália e a Espanha, já desenvolveram uma trajetória maior nessa área.

No Brasil, podemos apontar que o final da década de 1980 – com a abertura democrática, a entrada em cena de diversos grupos e minorias reivindicando direitos e reconhecimento, e a chamada “Constituição Cidadã” – marcou um novo período nas relações da sociedade e do poder público com o patrimônio cultural, estando o patrimônio documental nesse bojo. Esse processo se expressou, entre outros textos legais e ações estatais, no novo texto constitucional, na legislação sobre salvaguarda e preservação do patrimônio, na Lei de Arquivos (8.189, de janeiro de 1991), e nos Parâmetros Curriculares Nacionais, que passaram a considerar fundamental o contato com documentos históricos nas escolas para o estudo das Ciências Humanas e a compreensão dos processos históricos. Da década de 1980 para cá, certamente uma série de atividades nesse sentido têm sido levadas a cabo em arquivos.

2015.03.18 Imagem para Ação Educ em Arquivos

No APERS, especialmente a partir de 2009, passamos a dedicar um esforço considerável para consolidar ações na área da difusão, com especial atenção ao potencial educativo da instituição e de seus acervos, oferecendo oficinas, visitas guiadas, cursos de formação para professores, capacitações de oficineiros, propostas pedagógicas virtuais. A relação com a comunidade tem se estreitado cada vez mais, com demanda crescente e reconhecimento por parte de universidades, escolas e outras instituições de memória.

A categoria “Ação Educativa em Arquivos” surgiu de tudo isso: a partir da nossa experiência, do conhecimento de diversas outras experiências em arquivos do Brasil e de fora do país, e por acreditar na necessidade de institucionalizar a função educativa nos arquivos, e não apenas realizar ações isoladas ou circunstanciais. Através desses artigos mensais pretendemos contribuir para conectar pessoas e ideias, reunir e compartilhar informações, e contribuir com mais alguns tijolinhos na construção de uma visão global e social dos arquivos no mundo contemporâneo. Acompanhe!
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PEGEON, Anick. Uma Experiência Pedagógica em Arquivos: A disciplina “Arquivo” dos Archives nacionales da França. Acervo, Rio de Janeiro, v. 25, n. 1, p. 89-102, jan./jun. 2012 – pág. 89. Disponível em: http://www.revistaacervo.an.gov.br/seer/index.php/info/article/viewFile/562/447

Divulga APERS – Diretrizes 2015

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2015.01.07 Divulga APERS – Diretrizes 2015Hoje divulgamos as diretrizes gerais de nossas mídias virtuais e artigos periódicos que pretendemos publicar aqui no blog ao longo deste ano! Ressaltamos que o Governo do Estado do RS está em fase de organização administrativa e ainda não temos a definição sobre a diretoria do Arquivo Público do RS, então a programação está sujeita a alterações.

Para o blog institucional:

A partir de março, na primeira semana de cada mês, teremos a publicação da resenha do filme que será exibido no projeto “Cinema no Arquivo” e será de responsabilidade do técnico em assuntos culturais Claus Farina.

Na segunda semana, a partir do mês de fevereiro, nossa técnica em assuntos culturais Clarissa Alves continuará a publicar seus artigos na categoria “Mulheres no APERS”, nos instigando ao debate sobre a temática tendo como ponto de partida o catálogo seletivo resultante do projeto “Afinal, onde estão as mulheres no APERS? Gênero, memória e história”.

Também na segunda semana, bimensalmente, a partir de maio, a técnica em assuntos culturais Nôva Brando publicará artigos com base nos processos administrativos do fundo Secretaria da Justiça que está em fase de tratamento técnico.

Na terceira semana de cada mês, a partir de março, as técnicas em assuntos culturais Clarissa Alves e Nôva Brando publicarão artigos que versarão sobre as experiências de ações educativas em instituições arquivísticas.

Também na terceira semana de cada mês, a partir de março, as técnicas em assuntos culturais Angelita Silva e Roberta Scholz publicarão artigos sobre documentos “interessantes” que compõem o nosso acervo do Poder Judiciário.

Na quarta semana de cada mês, a partir de fevereiro, a técnica em assuntos culturais Clarissa Alves publicará na categoria “AfricaNoArquivo” sobre questões da história afro-brasileira.

Na última semana dos meses de abril, maio, junho, agosto, setembro e outubro a técnica em assuntos culturais Nôva Brando publicara novas propostas do projeto “APERS? Presente, professor!” tendo por temática direitos humanos.

Na página no Facebook publicaremos chamadas para artigos publicados em anos anteriores em nossos blogs, institucional e temático, nas segundas, terças, quintas e sextas-feiras, e claro, às quartas-feiras continuaremos a fazer as chamadas das publicações semanais! Assim, nas segundas-feiras faremos chamadas para artigos publicados em nosso blog temático Resistência em Arquivo, nas terças-feiras chamadas para artigos publicados em 2014 nas categorias Arquivos & Conceitos, Arquivos & Diversidade Étnica, Arquivos & Genealogia, Mulheres no APERS e SIARQ/RS, nas quintas-feiras destacaremos artigos publicados na Mostra de Pesquisa do APERS que tiveram como fontes documentos custodiados por nossa instituição, e nas sextas-feiras publicaremos chamadas para as dicas da categoria Mundos dos Arquivos publicadas na temporada de 2012.

Quanto ao Twitter continuaremos a postar, de segunda a sexta-feira, dicas que envolvam a área de atuação do APERS, além das chamadas para os conteúdos publicados em nosso blog institucional e replicações das postagens do Facebook. Uma novidade é a alteração de nosso “nome de usuário” o qual mudará de @APERS_SARH para @ArquivoRS, tendo em vista a Lei nº 14.672, de 01 de janeiro de 2015, que altera o nome de nossa Secretaria.

Para 2015 desejamos que você continue a nos acompanhar pelas mídias, mas claro, também queremos sua presença em nossa Sala de Pesquisa, eventos e demais atividades que realizamos visando sua participação e interação!