AAAP Convida: Carreteiro de Confraternização!

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2013.05.29 Convite Carreteiro AAAP

Livro da X Mostra de Pesquisa disponível no site do APERS

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2013.05.29 Livro X Mostra no site       Em 2012 realizamos a X Mostra de Pesquisa do APERS, que gerou publicação organizada a partir dos trabalhos apresentados ao longo do evento. A solenidade de lançamento do livro ocorreu no APERS no dia 04 de abril.

     Hoje lançamos em nosso site a versão digital, que está disponível para download. Para baixá-lo, clique aqui.

APERS Entrevista: Cesar Roberto Viero

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2013.05.29 APERS entrevista - Cesar Roberto Viero

Cesar Roberto Viero, 59 anos, é bacharel em Ciências Contábeis pela UFRGS e embora esteja aposentado há seis anos, depois de trinta e nove anos de labor, sendo os últimos vinte no Banrisul, continua trabalhando. Claro, agora de forma liberal. Assim, consegue dedicar-se à pesquisa genealógica que tanto o fascina. Confira nossa entrevista com Cesar Roberto!

Blog do APERS: Cesar Roberto, você poderia comentar um pouco sobre o trabalho que vens desenvolvendo atualmente?

Cesar Roberto: Como descendente de italianos, após minha “descoberta” das origens, aos poucos fui me apaixonando pela pesquisa de tal modo que, quando percebi, não conseguia mais largar esse “vício”! Faço três tipos de pesquisa atualmente: a minha própria, que não acaba nunca; para pessoas conhecidas e muitas que só conheço por e-mail às quais ajudo a encontrar seus antepassados, principalmente se precisam localizá-los na Itália e, por último, além de voluntário indexador para o Familysearch contribuo com minhas pesquisas para uma organização na Itália em que um dos sócios fundadores é meu amigo particular.Recentemente fiz uma pesquisa para um amigo meu e uma prima que precisei consultar registros nos arquivos online da França, na República Checa, Eslováquia e Croácia. Imagina que tive de aprender muitos termos em francês, latim, eslovaco, tcheco, além de alemão e húngaro. Uma loucura! Felizmente há o Google para ajudar.

Blog do APERS: Como se deu a tua aproximação com este tema?

Cesar Roberto: Bem, perdi meu pai muito jovem ainda e tive pouca informação da nossa origem. Sabia vagamente que meus avós paternos eram italianos, só isso. Depois de muitos anos quando já residia aqui em Porto Alegre, um primo havia solicitado o reconhecimento da cidadania italiana e quando ficou pronto me contou e perguntou-me se queria fazer a minha. Assim, num encontro em sua casa, meu tio contou-me uma porção de coisas sobre nossa família, mostrou-me passaporte original e outros documentos que eles trouxeram da Itália. E me passou uma relação com todos os irmãos de meu avô dos quais jamais soube nada. Aí se iniciou a minha saga. Hoje tenho minha genealogia “quase” acabada no lado paterno que remonta até 1700 na Itália e pelo lado materno vai até 1650 nos Açores. Sim, tenho esse lado açoriano no sangue com muito orgulho.

Blog do APERS: Qual a importância do acervo do APERS para tua atuação enquanto pesquisador?

Cesar Roberto: Ah, para mim, o APERS é como um oásis no deserto ou uma ilha no meio do oceano! Conheço muito pouco do acervo e esse pouco tem sido de muito valor para mim. Há uma riqueza imensa a ser descoberta. As vezes que venho aqui e fico olhando aquelas mesinhas repletas de processos, livros, habilitações, enfim, penso: Ah, quando vou poder olhar tudo isso? Não posso deixar de mencionar os servidores do APERS, sua dedicação e disponibilidade sempre que precisamos.

Blog do APERS: Qual a tua dica para os pesquisadores que estão começando agora a lidar com fontes primárias?

Cesar Roberto: Em se tratando de genealogia, começar a partir de seus próprios dados. Procurar conhecer seus pais de uma forma mais profunda, conhecer a história deles e ouvir suas estórias com prazer. Se tiver a felicidade de ter os avós e até bisavós vivos, então não deixe de procurar conhecê-los bem. Eles adoram contar suas experiências. Isso é base para a genealogia. Manter um registro de fatos relacionados com a família. Se esse tempo já passou e sabe pouco de sua história familiar, vá agregando informações sobre seus ascendentes, não apenas os seus, na linha reta, mas obtenha os dados dos tios, primos, irmãos dos avós, enfim. Tenho visto muita gente “patinando” em sua pesquisa só porque não abre o leque. Quando a gente não acha o que procura num registro, temos que ver os outros, mesmo que sejam secundários. Às vezes, o que nos faltava está ali.

Blog do APERS: Nas tuas horas vagas quais são tuas atividades preferidas de lazer?

Cesar Roberto: Gosto muito de ler. Há muitos programas interessantes na televisão, principalmente no Discovery, que assisto frequentemente. A internet também é uma grande aliada, pois me leva para lugares distantes. Temos uma gigantesca fonte de informações à disposição. Basta procurar. Aliás, já foi dito: “Quem procura, acha”… Muito Obrigado.

APERS entre “Os Caminhos da Matriz”

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    No último sábado realizou-se mais uma edição do projeto Os Caminhos da Matriz: visitas guiadas e atividades culturais. Compareceram cerca de 50 participantes que visitaram o Arquivo Público, o Solar dos Câmara e o Museu Julio de Castilhos. Dentre os presentes estavam professores e alunos do Curso de Mestrado em Memória Social e Bens Culturais da Unilasalle.

    A linda tarde de sol estava propícia para um passeio que começou no Arquivo Público com a orientação das historiadoras Clarissa Alves e Vanessa Menezes que destacaram a importância da preservação do patrimônio edificado e documental do APERS, bem como, os projetos e programas que a instituição desenvolve.

    Em seguida o grupo dirtigiu-se para o Solar dos Câmara onde foram recebidos por Rafael Pereira, Gabriel Nicolao e Thuanny Azevedo, integrantes da equipe de história da Assembléia Legislativa do RS. Os visitantes puderam contemplar, nos diversos ambientes, pinturas, lustres e cortinas utilizadas na decoração desde o período em que a família Câmara residia na casa.

    Por fim, todos encaminharam-se para o Museu Julio de Castilhos, última instituição a ser visitada no percurso. O historiador Gabriel Castello, conduziu os participantes por uma breve viagem acerca da história do Rio Grande do Sul, destacando a figura de Julio de Castilhos, o acervo relacionado à escravidão no Estado e a Revolução Farroupilha.

    Mais uma vez o Caminhos da Matriz foi um sucesso. Convidamos a todos para participar da próxima edição no dia 29 de junho de 2013, quando ofereceremos o Roteiro 1: Memorial do Ministério Público, Memorial do Judiciário e Palácio Piratini.

    Seguem os registros fotográficos feitos por Felipe Kühne durante o percurso.

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APERS tem projeto aprovado via Lei Rouanet

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PreservAPERS

     No mês de abril de 2013 o Arquivo Público do RS e a Associação dos Amigos do Arquivo Público – AAAP obtiveram aprovação do Projeto Conservação Preventiva para o APERS junto ao Ministério da Cultura, o qual autorizou a captação de recursos no valor de R$141.702,57 através da Lei Federal nº 8.313/91 de Incentivo a Cultura – Lei Rouanet.

     O grande destaque da Lei Rouanet é a política de incentivos fiscais que permite ao contribuinte, pessoa física ou jurídica, abater integralmente do imposto de renda os valores destinados ao apoio de projetos culturais, a título de doação ou patrocínio, em diversos segmentos culturais. Neste contexto destacamos os dois seguimentos em que o projeto se encaixa: Doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos e cinematecas, treinamento de pessoal e aquisição de equipamentos para manutenção desses acervos e o de Preservação do patrimônio cultural material e imaterial.

     O Projeto tem por objetivo a aquisição de equipamentos e serviços que viabilizam as ações de conservação preventiva para o Arquivo e abrange a aquisição dos seguintes itens: 169 estantes de aço, 03 mapotecas de aço, 01 mesa de higienização de documentos, 04 aspiradores de pó portáteis, 01 Furadeira portátil para auxiliar na encadernação de processos, além da aplicação de filmes de proteção contra a luminosidade em todas as janelas do Conjunto Arquitetônico do APERS e a calibração de seis termohigrômetros digitais e um luxímetro digital visando o controle da temperatura, da umidade relativa do ar e da luminosidade nas áreas de acervos.

     Os próximos passos serão a captação dos recursos autorizados e a implementação do projeto. O APERS vem buscando através do desenvolvimento de projetos incentivados equipar seus espaços, melhorar a qualidade dos serviços prestados a sociedade e preservar o conjunto arquitetônico e o acervo documental mantendo assim, viva e disponível a memória do Rio Grande do Sul.

Semana Acadêmica História/UFRGS no APERS

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   Nos dias 20 e 24/05 o Arquivo Público do RS recebeu a Semana Acadêmica do Curso de História da UFRGS. O evento, organizado pelo Centro dos Estudantes de História da UFRGS (CHIST) e por comissão de estudantes, abordou o tema “Futebol e Megaeventos: Expropriação, Apropriação e Exploração”, contando com mesas de debate sobre a importância da história do futebol na academia; a elitização do futebol brasileiro; megaeventos; o preço da copa, as resistências em defesa dos espaços públicos e da moradia; propaganda, identidade e representação; e a imagem da mulher no futebol.

  Entre as atividades oportunizadas no evento esteva o espetáculo Futebol, Nossa Paixão: Pra falar sobre Política, Futebol e Religião!, do grupo de teatro “Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta Favela”, formado em 2008 a partir de uma oficina realizada pela Tribo de Atuadores Oi nóis aqui Traveiz. Atualmente o grupo conta com 14 integrantes, estudantes das mais diversas áreas, como teatro, história, ciências sociais, e geografia. A peça, que já foi apresentada no Rio de Janeiro, São Paulo e Fortaleza e foi convidada para ser realizada em Cabo Verde, estava sendo encenada pela 40º vez na data do evento. Segundo a própria divulgação do grupo: “Futebol, Nossa Paixão é uma criação coletiva para teatro de rua que se propõe a discutir as consequências que um megaevento do porte da Copa do Mundo de Futebol pode trazer para o povo. (…) Apresentamos torcedores sacrificando-se pelo único prazer de ver o Brasil ser campeão com seus próprios olhos.” Para informações sobre o grupo acesse o blog: levantafavela.blogspot.com.br

   Confira abaixo fotos das mesas e da peça!

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V Encontro de Olho no Futuro é realizado no APERS

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     Nos dias 20 e 23 de maio de 2013 aconteceu, no Auditório Marcos Justo Tramontini do APERS e no Museu de Artes do Rio Grande do Sul – MARGS, o V ENCONTRO DE OLHO NO FUTURO, evento coordenado por Rudimar Anghinoni da ESPRO – Ensino Social Profissionalizante. Destinado a jovens e aprendizes com idade de 14 a 24 anos, o Encontro visa oportunizar a troca de experiências entre jovens e profissionais de diferentes áreas com vistas a inclusão social.

    A proposta é que as palestras ministradas nos encontros sejam articuladas no formato de “roda de conversa”, sendo o palestrante o principal interlocutor. No V Encontro os palestrantes discorreram sobre sua trajetória na vida profissional, desde a escola básica, expondo dificuldades, características importantes e condições de sua profissão, além de comentarem acerca do Curso correspondente a sua profissão e das respectivas oportunidades no mercado de trabalho.

   Palestraram no evento: Renato da Silva Costa, da Agência CON, sobre o tema “Programador de TI e Marketing Digital”; Rudimar Anghinoni e Loiva Steigleder, da ESPRO, apresentando o vídeo institucional da empresa; Elias Rodrigues, da Imobiliária Auxiliadora Predial, sobre o tema “O Administrador Imobiliário”, Osvaldo Petersen, da Rotary, expondo a história da empresa Rotary; Elizabeth Lima, arquivista e chefe da Didoc do APERS, sobre o tema “O Arquivista” e Alexandre Baretta, militar do Exército Brasileiro, explanando sobre a profissão militar.

Aconteceu no APERS: II Jornada – 4º dia de evento!

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     Hoje chegamos ao final de nossas postagens a respeito da II Jornada de Estudos sobre Ditaduras e Direitos Humanos abordando o último dia do evento, 27/04.

     Neste dia contamos com comunicações no turno da manhã, organizadas nas mesas intituladas Resistências e redes de solidariedade nas ditaduras do Cone Sul, e Outras experiências de repressão e resistência às ditaduras. No turno da tarde, com início às 14h, ocorreu a mesa redonda intitulada “Brasil nos ‘Anos de Chumbo’: estratégias de luta, resistência e sobrevivência”, com a participação dos professores Janaína de Almeida Teles (História/USP), Diorge Konrad (História/UFSM), Caroline Bauer (História/UFPel), com depoimento da ex-presa política, membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos e militante dos Direitos Humanos Suzana Lisbôa, sob coordenação do professor Solon Viola (UNISINOS).

   Ao final do evento contamos com uma emocionante atividade de encerramento protagonizada pelo músico e ex-exilado político Raul Ellwanger, que compartilhou com todos seu depoimento mesclando palavras e canções, que levaram todos a refletir sobre o período das ditaduras no ambiente do Cone Sul, a resistência dos que lutaram contra ela, e as tarefas que ficam para nós hoje, em tempos de democracia, como o aprofundamento dos mecanismos de exercício democrático, o estudo e difusão do conhecimento histórico produzido sobre o tema, e a conscientização mais ampla possível a respeito dos direitos dos cidadãos, dos sérios limites necessários ao uso da violência por parte do Estado, da luta para que não se esqueça, e nunca mais aconteça!

   Compartilhamos também parte das duas últimas entrevistas realizadas com participantes do evento, hoje os acadêmicos Dante Guimarães Guazzelli, doutorando em história pela UFRGS, que apresentou durante as comunicações o trabalho “O malabarista, a farda e o nanquim: o governo Jango e golpe nas charges de Sampaulo publicadas no jornal Diário de Notícias em março e abril de 1964”, e a acadêmica Letícia Zavaschi, estudante de História na Pontifícia Universidade Católica RS e frequentou o evento como ouvinte.

APERS: Qual a temática do teu trabalho? Qual a relação com os outros trabalhos do evento?

Dante: Sou doutorando em história da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e vim apresentar um trabalho que fiz ano passado, relativo a memória visual da ditadura no Rio Grande do Sul. Realizei um levantamento de imagens cujo o recorte são as charges do período do golpe feitas por San Paulo. Gostei bastante de apresentar, eu já havia apresentado na I Jornada e agora tive oportunidade de adquiri mais experiência. É muito interessante o dialogo entre diferente trabalhos que possuem o mesmo foco relacionando arte e ditadura.

APERS: Como está sendo participar da II Jornada de Ditadura e Direitos Humanos?

Letícia: Sou acadêmica de história da PUC-RS. Estou gostando muito do evento, que está sendo muito produtivo, agregando-me muitos conhecimentos, uma vez que trabalho no Arquivo Histórico do RS com a catalogação da documentação do ministro Tarso Dutra na época da ditadura militar.

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Exposição: “Temporânea”

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Exposicao Temporanea no APERS

     O Arquivo Público do RS, com apoio da Companhia Carris Portoalegrense, apresenta a exposição “Temporânea no Espaço Joel Abílio Pinto dos Santos, no andar térreo, de 21 de maio a 22 de julho.

     O projeto Temporânea é uma parceria com a Secretaria de Governança e o Programa Viva o Centro, com apoio da Associação Cultural Amigos da Memória Carris e do Canal Você.

     A exposição é composta por um conjunto de 07 totens que apresentam uma narrativa hipertextual composta por vídeos, textos, recortes de jornais, crônicas e depoimentos que apresentam o centro da Capital em suas diferentes temporalidades (Cidade Antiga, Cidade Contemporânea e Cidade do Futuro). Como uma construção contínua da História, destacam-se seus habitantes e frequentadores que se constituem como atores sociais de sua trajetória. O projeto ressalta o patrimônio imaterial, intangível, para além dos muros, prédios, calçadas e veículos, proporcionando a inserção do indivíduo em sua comunidade.

   A Temporânea tem o intuito de impulsionar a participação ativa dos cidadãos na construção de uma Porto Alegre que preserva, cuida e, com isso, mantém um processo contínuo de desenvolvimento sustentável.

     Venha prestigiar!

Documentos do acervo do APERS no Programa Nação da TVE!

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Programa Nação TVENa sexta-feira, dia 10, a emissora pública TVE esteve no Arquivo Público do RS para gravar matéria focada no tema “a influência do negro na história e na cultura gaúcha” para o programa Nação. Nesse sentido, o Arquivo Público do RS selecionou alguns documentos relacionados à escravidão como, por exemplo, uma Carta de Liberdade do ano de 1877, que ilustrarão o programa.

O programa Nação vai ao ar todas as segundas-feiras às 20h30min, quartas-feiras às 7h30min e aos sábados às 20h. A exibição do programa gravado no Arquivo Público está prevista para a próxima segunda-feira, dia 27!

APERS entre “Os Caminhos da Matriz” – maio 2013

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     No próximo sábado, dia 25 de maio, será realizada a primeira edição do Roteiro 2 do projeto Os Caminhos da Matriz: visitas guiadas e atividades culturais deste ano. O roteiro inclui o Arquivo Público do RS, Solar dos Câmara e o Museu Júlio de Castilhos. O ponto de encontro é a Praça da Matriz, às 14h. A atividade é gratuita e não necessita de agendamento prévio. Participe!

     Confira abaixo a programação completa:

2013.05.22 Os Caminhos da Matriz - 2013

APERS conta histórias: Comissão de Desenvolvimento Econômico do Litoral – CODEL

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  A Comissão de Desenvolvimento Econômico do Litoral – CODEL* foi criada a partir do Decreto nº 11.248, de 04 de abril de 1960. Subordinada diretamente ao Governador do Estado, cargo ocupado naquele momento por Leonel de Moura Brizola, esta Comissão tinha como finalidade promover o desenvolvimento sócio-econômico dos municípios situados na faixa litorânea gaúcha.

  Dentre as competências da Comissão estava a gestão dos recursos públicos e privados, utilizando-os de maneira racional visando o desenvolvimento da região, bem como, a execução de suas tarefas e atividades, em parceria com os demais órgãos estaduais, baseada em levantamentos físicos e sócio-econômicos do litoral. Para auxiliar na elaboração de estudos e projetos, eram constituídos grupos de trabalho compostos por servidores públicos estaduais e, quando necessário, profissionais que não compunham o quadro funcional do Estado.

  O primeiro presidente da CODEL foi o Engenheiro Mário José Maestri, e com ele foi admitida uma esquipe técnica composta por profissionais de diversas áreas que, com sua experiência, poderiam contribuir com os objetivos propostos pela Comissão. Dentre os profissionais nomeados temos, desenhistas, assistentes sociais, zootecnistas e economistas.

  O acervo da Comissão de Desenvolvimento Econômico do Litoral salvaguardado no APERS é composto por processos administrativos abrangem o período de 1961 a 1966, contemplando assuntos variados, desde nomeações dos integrantes, dispensas para viagens e cursos no exterior, propostas de convênios e relatórios de atividades.

  Ao analisar os relatórios de trabalho, por exemplo, podemos observar como eram desenvolvidas as atividades dentro de cada seção. A Seção de Comunicações e Arquivo era responsável pela expedição de guias de andamentos de processos, seu protocolo e arquivamento. A Seção de Expediente e Pessoal controlava as folhas de pagamento, atestados de efetividade e fichas relativas ao histórico funcional dos servidores. Também são descritas as atribuições de outras seções, como a Seção de Mecanografia, a Seção de Orçamento, material e patrimônio.

  Analisando os processos administrativos deste acervo é possível compreender, entre outras questões, a forma de trabalho da Comissão. Há um organograma demonstrando a disposição e organização das seções que compunham os departamentos, técnico e administrativo, que estavam diretamente ligados ao gabinete da presidência. Nesta documentação encontramos também o projeto de regimento interno apresentando as atividades relativas à CODEL, bem como as atribuições de cada unidade.

* Documentação ainda não trabalhada arquivisticamente.

Para ler outras postagens do APERS conta histórias clique aqui.

APERS realiza treinamento interno de conservação preventiva

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   Nos dias 15 e 17 de maio de 2013, o APERS realizou o Treinamento Interno de Conservação Preventiva que teve como tema “O Controle de Insetos em Arquivos e Bibliotecas” ministrado pela conservadora-restauradora da Instituição, Maria Lucia Ricardo Souto. Durante a palestra foram abordados assuntos, como: agentes biológicos que destroem os acervos, formas de ataques aos documentos, ações de combates aos insetos e as medidas de conservação preventiva que são regras adotadas pelo Arquivo para a preservação de seus acervos.

  O Arquivo Público possui uma rotina de treinamentos que tratam de preservação e conservação de acervos buscando conscientizar funcionários, prestadores de serviços e estagiários sobre a importância da preservação dos documentos para as futuras gerações.

   Para mais informações sobre preservação de documentos clique aqui.

Sala de Pesquisa provida de computadores

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   O Estado do Rio Grande do Sul, por intermédio da Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos (SARH), remanejou a distribuição de computadores, que compõem o conjunto de seu patrimônio material. Dessa forma, em consonância com os preceitos de acesso à informação, o APERS recebeu computadores para disponibilizar aos usuários na Sala de Pesquisa.

   A ideia é que os usuários do APERS possam qualificar suas pesquisas, tanto as mais elaboradas, como as mais objetivas, conforme suas necessidades informacionais. Nesse sentido, os usuários poderão utilizar, acessando o site do APERS, o sistema informatizado de Administração de Acervos Públicos (AAP), o qual possui um banco de dados estável que visa o acesso ágil e confiável às informações arquivísticas custodiadas pelo APERS.

   Nesse contexto, o APERS teve a honra de registrar como primeiro usuário dos novos computadores da sala de pesquisa o pesquisador Sr. Ubiratan Pereira Pilar, no dia 16 de maio de 2013. O Sr. Ubiratan declarou sua impressão acerca da novidade tecnológica: “Além do excelente atendimento, o APERS atinge a maioridade digital. A era da informática, com certeza, só trará benefícios a todos. Espero que em futuro próximo os documentos reais sejam acessados apenas por especialistas”.

   Segue abaixo a fotografia que ilustra tal momento exordial.

Sr. Ubiratan Pereira Pilar, primeiro usuário dos novos computadores da sala de pesquisa.

Sr. Ubiratan Pereira Pilar, primeiro usuário dos novos computadores.

Aconteceu no APERS: II Jornada – 3º dia de evento!

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Continuando nossas postagens sobre a II Jornada de Estudos sobre Ditadura e Direitos Humanos, hoje falaremos sobre o terceiro dia de evento, 26/04, sexta-feira.

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Nesse dia iniciamos as atividades às 09h com comunicações na sala de pesquisa e no auditório, com o intervalo para o almoço e retomada às 13:30h, estendendo-se até 15:30h. As comunicações foram organizadas de acordo com seus temas, nas mesas Ditaduras e Imprensa, Arte, Cultura e Censura, Recursos discursivos e discussão conceitual acerca da Ditadura, Ditaduras em Arquivo: documentos da repressão e da resistência, e Debates sobre Ditaduras no campo jurídico.

Após o término das comunicações iniciou-se a mesa redonda da tarde, com o tema O mundo dos Exílios: repressão, resistência e sobrevivência, com a presença de Melisa Slatman (Universidad de Buenos Aires) e Jorge Fernandez (UFMS), com a coordenação da historiadora Nôva Brando (APERS). Melisa discutiu novas perspectivas de análise comparativa entre as ditaduras no Cone Sul, suas conexões repressivas e também de solidariedade, apontando para as similaridades entre os processos e aspectos que ajudam a compreendê-los em sua totalidade. Jorge falou a respeito das experiências do exílio, enfatizando as diferentes formas de vivenciá-lo e as redes de solidariedade formadas entre aqueles que o sofreram, especialmente a partir das relações entre brasileiros e argentinos.

No turno da noite, às 19h, tivemos a mesa 40 anos do golpe no Uruguay: Ditadura e Terrorismo de Estado. Com a presença de Enrique Serra Padrós (UFRGS), Ananda Fernandes (Arquivo Histórico do RS), depoimento de Cláudio Gutierrez e coordenação de Marla Assumpção (mestranda/UFRGS), a atividade trouxe diversos elementos para compreender a ditadura no país vizinho e seu contexto, explicitando os mecanismos repressivos e políticas de terror utilizados pelos militares no poder, e trazendo debates recentes – como aquele relacionado ao marco inicial da ditadura uruguaia, já que o golpe fora dado pelo próprio presidente civil eleito, Juan María Bordaberry, em cujo governo os militares passaram a ter influência cada vez maior, e que levara a cabo uma série de ações repressivas.

Além de celebrar o sucesso desse terceiro dia de evento, com suas atividades qualificadas e debates intensos, divulgamos mais uma entrevista realizada com participantes. A entrevista de hoje foi realizada com os acadêmicos do curso de história da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Jonathan Cleyson Reynaldo e Sabrina Rodrigues Marques, que apresentaram na Jornada o trabalho intitulado “O Arauto do Bem e da Verdade”: o Jornal do Comércio (1964-1965) e apoio à ditadura civil militar em Campo Grande, que foi uma das comunicações do dia 26/04.

APERS: O que vocês estão achando da II Jornada de Ditadura e Direitos Humanos? Como esta pode contribuir para a sua vida acadêmica?

Sabrina: Estamos gostando muito da Jornada, pois esta nos possibilitou uma abertura com novas propostas acadêmicas e a troca entre diferentes graduandos. O evento está sendo muito enriquecedor, pois nos possibilitou apresentar um artigo que foi proposto por uma disciplina, onde optamos trabalhar com o Jornal do Comércio que ainda tem muito a ser estudado.

Jonathan: É ótimo para nos que estamos na graduação receber esta oportunidade de apresentar um trabalho, para darmos continuidade a nossa pesquisa. Enquanto no Rio Grande do Sul as pesquisas a cerca do tema já estão muito avançadas, no Mato Grosso do Sul as mesmas ainda estão em um processo inicial. Esse evento nos motiva a continuar pesquisando, perpetuando os estudos que realizamos, e enriquecendo nossa pesquisa para que possamos publicar mais e mais.

APERS: Quais as trocas acadêmicas e culturais propiciadas pelo evento?

Sabrina: As trocas acadêmicas, científicas e culturais são enriquecedoras, possibilitando a ampliação de ideias para novos trabalhos. A convivência com acadêmicos de diferentes universidades permitiu trocas teóricas e bibliográficas, que são de grande importância para nós, participantes do evento.

Jonathan: Este intercambio nos permitiu a quebra de alguns paradigmas culturais, uma vez que diferentes estados possuem diferentes culturas cada uma com suas especificidades. 

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Aplicando a Lei 10.639: relações étnico raciais e educação 10 anos após a promulgação da Lei

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2013.05.15 Aplicando a Lei

   Em 2013 celebramos os 10 anos da promulgação da Lei 10.639. Uma década pode ser encarada como espaço de tempo suficiente para muitos avanços na área educacional, e por conseguinte, na própria sociedade. Por outro lado, em um país cuja história foi forjada em relação direta com o preconceito e a discriminação racista a partir de quase 400 anos de escravidão, certamente é pouco tempo para mudar nosso sistema educacional de forma a impactar nossas relações sociais de maneira determinante.

  Uma série de ações tem sido levadas a cabo desde 2003, como cursos de formação para professores, incentivo a pesquisas e publicações, mudanças curriculares, etc. No Arquivo Público, sem relação direta com as determinações legais, catalogamos os acervos que retratam o período da escravidão e a luta por liberdade, elaboramos oficina para estudantes do 6º e 7º ano do Ensino Fundamental com base nesses documentos, realizamos eventos, seminários e cursos. Mas sabemos que ainda há muito por ser feito. E hoje ressaltamos como uma área de atuação e sensibilização fundamental na busca por igualdade racial, respeito e admiração às diferenças: a Educação Infantil.

  Ainda que o Arquivo não tenha ações específicas nessa área, compreendemos que instituições de memória também têm seu papel a cumprir nesta luta. Acreditamos que a apropriação e valorização desde a infância da cultura e patrimônios afro-brasileiros, seus saberes, fazeres, lugares e acervos, é importante para lançar as bases de uma educação em prol da equidade e liberdade, que passa também pela atenção e intervenção em situação racistas no processo educacional, pela formação de professores, ampliação das ofertas de atividades lúdico pedagógicas com o tema, etc.

  Em 1998, antes da Lei 10.639, a pesquisadora Eliane Cavalleiro detectou nas escolas uma realidade adversa neste sentido. Ela comentava em sua dissertação: “o modo como as professoras concebem o cotidiano escolar e as relações interpessoais nele estabelecidas dificulta a percepção dos conflitos étnicos e, inclusive, a realização de um trabalho sistemático que propicie a convivência multiétnica, já que para elas esses problemas inexistem. Para as professoras, as crianças nessa idade não ‘percebem’ as diferenças étnicas e, se as ‘percebem’, não se ‘importam com elas’. Soma-se a isso a ideia de que tratar desse tema é algo desnecessário e ‘cansativo’”. Por outro lado, ao ouvir as crianças, chegou a relatos que negavam a percepção das educadoras, como aquele em que uma menina afirma que as demais crianças brincavam com ela apenas: (…) quando eu trago brinquedo. Porque eu sou preta. A Catarina branca um dia falou: ‘Eu não vou ser tia dela (da própria criança que está narrando)’, a gente estava brincando de mamãe. A Camila que é branca não tem nojo de mim”, afirmando ainda que as outras crianças tinham.

  Relatos como este com certeza chocam. E muitos de nós poderíamos pensar: “bem, já se passaram 15 anos!”. Mas será que hoje a situação é outra? Imaginamos que em relação a formação e atuação dos educadores e educadoras devam ter ocorrido muitas mudanças, porém este é um processo longo, que visa transformar uma realidade de marcas muito profundas. E diversas experiências vivenciadas ao longo das oficinas de Educação Patrimonial no próprio APERS, de 2009 ao presente, evidenciaram muitas situações de racismo que nos servem de alerta para seguir atuando firmemente!

Para acessar a dissertação da pesquisadora Eliane Cavalleiro, clique aqui.

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Aplicando a Lei 10.639: conhecendo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais.

Aplicando a Lei 10.639: dica de vídeos

Aconteceu no APERS: II Jornada – 2º Dia de evento!

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     Continuando nossas postagens sobre a II Jornada de Estudos sobre Ditadura e Direitos Humanos, hoje falaremos sobre o segundo dia de evento (25/04, quinta-feira), além de trazer o depoimento da participante Cláudia Maia, acadêmica do curso de história da Faculdade Porto-alegrense (FAPA).

    Na quinta iniciamos às comunicações, espaço de apresentação de trabalhos acadêmicos dos variados níveis de graduação oriundos de diversas cidades e estados. Elas aconteceram em dois locais dentro do APERS, como alternativa para viabilizar um número maior de trabalhos apresentados. Assim, além do Auditório, já utilizado normalmente para atividades como essa, adaptou-se o espaço da Sala de Pesquisas, que ficou fechada excepcionalmente para manuseio dos acervos, de maneira a receber sessões de comunicações e debate. Essa atividade começou às 09h da manhã, com intervalo para o almoço e retomada às 13:30h, e estendeu-se até as 15:30h.

     Às 16h teve inicio a mesa redonda A imprensa como trincheira: denúncia e resistência, que contou a participação do jornalista Elmar Bones (CooJornal e Jornal Já) e do cartunista Santiago, com coordenação do Prof. Gerson Fraga, da UFFS. Os palestrantes abordaram o papel da imprensa e a atuação dos profissionais da área durante a ditadura civil militar a partir de suas experiências, comentando também a importância da democratização do acesso à informação e ampliação dos incentivos para mídias alternativas hoje, quebrando monopólios de grandes mídias e buscando garantir espaço para múltiplas posições e opiniões nos meios de comunicação.

     O turno da noite começou com uma surpresa especial: contamos com a saudação especial de Adelaide de Alayde, integrante do movimento argentino Madres de Plaza de Mayo, que viera a Porto Alegre para outro evento da área e brindou-nos com sua presença, trazendo um pouco da experiência e persistência das mães do país vizinho, que seguem insistentemente procurando por seus filhos desaparecidos pela Ditadura. Em seguida teve início a segunda mesa redonda do dia, Brasil: mídias e ditadura, com Carla Luciana da Silva, Prof.ª de História da UNIOESTE, e Nilo Piana de Castro, Prof. do Colégio de Aplicação da UFRGS, sob coordenação da Prof.ª Alessandra Gasparotto, da UFPel. Luciana abordou a relação da Revista Veja com a Ditadura e seus posicionamentos político-ideológicos, explicitando o espaço dado pelo periódico aos militares e suas versões da história em relação aquele período mesmo após a abertura política e redemocratização, mostrando o quanto estavam comprometidos com a defesa desta posição e de um ideal neoliberal e reacionário. Já Nilo falou a respeito da Rede Globo, narrando a história da emissora e apresentando diversas evidências que a ligam ao regime militar, demonstrando o quanto cresceram e se beneficiaram neste período, defendendo. Foi uma mesa riquíssima, densa de informação e com amplo debate!

     Agora apresentamos parte da conversa que tivemos com a participante Cláudia Maia:

APERS: Como tu ficaste sabendo do evento? O que mais te chamou a atenção até agora?

Cláudia: Fiquei sabendo da atividade pelo site do APERS. O assunto é por si só interessante e indiferentemente de ser ou não estudante de história, o tema nos desperta curiosidade. As apresentações chamam muito atenção por sua diversidade temática, além disso temos a oportunidade de escolher entre diferentes apresentações que ocorrem paralelamente. Até o momento o que mais chamou minha atenção foram as apresentações relacionadas à memória local, que auxiliam a compreender o que estava ocorrendo no período da ditadura militar. Destaco a importância do depoimento da madre da Praça de Maio, cujo relato permitiu uma melhor compreensão dos fatos na Argentina.

APERS: De que modo os conhecimentos adquiridos na II Jornada serão uteis na tua vida acadêmica?

Cláudia: Desde o inicio da Jornada observei diferentes casos e relatos que tenham grande importância para meu desenvolvimento acadêmico. Sendo o assunto atual os exemplos são importantes para uma melhor compreensão do período e para a desconstrução das abordagens feitas pela mídia. A mídia assim como influencia hoje, influenciou muito no período ditatorial, o que nos permite traçar um paralelo entre o passado e o presente, observando mutações e permanências.

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Aconteceu no APERS: II Jornada – 1º Dia de evento!

Sábados de funcionamento da Sala de Pesquisa do APERS – Maio

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Para melhor atender aos seus pesquisadores, a Sala de Pesquisa do APERS abre dois sábados por mês, das 9 às 14 horas, mediante solicitação prévia da documentação.

No mês de maio a Sala de Pesquisa abrirá nos sábados 18 e 25.

Em abril foram atendidos 02 pesquisadores.

Os pesquisadores interessados em realizar suas pesquisas podem solicitar previamente os documentos no balcão de atendimento presencial ou por email (saladepesquisa@sarh.rs.gov.br), telefone (51 3288 9104) ou, ainda, através do Balcão Virtual.

Agende sua pesquisa!

Aconteceu no APERS: II Jornada – 1º Dia de evento!

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  Dando continuidade às notícias relativas a II Jornada de Estudos sobre Ditaduras e Direitos Humanos, falaremos hoje sobre as atividades realizadas no primeiro dia do evento (24/04, quarta- feira), e apresentaremos a entrevista realizada com a participante Nôva Brando.

  A partir das 13:30h demos inicio ao credenciamento, onde tivemos a oportunidade de ter o primeiro contato com os participantes, vindos de diferentes cidades, estados e universidades. Após o credenciamento, os presentes tiveram a oportunidade conhecer as dependências e espaços de guarda do acervo do Arquivo Público através de uma visita guiada realizada pela servidora Maria Lúcia. As 16h foi exibido o documentário O dia que durou 21 anos, que retrata as relações entre Brasil e Estados Unidos no contexto do golpe civil militar de 1964, explicitando as conexões entre presidentes, embaixadores, agentes da CIA e do Exército, e abordando a chamada Operação Brother Sam, através da qual os EUA apoiariam belicamente o golpe no Brasil caso houvesse resistência. A exibição do documentário e posterior debate, conduzido pela historiadora do APERS Clarissa Sommer, contou com a participação de muitos inscritos e já demonstrou o quanto seriam frutíferas as reflexões ao longo do evento.

  As 19h teve início a solenidade de abertura da II Jornada, que contou com as presenças de Valter Amaral, Chefe de Gabinete da SARH, representando o Secretário Alessandro Barcellos; do Profº Dr. Luiz Alberto Grijó, representando o IFCH e o PPG em História da UFRGS; da Diretora do APERS, Isabel Oliveira Perna Almeida; do Profº Enrique Serra Padrós representando a coordenação do evento, e de Lilian Celiberti, ex-militante uruguaia do Partido da Vitória do Povo (PVP) sequestrada pela Operação Condor em Porto Alegre em 1978, que estando em Porto Alegre para outra atividade brindou aos presentes com sua saudação e apoio ao evento.

  Na sequencia ocorreu a conferência Regime Pinochet (1973-1990): ditadura e terrorismo de estado no Chile, com a professora Dra. Verónica Valdívia Ortiz de Zarate, da Universidad Diego Portalles, em Santiago/Chile, e comentários do Profº Dr. Cesar Augusto Barcellos Guazzelli, da UFRGS. Verónica traçou um panorama muito rico a respeito do período Pinochet no Chile, abordando o projeto político, econômico e social da ditadura chilena para enquadrar, aterrorizar e amortecer a sociedade daquele país, que vinha caminhando a passos largos para o aprofundamento da democracia com participação popular durante o governo do então presidente Salvador Allende, que sofreu um golpe de Estado que ficou marcado na memória latino-americana. Já Guazzelli explicitou as intensas relações entre Brasil e Chile naquele contexto de golpes e Ditaduras de Segurança Nacional no Cone Sul, especialmente em relação às redes de solidariedade entre cidadãos destes países. Com certeza foi uma noite de muita informação, memória e história, que deverá abrir espaços para novas pesquisas na área!

  E na busca por estreitar os laços com usuários do APERS e participantes da Jornada, apresentamos parte da entrevista com Nôva, graduada em História pela UFRGS, estudante de pedagogia na mesma universidade e recentemente também historiadora do APERS. Nôva apresentou o trabalho Memórias da ditadura militar — Índio Vargas e Jorge Fisher Nunes: os referenciais da resistência armada, durante o período da Ditadura Militar, vistas a partir das memórias de dois militantes de esquerda que atuaram no Rio Grande do Sul, e conversou conosco a respeito da experiência:

APERS: O que tu apresentaste na II Jornada de Ditaduras e Direitos Humanos?

Nôva: Meu trabalho refere-se à memória de dois militantes que atuaram no Rio Grande do Sul, na luta armada, ou melhor, aquilo a que chamamos luta armada, ações de expropriações bancarias e tentativas de sequestro. Os dois autores são Indio Vargas e Jorge Fisher Nunes. Através da memória deste dois militantes, procuro fazer referencia à esquerda armada e suas reivindicações para pegar em armas. Além disso a ideia de trabalhar com estes dois autores visa também dar voz às minorias não lembradas da ditadura militar. Esta apresentação resulta de um recorte do meu trabalho de conclusão de curso que fora realizado em 2007 e adaptado para a Jornada.

APERS: De que forma a participação no evento contribuiu para sua trajetória como pesquisadora?

Nôva: Estar no evento permitiu o dialogo com outros participantes, onde destaco a troca de informações com o “pessoal” do Paraná, que está pesquisando ditadura no interior do seu estado, procurando também dar voz às pessoas da vida cotidiana, para que estas possam falar de suas memórias a cerca do período ditatorial. Assim como os paranaenses, exite também no interior do Rio Grande do Sul pesquisadores que trabalham com a oralidade e memória, articulando-as com outros documentos, dando voz a resistência.

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Aconteceu no APERS: II Jornada de Estudos sobre Ditaduras e DH

CineDebate APERS – Que bom te ver viva

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  Hoje chegamos ao final das postagens sobre o CineDebate APERS – Memória e Direitos Humanos falando do documentário “Que bom te ver viva”. Este foi um dos primeiros filmes realizados no Brasil pós-abertura política que aborda a luta armada, a tortura e os assassinatos que houve durante a ditadura civil militar no Brasil. É uma película feita em 1989 por Lúcia Murat, realizada através de depoimentos reais de oito ex-presas políticas que participaram nas ações das organizações clandestinas de 1960/70 e que participaram da luta armada.

  É um filme que trata a tortura a partir da perspectiva feminina, mostrando que elas sofreram violências sexuais, partos em detenção, partos depois de torturas e violências sexuais, e abortos por tortura e violências sexuais. A diretora mostrou que a tortura é uma experiência complexa e constrangedora que fica entranhada na mente e no corpo por toda a vida, impossível de esquecer. Enfim, é um filme que buscou compreender a conexão entre o passado e o presente, compreender como vivenciaram a tortura, como conseguiram sobreviver, e como conseguiram reorganizar suas vidas, reinserindo-se na sociedade brasileira

  No CineDebate este filme foi escolhido e debatido por Nilce Azevedo Cardoso, ex-presa política oriunda do partido Ação Popular (AP), atualmente psicopedagoga, professora e militante na área de Educação e Direitos Humanos. A escolha deste documentário foi interessante por dois motivos, pelo menos: um pelo fato dele concluir um ciclo de debates iniciado pelo filme Em teu Nome, cujo tema central foi o exílio, passando pelo documentário O dia que durou 21 anos, que retratou centralmente o apoio norte-americano no golpe militar de 64, e pelo documentário Jango, que traz o protagonismo do povo brasileiro no período efervescente que antecedeu o golpe e segue conduzido a partir da atuação emblemática de João Goulart. Ou seja, nestes filmes a prática da tortura, que imperou durante o regime civil militar, foi abordada de forma superficial, não tendo a centralidade que teve no filme Que bom te ver Viva. Já o outro motivo pelo qual considerei interessante a escolha feita por Nilce foi que o protagonismo era das mulheres, como ela. Bela síntese!

  Nilce finalizou sua abordagem buscando que o público refletisse. Fez então a “pergunta”: é possível esquecer a experiência da tortura? Ela cicatriza?

  Acreditamos que ainda temos muito a pensar e debater a respeito desse período. E nesse intuito, contem com o APERS!

APERS em Números – Abril

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Confira alguns dados referentes aos serviços realizados no APERS durante o mês de abril:

Atendimentos aos usuários: 1.381

Busca e rearquivamento: 2.437

Documentos recuperados: 160

Encaixamento: 55

Indexação Sistema AAP: 1.333

Reprodução de documentos: 732

Visitas guiadas: 04

Veja abaixo gráfico com os quantitativos diários de atendimento aos usuários referente ao mês de abril:

Gráfico de atendimentos realizados aos usuários em abril de 2013

Gráfico de atendimentos realizados aos usuários em abril de 2013

Saiba mais sobre os serviços que o APERS presta a comunidade. 

Visitas guiadas ao APERS – Abril

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No mês de abril foram realizadas 04 visitas guiadas ao conjunto arquitetônico do Arquivo Público do RS. Visitaram nossa instituição:

Dia 13: 15 alunos do Curso de Extensão denominado “XI Jornada de História e Cultura de Porto Alegre” da FAPA, acompanhados pelo professor Raul Rebello Vital Junior.

Dia 15: Os estudantes Bárbara Cristine da Silva Trindade e Renan Afonso Heck, do 2º e 4º semestre, respectivamente, do Curso de História da Unilasalle.

Dia 19: 35 alunos do Curso de História da UFRGS, da disciplina de Técnicas de Pesquisa, acompanhados pelo professor Benito Schmidt.

Dia 27: 07 alunos do 3º semestre do curso de História da FAPA, das disciplinas de Prática III e Educação Patrimonial, acompanhados pela professora Vera Barroso.

Guias: Maria Lúcia Ricardo Souto.

XI Mostra de Pesquisa: prorrogado prazo de chamada de artigos!

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XI Mostra Pesquisa Vertical Prorrogado

Programa de Educação Patrimonial – Planejamento Participativo 2013

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   Com o objetivo de qualificar o Programa de Educação Patrimonial realizado em parceria entre APERS e UFRGS, a partir de 2013 será desenvolvida a etapa de Planejamento Participativo, como espaço aberto à comunidade para contribuir tanto com as finalidades já elencadas pela equipe, quanto com a proposição de novas ações, metodologias, e referenciais teóricos para o trabalho desenvolvido.

   Assim, no dia 30 de abril foi realizada a primeira reunião participativa, com os objetivos especiais de debater a criação de uma nova oficina para o Ensino Médio centrada no tema Ditadura e Direitos Humanos, e a reformulação do curso de formação continuada para educadores de maneira que aborde a referida temática. Foram convidados professores e estudantes do Ensino Superior que já participaram do Programa, professores universitários que trabalham na área, e outras organizações voltadas aos Direitos Humanos.

   O grupo discutiu a pertinência de trabalhar tal eixo temático e de criar a nova oficina, concordando com a proposta levantada pela equipe do Programa, levando-se em consideração especialmente que este é um tema muito atual e central ao debate coletivo em nossa sociedade. Uma série de observações e sugestões foi levantada, como a necessidade de trabalhar as marcas da ditadura na atualidade brasileira, a importância de desnaturalizar a tortura e o uso da violência como práticas legítimas, e a centralidade de trabalhar em parceria com os educadores das escolas considerando suas demandas, experiências e contribuições.

   O próximo encontro participativo será no dia 28/05, às 14h, no auditório do APERS. Agradecemos a tod@s que compareceram, desejando que os trabalhos em 2013 sejam muito profícuos, em um exercício de construção coletiva cada vez mais amplo!

2013.05.02 Planejamento Participativo

Aconteceu no APERS: II Jornada de Estudos sobre Ditaduras e DH

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   Entre os dias 24 e 27 de abril aconteceu no APERS a II Jornada de Estudos sobre Ditaduras e Direitos Humanos, que reuniu pesquisadores de Porto Alegre, de diversas regiões do RS e também de fora do estado. Tendo como principal objetivo analisar e problematizar a conjuntura histórica que deu lugar à Ditaduras de Segurança Nacional no Cone Sul e oportunizar espaço para troca de conhecimentos e experiências na área, foram recebidos e apresentados artigos produzidos em diversos níveis de graduação, possibilitando o intercâmbio entre pesquisadores iniciantes e mais experientes, e foram realizadas riquíssimas mesas de debate com palestrantes que enfocaram variadas perspectivas dentro do tema geral.

   Ao longo da II Jornada buscamos coletar depoimentos de participantes que prestigiaram o evento, como forma de registrar e compartilhar com nossos usuários os resultados desta atividade. Assim, a partir de hoje divulgaremos a cada semana uma entrevista, sempre com mais detalhes referentes a um dos dias do evento.2013.05.02 Entrevista 1 - II jornada

Para iniciar, relatamos a conversa realizada com Rosângela de Medeiros, graduada em comunicação pela PUCRS, Mestre e Doutora em Literatura Comparada, pela UFRGS. A entrevistada apresentou o trabalho intitulado “Memórias da ditadura nos Cinemas Latino-Americanos Contemporâneos”.

APERS: Como chegaste a este tema de pesquisa?

Rosângela: Sempre trabalhei com cinema e em especial o cinema canadense. O cinema canadense me levou a estudar a questão da identidade nacional. Como sempre gostei do cinema latino-americano procurei trazer estas temáticas para meu projeto de pós- doutorado, que ainda não iniciei mas já está em andamento. Para este evento procurei trazer uma temática onde relacionei o cinema contemporâneo com as memórias das ditaduras, que poderá auxiliar acadêmicos que venham trabalhando com o tema.

APERS: Qual o objetivo de seu trabalho?

Rosângela: Com este trabalho visei possibilitar o olhar transdisciplinar, considerando diferentes teorias e ideias, relacionadas ao cinema e as ditaduras. Foi uma grata surpresa saber que muitos gostaram e ficaram falando sobre a temática, pois questões relacionadas ao cinema permitem as pessoas compartilharem diferente ideias e opiniões. Fui muito bem acolhida e quero participar de outros eventos e jornadas.

Muitas das comunicações e palestras compartilhadas nas II Jornada trouxeram reflexões sobre as Ditaduras a partir de charges, legislação, cinema, depoimentos de ex-presos políticos e seus familiares, documentos de arquivo, etc., trabalhos que exemplificam os diferentes meios e fontes possíveis para o estudo do período, possibilitando trabalhar de forma transdisciplinar, unindo historiadores, advogados, profissionais da comunicação, cientistas sociais, entre outros, procurando resgatar diferentes visões e interpretações a cerca desse período.

CineDebate APERS – Jango

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     O documentário Jango, dirigido por Silvio Tendler, com narração de José Wilker, texto de Mauricio Dias e trilha sonora original de Milton Nascimento, exibe a trajetória pessoal de João Goulart, desde sua infância em São Borja, bem como sua vida política que se encerrou com sua deposição durante o Golpe de 1964. O filme conta também com depoimentos de pessoas ligadas a Jango como, Denize Goulart, filha do Ex-Presidente e Leonel Brizola, Ex-Governador do Rio Grande do Sul.

     Formado em Direito, Jango foi eleito Deputado Estadual em 1947, em 1950 Deputado Federal e, em seguida, Presidente Nacional do PTB. Com objetivo de injetar “sangue novo” na política brasileira, em 1953 Getúlio Vargas escolheu Jango para ser Ministro do Trabalho. Quando Juscelino Kubitschek foi o vencedor nas eleições de 1955, Jango trouxe consigo os votos dos trabalhistas e tornou-se vice-presidente. Em 1960 com a vitória de Jânio Quadros, Jango foi novamente eleito vice-presidente. Foi neste período que iniciou uma campanha de não alinhamento, estreitando os laços com países que o Brasil não mantinha contato, como por exemplo, a China. E foi durante uma viagem a este país que, em 25 de agosto de 1961, Jango recebeu a notícia da renúncia de Jânio.

     Em seu depoimento, Leonel Brizola conta que quando soube da renuncia de Jânio, procurou medidas que garantissem a posse de Jango na Presidência da República. Leonel Brizola deu início à campanha da Legalidade mobilizando toda a população gaúcha. Através dos meios de comunicação informava a opinião pública do estado e do país, no sentido de legitimar a posse de Jango, que assumiu a presidência em 08 de setembro de 1961.

     O documentário destaca o comício de 13 de março de 1964, na Central do Brasil no Rio de Janeiro, onde Jango defendeu a reforma da Constituição e a implantação de reformas de base, que abrangiam as reformas tributária, educacional e agrária, o direito do voto pelo analfabeto e a desapropriação de terras em torno de rodovias e ferrovias. Estas reformas, que não agradaram os opositores de Jango e o acusavam de ser desrespeitoso com as leis do país, acabaram por determinar a derrubada de João Goulart obrigando-o a exilar-se no Uruguai e mais tarde, na Argentina.

     Solon Viola, ex-preso político e atualmente professor da UNISINOS, iniciou o debate descrevendo o contexto histórico que o Brasil atravessava, mais especificamente, sobre as articulações que antecederam o Golpe de 64. O Professor relatou que nos dias que precederam a queda de Jango, seu pai, que distribuía panfletos para ferroviários, percebendo o clima de tensão, o proibiu de ir à escola.

     Questionamentos acerca do que teria acontecido se Jango tivesse resistido foram os mais frequentes durante o debate. Jango permaneceria na presidência? Ocorreria um derramamento de sangue?  Um oficial da marinha brasileira, conta no documentário, que o Brasil poderia resistir por pouco tempo, mas que os navios americanos aportados na costa brasileira “entrariam em ação” desencadeando uma guerra civil. Viola fez um paralelo com o processo de implantação do regime ditatorial no Chile, quando os militares apoiadores de Allende foram massacrados, e ressaltou que no Brasil o processo foi “mais ameno”.

     Segundo Solon, o interesse econômico das empresas, que almejavam se associar ao capital internacional, beneficiando-se de tecnologia estrangeira, foi um impulso para o Golpe. Porém, esta aliança deveria ser avaliada com mais cautela, já que aquelas empresas que não se adequassem ao novo sistema corriam o risco de serem eliminadas.

     O público presente na terceira noite do CineDebate, além de assistir um filme sobre a trajetória política de João Goulart entrelaçada com sua vida pessoal, presenciou um debate enriquecedor que certamente contribuiu para o resgate da memória relacionada ao período da ditadura civil-militar brasileira.

 

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