Não esqueça: sexta-feira tem o lançamento das caixas pedagógicas do Projeto AfricaNoArquivo!

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Reforçamos o convite para a atividade cultural de lançamento das caixas pedagógicas produzidas a partir do Projeto AfricaNoArquivo: fontes de pesquisa & debates para a igualdade étnico-racial no Brasil. Será nesse sexta-feira, 28/11, a partir das 18h, no auditório do APERS.

Confira aqui a programação e as regras de distribuição, e veja como está lindo o material!

Mulheres no APERS, gênero e história VIII: problematizando papéis de gênero a partir de processos de desquite.

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CapaNilzia, operária, e Manoel, pedreiro, formavam um jovem casal no final da década de 1940. Sem filhos ou bens a partilhar, decidem desquitar-se judicialmente após pouco mais de dois anos de relacionamento. A história deles poderia ser a história de qualquer uma ou qualquer um de nós. Embora estejamos acostumados a pensar os desquites como mais raros há mais de sessenta anos, é uma história parecida com muitas que conhecemos ao longo da vida. Porque refletir a respeito dela então? Porque considerar importante o processo de desquite desse casal, que está salvaguardado no Arquivo Público?

A verdade é que esse desquite, assim como muitos outros documentos de arquivo, ajuda a registrar a história de pessoas comuns em um terminado tempo histórico, permeado por seus referenciais morais e culturais, que mudam ao longo dos anos. Estudar essa história é uma chance de se aproximar daquele contexto, entender um pouco mais de perto como a sociedade brasileira e sul-rio-grandense enxergava os papéis atribuídos à mulheres e aos homens no período, e problematizar nossas próprias relações sociais na atualidade.

Manoel solicitou o desquite alegando na inicial que vinha desconfiando do procedimento da ré, “pois que deixára de ser obediente, cumpridora de seus deveres, para passar a chegar do serviço muito tempo mais tarde que o necessário para a caminhada entre sua casa e a fábrica onde trabalha”. Que assim, passou a “controlar os passos da ré”, até que a encontrou conversando com um desconhecido. Em meio à discussão Nilzia acabou confessando o adultério, em razão do que Manoel se separou imediatamente, estando a ré no momento do desquite já “amancebada” com o amante. Chega a anexar documento em que leva a conhecimento da Justiça o nome do amante, informando que eram colegas na fábrica.

Nilzia contesta a versão e pede reconvenção do processo. Alegou ter depositado muita esperança na relação com Manoel, já que tinha sido abandonada por outro homem com um filho no ventre, situação que o autor teria compreendido por ter cometido “idêntico delito”. Mas “durou pouco sua ilusão”, pois o autor “não quiz se conformar mais com aquela situação passando, então a maltratar moral e fisicamente a Ré e seu filho, culminando com uma agressão em plena via pública”. Alega ainda que o marido se entregou ao jogo e às bebidas, tornando-se “um elemento socialmente inútil”, deixando de cumprir “os deveres de esposo”, obrigando-a a sustentá-lo. Faz questão de afirmar que sua carteira de trabalho comprova que ele não conseguia “parar” em emprego algum. E por fim informa que já havia solicitado a separação, deixando de viver com o marido desde que se interessara pelo atual companheiro. Ou seja: Nilzia não nega que possui outra relação. Ao contrário, tenta demonstrar que o relacionamento com Manoel já estava fracassado, por culpa dele.

Todas as três testemunhas apresentadas são testemunhas do autor. A ré não consegue intimá-las. São três homens, todos são unânimes em afirmar que Nilzia tinha comportamento irregular, que já teriam a visto em companhia de outros homens, e que o autor era um homem honesto, trabalhador, cumpridor de suas obrigações. A esta altura da descrição, já é de imaginar a sentença: o processo é considerado procedente para Manoel com fundamento no Código Civil, e improcedente a reconvenção solicitada pela ré. Não há informações surpreendentes. Já poderíamos imaginar que esse seria o desfecho. Entretanto, se desejamos compreender as relações de gênero e os papéis a eles atribuídos em uma perspectiva histórica, podemos fazer muitas observações.

À mulher é atribuído o dever se manter-se “obediente”, e não era permitido chegar em casa um pouco além do horário. Ao homem, era atribuída a obrigação de sustentar a casa, sendo trabalhador. Referenciais que hoje já foram questionados, que não são mais uma realidade na maioria das famílias, mas que ainda preponderam em diversas relações. Outro elemento muito interessante para abordar é a condição de classe das partes envolvidas: ainda que em determinado momento Nilzia afirme que Manoel é de família “relativamente abastada”, ambos são trabalhadores, acessam a Justiça por meio de assistência judiciária, e alegam possuir poucos recursos. Ainda assim, ambos recorrem aos marcos legais para sancionar a relação, e depois para dissolvê-la. Por outro lado, tal condição pode ser uma das chaves explicativas para compreendermos um comportamento aparentemente tão “desviante” de uma mulher naquele contexto: não podemos comparar de forma direta o comportamento esperado das mulheres ricas, de famílias tradicionais, com aquele esperado ou praticado pelas mulheres da classe trabalhadora, que construíam relações a partir de outras mediações, de outros interesses e expectativas. Ainda podemos questionar o motivo pelo qual Nilzia não apresentou testemunhas: será que desistiu de brigar pela ação, agora que já estava em outra relação? Será que não conseguiu pessoas de confiança que desejassem depor a seu lado, por sua condição de “mulher adúltera”?

Mais uma vez se evidencia a riqueza desse acervo, que pode contribuir para a escrita da História e para a introdução de conceitos e reflexões nos processos de ensino e aprendizagem!

Conferência com Flávia Schilling encerra Curso de Formação para Professores em 2014 – Participe!

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No dia 29/11, sábado, às 09:30h, ocorre no APERS a Conferência Educação e Direitos Humanos, atividade de encerramento da 4ª edição do Curso de Formação para Professores em Educação Patrimonial, Cidadania e Direitos Humanos promovido pelo Programa de Educação Patrimonial UFRGS/APERS. A conferencista será Flávia Schilling, em atividade gratuita e aberta ao público sem necessidade de inscrição prévia.

Flávia Inês Schilling tem graduação em Pedagogia, mestrado em Educação e doutorado em Sociologia. Desde 2001 é professora da Faculdade de Educação da USP, tendo defendido tese de Livre Docência em 2012. Teve atuação em escolas e em organizações como o Núcleo de Estudos da Violência da USP, o Centro de Referência e Apoio à Vítima e a Comissão da Mulher do Parlamento Latino-americano. Suas pesquisas têm se dedicado aos seguintes temas: direitos humanos, violência, vitimização, corrupção e segurança pública, identidades, relações de gênero. Sua trajetória de vida também foi marcada pelas experiências do exílio, da clandestinidade, da prisão política e da reconstrução ao final do período da ditadura.

Informações: (51)3288-9117 ou acaoeducativa@sarh.rs.gov.br

2014.11.26 Cartaz Conferência Flávia Schilling

APERS? Presente, professor! – A Experiência do Cativeiro, a Resistência e a Liberdade

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2014.11.26 Resistencia e Liberdade_BlogNesta quarta, estamos disponibilizando a décima quarta proposta pedagógica do Projeto APERS? Presente, professor! Ela está inserida dentro do eixo temático Cativeiro e Resistência – a escravidão negra no Rio Grande do Sul a partir de fontes arquivísticas e recebeu o nome de A Experiência do Cativeiro, a Resistência e a Liberdade. Tem como proposta abrir possibilidades de reflexões acerca da concessão de alforrias como uma conquista, resultante do empenho pessoal do negro cativo em lutar por ela, seja por meio do pagamento em pecúlio ou com prestação de serviços. Acesse aqui o arquivo da proposta.

Caso o professor tenha interesse em acessar uma cópia das fontes utilizadas na construção da proposta, disponibilizamos aqui um arquivo com a cartas de liberdade em separado. Para acessar as propostas anteriores, clique aqui.

Desejamos um bom trabalho.

APERS na Oficina O(s) Uso(s) de Documentos de Arquivo na Sala de Aula do APESP: Relato I

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A partir de hoje até o dia 24 de dezembro, o Blog do APERS contará com uma série de cinco relatos da historiadora Nôva Brando acerca do curso realizado no Arquivo Público de São Paulo. O curso, conforme o relato geral da semana anterior, foi dividido em seis unidades. Hoje, serão relatados os aprendizados e experiências vividos a partir da temática Arquivos Públicos e Patrimônio Histórico Documental.

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Seguimos, então, com o relato de Nôva:

     Na unidade I, Arquivos Públicos: Histórico e Funções Atuais, trabalhamos com noções básicas de Arquivologia a partir da Lei 8.159 de 1991, que dispôs sobre a Política Nacional de Arquivos Públicos e Privados. Para isso, assistimos o video Arquivologia: Conceituação e Finalidades do Arquivo. Sobre seu conteúdos, foram abordadas questões sobre conceito de arquivo e sobre suas finalidades, tais como guarda, preservação e acesso à documentação. Também assistimos os vídeos produzidos pelo APESP, Gestão Documental e Acesso à Informação e Lei de Acesso à Informação. A partir deles, discutimos o papel que o Arquivo de São Paulo passou a desempenhar, a partir da regulamentação da Lei de Acesso no Estado de São Paulo. Nesse caso, uma das suas principais atribuições, assim como de vários outros arquivos do país, passou a ser de tornar acessível toda e qualquer documentação sob sua custódia que não esteja classificada como sigilosa.

     Como atividade de encerramento dessa unidade, foi-nos solicitado a leitura de dois textos e a realização de um questionário sobre o seus conteúdos. O primeiro deles, escrito pela arquivista Heloísa Bellotto, Da administração à história: ciclo vital dos documentos e função arquivística, fundamentou noções importantes da arquivologia, levantou questões conceituais ligadas as três idades dos documentos, compreendidas dentro da lógica de um ciclo vital. Conhecemos um pouco das características dos documentos que passam por uma ou pelas três idades, a dos arquivos correntes, dos intermediários e dos permanentes e como nelas atuam (ou não) as tabelas de temporalidade. Já no texto das historiadoras do APESP, Andresa Barbosa e Haike da Silva, Difusão em Arquivos: Definição, políticas e implementação de projetos no Arquivo Público do Estado de São Paulo, foram abordadas questões a partir daquilo que foi identificado pelas autoras como atividades ligadas, conceitual e estruturalmente, à difusão em arquivos. Seguno elas, a ação editorial e a ação educativa, meios pelos quais a sociedade conhece o patrimônio documental, “devem ser colocadas em primeiro plano nas políticas institucionais dos arquivos, como parte de uma relação de interdependência entre recolhimento, custodia, preservação e gestão documental”.

     Na unidade II, Patrimônio Histórico-Documental, três foram as leituras que guiaram os fóruns e atividades de avaliação propostos aos alunos. O texto de Ferrarezi e Romão, Arquivo, documento e memória na concepção discursiva, levantou a possibilidade de uma leitura à luz da teoria do discurso para visitar a noção de arquivo. Segundo as autoras, para além do lugar científico já consolidado, seria possível um diálogo com a concepção da análise do discurso que considere os sujeitos, os discursos, as memórias e a ideologia como elementos fundantes desses espaços. No final do artigo, elas seguem com considerações que julgamos muito pertinentes de serem discutidas pelos profissionais de arquivo: “a primeira delas e a de que os arquivos são vistos não como um recorte da realidade, mas como resusltado de injunções ideológicas que direcionariam a construção de uma ordem formada por certos documentos e não por outros, o que implica considerar que essa ordem foi produzida sócio-historicamente. Essa assertiva combina com a nossa segunda consideração, tão cara à teoria do discurso: a que de, ao dizer, o sujeito sempre cala algo, assim, um arquivo ordenado de uma maneira, crivado por uma sequência de documentos, mobilizador de certas fontes, fixador de um modo de dizer sobre um tema, sempre silencia outra ordenação, outros modos possíveis de dizer e outras fontes .[…] a terceira consideração: a necessidade de interpretar os processos de produção, constituição e circulação dos sentidos […]”.

     Já na leitura de Eloisa Caimi, Fontes históricas na sala de aula: uma possibilidade de produção de conhecimento histórico escolar, assim como na leitura de Andresa e Haike, pudemos seguir na aproximação com a escola. A autora trabalhou com a incorporação e a utilização de fontes históricas nas aulas de história e suas repercussões nos debates acadêmicos, enquanto possibilidades de instrumentalizarem a produção de conhecimentos históricos na Educação Básica. Essa problematização ocorreu por meio da análise de manuais escolares antigos e livros didáticos atuais, bem como nas políticas públicas como PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) e PNLD (Plano Nacional do Livro Didático). Ainda nessa unidade, trabalhamos com o clássico texto Documento/Monumento de Le Goff, no qual o autor problematiza o documento a partir de uma analogia entre ele e o monumento. Dentre as considerações importantes, Le Goff adverte que o documento tal como o monumento possui uma história e que todos que com ele trabalham devem conhecê-la; lembra também, que assim como um monumento, sua produção foi intencional e que cabe àqueles que hoje a analisam descobrirem quais foram os objetivos que a caracterizaram. E, ainda, apontamos que assim como sobre o monumento, sobre o documento é necessário lançarmos olhares questionadores mais que olhares contemplativos.

     Como tudo, um pequeno recorte daquilo que tive oportunidade de aprender nesses dois primeiros módulos do curso.

O registro das bibliografias completas utilizadas nos dois primeiros módulos do curso pode ser acessado aqui. Na próxima semana, Nôva nos contará um pouco mais sobre a Unidade III – Ensino de História e Sequências Didáticas.

Arquivos & conceitos: Conservação e restauração de documentos

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2014.11.26 Arquivos e conceitos

Para encerrar nossa série de posts sobre os conceitos básicos de arquivologia, abordaremos os conceitos de conservação e restauração. Afinal de contas, de nada adianta termos um acervo classificado, avaliado e descrito se não provermos os recursos mínimos que viabilizem sua manutenção física. Os arquivos são depósitos de documentos que, por sua vez, estão expostos à degradação, então “cabe-nos, portanto, encontrar soluções que permitam oferecer o melhor conforto e estabilidade ao suporte da maioria dos documentos, que é o papel” (CASSARES, 2000, p. 13).

Para desacelerar o processo de degradação documental, a conservação preventiva promove um conjunto de procedimentos através da preservação e da restauração. A preservação “é um conjunto de medidas e estratégias de ordem administrativa, política e operacional que contribuem direta ou indiretamente para a preservação da integridade dos materiais” (CASSARES, 2000, p.12), ou seja, previne a deterioração. A conservação preocupa-se em recuperar os documentos já deteriorados ou estabilizar o processo já iniciado; intervindo através de procedimentos específicos, assegurando a proteção física dos documentos (CASSARES, 2000).

Há dois fatores de degradação do papel, segundo Schellenberg (2006), os intrínsecos e os extrínsecos. Os primeiros são inerentes à natureza do papel, pois são provenientes do processo industrial, como a acidez, a alcalinidade e as tintas. Os fatores extrínsecos encontram-se no ambiente físico do acervo; podendo ser ambientais, como temperatura e umidade relativa, radiação da luz, qualidade do ar e biológicos, como insetos, micro-organismos, e roedores.

As condições de conservação dos documentos e da área do acervo podem ser controladas através de políticas de higienização, atualização e treinamento dos funcionários e monitoramento do ambiente. Toda a equipe de funcionários deve estar ciente e conhecer a importância da adoção de políticas de preservação do acervo, assim como, os usuários, pois muitas vezes os danos a documentação são causados pelo desconhecimento destes quanto aos cuidados básicos com o mesmo (THE BRITISH LIBRARY, 2003). Cabe a equipe técnica, responsável pelo acervo, promover, junto às esferas competentes, as condições adequadas de manutenção do conjunto documental para que o usuário tenha pleno acesso a documentação sob sua custódia.

Para ler outras notícias desta série, clique aqui.

Projeto AfricaNoArquivo: Lançamento das caixas pedagógicas!

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Ao longo desse ano nossa equipe dedicou-se à execução do Projeto AfricaNoArquivo: fontes de pesquisa & debates para a igualdade étnico-racial no Brasil, patrocinado pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) através do Prêmio Pontos de Memória 2012, com aportes da Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos (SARH) e do Edital Proext/MEC, através de nossa parceria com a UFRGS.

É um trabalho de fôlego, através do qual conseguimos adquirir equipamentos, reproduzir nossos Catálogos de Documentos da Escravidão em CD para distribui-los a pesquisadores, e especialmente, construir caixas pedagógicas que serão distribuídas como doação a 650 escolas da rede pública de Porto Alegre, Canoas e Gravataí, os três municípios mais populosos da região metropolitana. As caixas contém reproduções de documentos de nosso acervo, um jogo de tabuleiro elaborado pela equipe a partir de tais documentos, com cartela de regras, pecinhas e material de apoio ao professor, e um DVD, com vídeo também produzido especialmente para o projeto e outros materiais de apoio.

Na semana em que celebramos o dia da Consciência Negra, 20 de novembro, nos alegramos em convidar a todas e todos para participar das atividades de lançamento das caixas pedagógicas, em evento que ocorrerá no dia 28/11, às 18h, no auditório do APERS. Teremos um bate papo com o pesquisador Rodrigo Weimer em que debateremos o legado negro em nosso estado a partir do Maçambique de Osório como expressão cultural de matriz afro-brasileira, além da solenidade de lançamento e de atividade cultural musical.

Não perca! A entrada é franca. Informações: 51 3288-9117 ou acaoeducativa@sarh.rs.gov.br

Esperamos com mais essa ação seguir contribuindo institucionalmente para a superação do racismo e do preconceito em nossa sociedade, e para a recuperação da história e da cultura negra no Rio Grande do Sul.

Cartaz final Lançamento AfricaNoArquivo

Iniciam tratativas para recolhimento do acervo da Comissão Estadual da Verdade ao APERS

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2014.11.19 Acervo da CEV no APERSNo dia 16 de dezembro de 2014 chegará ao fim o prazo de trabalho da Comissão Estadual da Verdade do Rio Grande do Sul (CEV/RS), criada através do Decreto 49.380/2012. Até este dia a Comissão deverá entregar seu relatório e cópia do acervo documental reunido ao longo dos trabalhos ao Governador do estado e à Comissão Nacional da Verdade (CNV).

Segundo previsto por seu Decreto de criação, o acervo, que documenta 81 depoimentos coletados em audiências públicas e internas, deverá ser recolhido ao Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS) após o encerramento dos trabalhos da CEV/RS.

Nesse sentido, a partir do contato realizado pelo coordenador da Comissão, Carlos Frederico Guazzelli, com a diretora do APERS, Isabel Almeida, no intuito de viabilizar as condições técnicas para o recolhimento da documentação, as arquivistas Iara Gomide e Renata Vasconcellos realizaram ontem uma primeira visita técnica à sede da Comissão para reconhecimento do conjunto documental, iniciando assim o planejamento do futuro recolhimento. Foram recebidas por Natália Bettim, secretária da Comissão.

Após ser recebido no APERS, o acervo será tratado arquivisticamente e disponibilizado para pesquisas ao longo de 2015. Seguiremos informando a respeito das tratativas, desejosos de que os trabalhos desenvolvidos pela CEV-RS não tenham um fim em si mesmos, e contribuam efetivamente na busca por memória, verdade e justiça no estado e no país.

APERS conta histórias: Comissão Especial de Indenização, o papel deste acervo junto às Comissões Nacional e Estadual da Verdade

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     O advento da Lei de Acesso à Informação (Lei Federal 12.527, de 18/11/2011) e a criação da Comissão Nacional da Verdade – CNV (Lei Federal 12.528, de 18/11/2011) são marcos importantes no processo de consolidação da democracia no Brasil. De acordo com a primeira, os cidadãos brasileiros estão autorizados a consultar documentos produzidos pelos poderes públicos, acabando com o eterno sigilo dos documentos. A lei que institui a Comissão Nacional da Verdade determina que esta tem responsabilidade de esclarecer as graves violações aos direitos humanos praticadas sobretudo durante a Ditadura Civil-Militar. Em paralelo, para auxiliar nos trabalhos da CNV, instituiu-se Rio Grande do Sul a Comissão Estadual da Verdade – CEV-RS (Decreto Estadual nº 49.380, de 17/07/2012).

     Cabe à CEV-RS esclarecer os fatos e as circunstâncias dos casos de violação de direitos humanos, como perseguição política, prisões arbitrárias, torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados ocorridos no Estado. Também é seu dever identificar locais e instituições que estiveram relacionadas às práticas de tortura, e as circunstâncias em que ocorreram, além de colaborar para a prestação de assistência às vítimas e seus familiares.

APERS: Acervo Comissão Especial de Indenização     Considerando este contexto, a equipe do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS) optou por descrever o acervo da Comissão Especial de Indenização formado pelos 1704 processos administrativos de indenização. Tal documentação foi recolhida ao APERS em 2008, oriunda da Secretaria da Segurança Pública.

     Esta não foi uma escolha involuntária, pois a lei que cria a CNV ressalta que, para o melhor desempenho de suas atividades, poderá requisitar informações, dados e documentos de órgãos e entidades do poder público, ainda que classificados em qualquer grau de sigilo. O decreto que regulamenta a CEV-RS esclarece que esta poderá reunir a documentação existente no âmbito da Administração Pública Estadual que guarde relação com as graves violações de direitos humanos, em especial os decorrentes dos trabalhos desenvolvidos pela Comissão Especial de Indenização (Lei Estadual nº 11.042, de 18/11/1997). Este foi nosso ponto de partida, pois entendemos que é dever de uma instituição arquivística promover a difusão dos seus acervos, principalmente quando estes se tornam subsídio para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.

     A Comissão Nacional da Verdade e as respectivas Comissões Estaduais trabalham de forma integrada com diversas instituições, dentre elas, os arquivos públicos. Mesmo que estes tenham sido criados com a função de armazenar a documentação produzida pelo Estado, hoje é possível vislumbrar outras possibilidades. Esta perspectiva mudou nas últimas décadas quando as fontes arquivísticas tornaram-se subsídios para produção de propostas pedagógicas, de pesquisas científicas e construção de conhecimento histórico.

DSC02061     CEIDesde sua instituição até o presente momento notamos uma alteração na função de documentos que retratam o período ditatorial. O documento que foi criado, por exemplo, com o propósito de registrar as prisões daqueles que o Estado considerou ameaça para segurança nacional, hoje cumpre um papel oposto ao de sua criação, tornando-se dado comprobatório das violações aos direitos humanos cometidos por agentes públicos a mando do Estado.

   Reconhecer a importância da preservação das fontes salvaguardadas nos arquivos públicos sejam eles, municipais, estaduais ou federais, é reconhecer que estas instituições são responsáveis por preservar uma documentação que auxiliará também, na construção da cidadania, contribuindo assim, para o resgate da história, verdade e memória brasileira.

   Além de ressaltar sua importância para a preservação dos direitos civis, a documentação que trata da temática da ditadura Civil-Militar, pode ser utilizada para garantir às vítimas os direitos de anistia, indenização e pensão. Nesta mesma perspectiva, a preservação de divulgação desta documentação possibilita conhecer a realidade da repressão brasileira durante 1964 a 1985, bem como a compreensão do nosso passado recente.

O APERS marcou presença na Oficina “O(s) Uso(s) de Documentos de Arquivo na Sala de Aula” do APESP

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Ação Educativa APESPA segunda edição do ano de 2014 da Oficina O(s) Uso(s) de Documentos de Arquivo na Sala de Aula promovido pelo Núcleo de Ação Educativa do Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP) aconteceu entre os dias 26 de agosto e 10 de novembro na modalidade EAD. E Nôva Brando, historiadora do APERS, acompanhada de professores e profissionais ligados a instituições de guarda e preservação da memória de diversos estados do Brasil, participou de todas as etapas e atividades propostas no programa do curso. Ao todo foram 60 horas de curso, das quais 48 horas na modalidade de ensino a distância e 12 horas na modalidade presencial. Seguem alguns relatos de Nôva:

“O curso foi dividido em sete unidades, trabalhadas na modalidade à distância, e dois encontros presenciais. O primeiro deles aconteceu no início de setembro. Nele tivemos a oportunidade de conhecer as diversas atividades realizadas pelo APESP, desde os Centros que fazem parte do Departamento de Gestão do Sistema de Arquivos do Estado de São Paulo até os Centros que formam o Departamento de Preservação e Difusão de Acervo. Compõem o segundo, o Centro de Acervo Permanente, de Acervo Iconográfico e Cartográfico, de Preservação e de Difusão e Apoio à Pesquisa, ao qual está subordinado o Núcleo de Ação Educativa. Durante essa visita monitorada, conversamos com diversos profissionais ligadas a cada um desses centros.”

“Seguiram-se a isso, dois meses de trabalho via Moodle, plataforma de ensino utilizada como ferramenta para a efetivação das atividades de muitos cursos a distância. Em média, cada uma das sete unidades foram trabalhadas em um período de uma semana. Na primeira unidade, Arquivos Públicos: histórico e funções atuais, trabalhamos com noções básicas de arquivologia: conceitos, finalidade de um arquivo, gestão documental, difusão documental e acesso à informação. Na unidade dois, Patrimônio histórico-documental, discutimos muito o conceito e compreensão do que seja um documento, sua relação com a memória e com o ensino de História. Depois disso, na terceira unidade, Ensino de História e Sequências Didáticas, problematizamos a organização do ensino de história e seu potencial em meio a uma guerra de narrativas. Na quarta unidade, Documentos Iconográficos e cartográfico como recurso pedagógico, foram trabalhadas as possibilidades de trabalho a partir da fotografia e da cartografia e suas contribuições para discussões sobre identidade, por exemplo. Na sequência, na quinta unidade, Documentos Textuais como Recurso Pedagógico, importantes questões foram abordadas, tais como o entendimento da escrita e da competência leitora como condição para o ensino e a aprendizagem da história. Na sexta unidade, Periódicos como Recurso Pedagógico, nos debruçamos sobre o trabalho com a imprensa escrita e a sua contribuição na formação de olhares investigativos tão necessários ao processo de ensino-aprendizagem.” Nas próximas semanas, a servidora elaborará textos individuais sobre os trabalhos desenvolvidos em cada uma das unidades mencionadas.

Por fim, como proposta de fechamento da Oficina, os cursistas passaram a trabalhar com a Elaboração de uma Sequência Didática, que funcionou como um trabalho de conclusão, no qual puderam abordar uma série de conhecimentos construídos no decorrer dos dois meses de leituras e de realização de atividades. Assim, no segundo encontro presencial em novembro, foram apresentadas as Sequências Didáticas.

Nessa oportunidade, os cursistas apresentaram propostas de trabalho didático com documentos de arquivo, em formato de sequência didática. Dentre as temáticas abordadas, foram compartilhadas propostas sobre a Anistia, a Imigração, o Oeste Paulista e as Ferrovias, Propaganda, Revolução Constitucionalista de 1932, a Segunda Guerra Mundial e sobre o Rio Tietê. A historiadora do Arquivo, considerando a trajetória do APERS de fomento a atividades internas e externas relativas ao período da Ditadura, elaborou uma sequência didática a partir de documentos custodiados pelo APESP sobre a Anistia de 1979, que será divulgada aqui no Blog, assim que for publicada pelo Arquivo Público de São Paulo.

Parte da Equipe do Centro de Difusão e NôvaFoi também durante os dois encontros que Nôva Brando pode conhecer um pouco mais das Ações Educativas desenvolvidas pelo APESP ao ser convidada a participar de uma reunião com os servidores do Centro de Difusão e Apoio à Pesquisa da Instituição. A coordenadora do Núcleo de Ação Educativa, Andresa Barbosa, elaborou uma apresentação na qual foi mencionada cada uma das ações desenvolvidas: A sala de aula no Arquivo, Ateliê Infantil, Visita Monitorada, Conhecendo o DEOPS/SP, Oficina Pedagógica, O Professor no Arquivo, atividades que atendem desde crianças da educação infantil até o professor da Educação Básica.

Nôva também apresentou, em outra oportunidade, as Ações Educativas desenvolvidas pelo APERS. Nesse momento estiveram presentes vários servidores do Centro de Difusão e Apoio à Pesquisa do APESP, além de funcionários do Arquivo Histórico de São Paulo, do Arquivo Nacional, de arquivos de outras cidades do interior de SP, para citar alguns.

Foram mencionados os eventos e os cursos diversos promovidos ou apoiados pelo APERS e, sobretudo, apresentados o Programa de Educação Patrimonial UFRGS&APERS, o Projeto ÁfricaNoArquivo e o Projeto APERS? Presente, professor!. Segundo relata a historiadora Nôva, “a percepção foi de que as atividades desenvolvidas tanto pelo APERS quanto pelo APESP em muito se assemelham na medida em que ocupam papel indispensável de aproximação e apropriação da comunidade em relação a instituição”.

Além das aprendizagens mais pontuais, relativas à participação da historiadora na oficina O(s) Uso(s) de Documentos de Arquivo na Sala de Aula, o Arquivo Público do RS vislumbra muitas possibilidades de qualificação das atividades que desenvolve a partir de momentos de troca como caracterizaram as aulas acompanhadas e os encontros vividos no Arquivo Público de São Paulo.

Cinema no Arquivo: pré-estreia!

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No dia 04 de dezembro de 2014, o APERS promove o projeto-piloto Cinema no Arquivo. Com a intenção de possibilitar o debate inter e transdisciplinar em torno de temáticas de cunho histórico, selecionou-se o filme Os Senhores da Guerra, de Tabajara Ruas.

Adaptado do romance homônimo de José Antônio Severo, a história se passa no Rio Grande do Sul, onde dois irmãos lutam em lados opostos na Revolução de 1923.

Cinema no APERS

Lojinha da AAAP

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A Associação de Amigos do Arquivo Público do RS – AAAP, em uma iniciativa para divulgar o Arquivo Público de RS e arrecadar fundos, está vendendo canecas personalizadas com fotos da instituição.

São quatro modelos, com fotos de João Paulo Lucena e Vânia Mattos, que registraram o Arquivo Público para a exposição “Olhares”, em homenagem aos seus 108 anos.

As canecas são de porcelana com capacidade para 300ml, de um lado têm a logo da AAAP e de outro a fotografia, e serão vendidas a R$ 25,00 para sócios e a R$ 30,00 para não sócios. Para mais informações de como adiquirir sua caneca, contate-nos pelo telefone 51 32889135 ou pelo e-mail aaaprs@gmail.com. Confira nas imagens os modelos e escolha a sua! E aguarde, em breve teremos mais novidades na Lojinha!

Modelos canecas personalizadas AAAP

Modelos canecas personalizadas AAAP

Arquivos & diversidade étnica: fontes para a história dos povos indígenas

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indios-educacaoMensalmente, quando estamos elaborando nossas postagens para a categoria “Arquivos & Diversidade Étnica”, sempre refletimos sobre como abordar a temática indígena. Não porque seja uma temática por nós valorada como mais importante do que a temática negra, mas porque o APERS já possui um extenso trabalho de levantamento em seu acervo relacionado aos africanos e afrodescendentes no Rio Grande do Sul, através do Projeto Documentos da Escravidão e seus desdobramentos. Por outro lado, enquanto instituição ainda desconhecemos as potencialidades de nosso acervo no que concerne à história dos povos indígenas em nosso estado.

Nesse sentido, sempre temos vontade de abordar com mais profundidade as relações entre arquivos, história indígenas e ensino, mas ainda não temos instrumentos que nos permitam apontamentos abrangentes e eficientes sobre nossos acervos que possam ser utilizados nessa escrita. Hoje, buscando refletir sobre tal questão, sugerimos a leitura do artigo “Presença indígena na Guerra dos Farrapos: primeiras observações (c.a 1831-1851)”, do professor Eduardo Neumann, e de uma simples nota de leitura intitulada “Povos indígenas e arquivos: desafios e resultados”, de Odair Giraldin, que traz reflexão sobre a persistência necessária aos que desejam desvendar informações, produzir conhecimento e ensinar sobre este tema a partir de documentos de arquivos.

No artigo, de 2011, Neumamm registra que “apesar da documentação oficial sobre a ocupação e colonização do Rio Grande do Sul e mesmo os relatos de viajantes mencionarem a presença ameríndia, lamentavelmente, a atenção dedicada pela historiografia sul-rio-grandense às populações indígenas não corresponde á sua importância na formação dessa sociedade. Em parte por que há uma ênfase demasiada na imigração europeia ao Rio Grande do Sul, uma apologia do imigrante; por outra imperava a concepção de uma assimilação e gradual extermínio dos indígenas, como propalado em outras regiões. O certo é que, mesmo diante da renovação verificada em outras áreas da América Portuguesa, o “índio colonial” ainda é um personagem ausente na historiografia regional”. Propondo uma abordagem que recupere o papel histórico dos ameríndios em nossa sociedade, o autor afirma que cabe ao historiador enfrentar esse desafio, pois “somente assim será possível reverter o quadro ainda hoje prevalecente, marcado pela omissão ou, na melhor das hipóteses, por uma visão simpática aos índios, mas que os enquadra como vítimas de poderosos processos externos à sua realidade”. Arriscamos ir além, afirmando que para tal superação esse papel cabe ao historiador enquanto professor-pesquisador, cumprindo sua tarefa não apenas nos arquivos, centros de documentação e instituições de memória, mas na conexão entre tais locais e os espaços formais e não formais de educação.

Nessa busca, Neumann enfoca sua pesquisa na atuação indígena na Guerra dos Farrapos, conflito tão conhecido dos sul-rio-grandense, tão marcante em nossa constituição sócio cultural, e ao mesmo tempo ainda tão centrada na matriz lusitana, ocasionando o apagamento das presenças negra e indígena. O autor recorre a diferentes acervos, especialmente do Arquivo Histórico do RS, para identificar a participação de sujeitos históricos de etnias indígenas na Guerra, demonstrando que há registros, ainda que muitas vezes precisem ser garimpados, e que tal participação foi efetiva.

Em artigo posterior, de 2013, em que o autor faz uma releitura do primeiro e busca trazer novos apontamentos, surge a problematização do uso de processos criminais para aprofundar a análise relativa a esta participação no conflito. Fazendo breve análise a cerca de dois processos do ano de 1846 em que os réus são identificados como “índios”, entretanto, Neumann salienta as dificuldades identificadas até então para localizar essas fontes no APERS, tanto pela diminuição de registros na esfera da Justiça acarretada pelas turbulências da guerra, quanto pela complicada busca onomástica, que esbarra na presença de muitos homônimos entre os indígenas – neste caso, vale lembrar que o Arquivo Público ainda não possui catálogos específicos que enfoquem e descrevam os documentos potenciais para a pesquisa nessa área, de forma que as buscas podem ser feitas pelos pesquisadores nos instrumentos de pesquisa gerais.

2014.11.12 Indígenas no RS

Sabemos que há dificuldades, e que o trabalho dos pesquisadores, que já é moroso em geral, torna-se mais complexo quado se pretende desbravar campos de pesquisa pouco percorridos, que necessitam do levantamento de novas fontes e geram novos debates historiográficos. Por outro lado, o trajeto tortuoso é recompensado a cada descoberta. Odair Giraldin, por exemplo, tomou como um desafio as dificuldades e o desincentivo que recebeu ao longo de suas buscas por documentos que registrassem os Cayapó do Sul. Como relata, após percorrer diversas instituições arquivísticas “como uma atividade de garimpeiro”, em meio a fichários em que buscou todas as variáreis possíveis para o grupo pesquisado, teve um inside: “resolvi olhar também por Panará, uma vez que este etnônimo, do grupo atual existente no norte do Mato Grosso, talvez fosse a autodesignação dos antigos Cayapó (…) Meu coração palpitou quando encontrei uma ficha que mencionava: Índios Panará do Triângulo Mineiro. Atônito e suando frio, aguardei o funcionário trazer a lata. Abri-a e me arrepiei com o que vi! Um manuscrito elaborado em 1918 por um agrimensor de Uberaba, por nome Alexandre de Souza Barbosa, que havia recolhido um vocabulário de mais de seiscentas palavras dos Cayapó do Sul. Este corpus foi construído ouvindo uma velha senhora que era a única falante da língua, numa pequena aldeia nas margens do Rio Grande, próximo a Cachoeira Vermelha (…) [O vocabulário] demonstrou que os antigos Cayapó eram os antepassados dos atuais Panará.

O inside de Odair, amparado pelas possibilidades criadas a partir dos fichários da instituição na qual estava pesquisando, mudaram os rumos de muitas pesquisas. Segundo ele, “os arquivos guardam muitas informações sobre os povos indígenas. Tudo depende de persistência, sensibilidade e paciência para procurar”. Nós concordamos, e acrescentamos que tal persistência e sensibilidade deve fazer parte tanto do trabalho dos pesquisadores, quanto dos servidores de tais instituições, de forma que possam incorporar as demandas por acesso às fontes relacionadas aos povos indígenas em seus planos de organização dos acervos e qualificação dos instrumentos de pesquisa. Fica uma sugestão para nós mesmos!

APERS? Presente, professor! – Democracia e Justiça de Transição

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2014.11.12 Democracia e Justica de Transicao_Blog   Hoje disponibilizamos a décima terceira proposta pedagógica do Projeto APERS? Presente, professor! que está inserida dentro do eixo temático A Resistência à Ditadura Civil-militar – das fontes arquivísticas para a sala de aula, 50 anos depois.

     Denominada de Democracia e Justiça de Transição, essa proposta tem como objetivo auxiliar no reconhecimento da importância de uma efetiva justiça de transição nos processos de (re)construção da democracia. Para construí- la, a equipe do projeto utilizou como fonte o processo de indenização do ex-preso político do período, Luiz Eurico Tejera Lisboa. Acesse aqui o arquivo da proposta.

     O professor pode acessar aqui uma cópia dos documentos selecionados e de outros documentos que não compuseram a proposta, mas que compõem o processo de Luiz Eurico (o processo completo de Luiz Eurico possui mais de 500 páginas, dessa forma, não foi possível disponibilizá-lo na integra). Para acessar as propostas anteriores, clique aqui.

     Bom trabalho!

APERS na XX Jornada de Ensino de História e Educação

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     Na semana passada, nos dias 3 e 4 de novembro, Clarissa Sommer, Nôva Brando e Vanessa Menezes, historiadoras do Arquivo Público do RS, participaram da XX Jornada de Ensino de História e Educação, realizada na Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Convidadas a ministrar a Oficina Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos no evento, tiveram também a oportunidade de assistir a conferências, mesas e simpósios temáticos.

     No turno da tarde de segunda-feira, participaram da mesa Professores de História e Experimentações, com Nilton Mullet Pereira (UFRGS); Dália Leindecker (Rede Estadual de Ensino); Adriana Senna (FURG) e depois disso acompanharam o Bate-papo Culturas Juvenis, com Carmem Zeli de Vargas (UFRGS). Ainda na noite desse dia, prestigiaram a Conferência de Abertura Desafios da História do Tempo Presente, com Helenice Aparecida Rocha (UERJ).

     Na terça-feira pela manhã, foi o momento de realizarem, com os participantes da Jornada, a vivência da Oficina Resistência. Cerca de 20 pessoas, entre estudantes e professores, participaram da dinâmica proposta pelas historiadoras. Em um formato adaptado para o Evento, as atividades contaram com recursos multimídia, que possibilitaram apresentar as etapas da oficina desenvolvidas nas dependências do APERS. Em seguida, todos os participantes puderam manusear os materiais que compõem as caixas pedagógicas, seguindo praticamente a mesma metodologia aplicada com os alunos do ensino médio que a instituição costuma receber nas vivências. Foi um sucesso!!!

   No turno da tarde participaram das comunicações, nas quais estudantes, pesquisadores e professores puderam apresentar trabalhos. Dentre as apresentações, tivemos um trabalhos inscrito pela Nôva, A História do Tempo Presente, Presente! O Ensino da História da Ditadura Civil-Militar Brasileira a partir do Uso de Fontes Arquivísticas, cujo objeto de análise foi um projeto em desenvolvimento no APERS. E no turno da noite, um pouco antes de retornarem para Porto Alegre, ainda puderam acompanhar a mesa Ensino de História e Direitos Humanos, formada pelos professores Solon Viola (UNISINOS) e Helenice Aparecida Bastos Rocha (UERJ).

    Além da vivência, Clarissa, Nôva e Vanessa escreveram um artigo intitulado Ação Educativa e Educação Patrimonial em Arquivos: a Oficina “Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos” no APERS. Divulgaremos por aqui as produções escritas para o Evento assim que forem publicadas.

APERS sedia 2ª edição do Seminário 50 anos do Golpe de 1964: 50 anos de impunidade

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     Seguindo as atividades desenvolvidas em março de 2014, o Coletivo pela Educação, Memória e Justiça realiza a 2ª edição do Seminário 50 anos do Golpe de 1964: 50 anos de impunidade, que ocorrerá no Auditório do APERS nos dias 12, 13 e 14 de novembro, com apoio do Arquivo Público, do IFCH/UFRGS e do PPG em História/UFRGS.

     Certificados de 20 horas ou de 30 horas (75% de presença). As vagas são limitadas e as inscrições custam R$15,00, que devem ser feitas pelo e-mail inscricoes50anosgolpe@gmail.com .

    Mais informações, na página do evento no Facebook .

2014.11.05 Seminário 50 anos golpe.jpg

Sábados de funcionamento da Sala de Pesquisa do APERS – mês de Novembro

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2014.11.05 Sala de pesquisaPara melhor atender aos seus pesquisadores, a Sala de Pesquisa do APERS abre um sábado por mês, das 9 às 14 horas, mediante solicitação prévia da documentação.

No mês de novembro a Sala de Pesquisa abrirá no sábado 22.

Os pesquisadores interessados em realizar suas pesquisas podem solicitar previamente os documentos por e-mail (saladepesquisa@sarh.rs.gov.br) ou pelo Balcão Virtual.

Agende sua pesquisa!

APERS em Números – Outubro 2014

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Confira alguns dados referentes aos serviços realizados no APERS durante o mês de outubro:

Usuários atendidos: 697

Atendimentos aos usuários: 1.346

Documentos recuperados: 61

Encaixamento: 85

Indexação Sistema AAP: 5.290

Oficinas de educação patrimonial: 18

Reprodução de documentos: 1.471

Visitas guiadas: 06

Visualizações blog institucional: 7.728

Visualizações blog temático: 4.443

Veja abaixo gráfico com os quantitativos diários de atendimento aos usuários referente ao mês de outubro:

Gráfico de atendimentos realizados aos usuários do APERS em outubro de 2014

Gráfico de atendimentos realizados aos usuários do APERS em outubro de 2014

Clique aqui e saiba mais sobre os serviços que o APERS presta a comunidade.

Visitas guiadas ao APERS – Outubro 2014

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No mês de outubro foram realizadas 06 visitas guiadas ao conjunto arquitetônico do Arquivo Público do RS. Visitaram nossa instituição:

Dia 04: 8 alunos do Curso de História da ULBRA-Canoas. A visita foi realizada com o objetivo de complementar os estudos da Disciplina de Estágio em Arquivo.

Dia 15: 16 alunos, entre o 5º e o 6º semestre do Curso de Licenciatura em História do Centro Universitário UNIVATES, em Lageado, acompanhados pela professora Márcia Volkmer, que ministra a disciplina de Oficina em Acervos. A visita teve por objetivo conhecer a estrutura do APERS, bem como a guarda da documentação e a aplicação da Gestão Documental.

Dia 17: 18 alunos do 7º ano da Escola Estadual de Ensino Médio Presidente Kennedy, em Cachoeirinha. A visita foi uma consequência da participação, por parte da professora Ana Fraga, do Curso de Formação de Professores – Edição 2014, desenvolvido pelo APERS.

Dia 22: 29 alunos do 2º semestre do Curso de História da Universidade Federal de Pelotas – UFPEL, acompanhados pela professora Marcia Janete Espig, que ministra a disciplina de Educação Patrimonial. O objetivo da visita foi conhecer o acervo e os projetos de educação patrimonial do APERS.

Dia 24: 45 alunos do Curso de História da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS, acompanhados pelo professor Miguel Henrique Stedile, que ministra a disciplina de Teoria e Metodologia da História. A visita foi realizada com a intenção de proporcionar uma introdução às fontes primárias de informação, arquivos.

Dia 24: 15 alunos do Curso Técnico em Secretariado da Universidade Federal de Santa Maria – UFSM, acompanhados pelo professor e arquivista Patric Kayser, que ministra a disciplina de Gestão Documental. A visita teve por objetivo conhecer o contexto histórico do APERS e a aplicação da Gestão Documental, em relação ao SIARQ/RS.

Guias: Carlos Henrique Armani Nery e Maria Lúcia Ricardo Souto.

Oficinas de Educação Patrimonial – Outubro

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Imagem para post Oficinas

Confira as escolas que participaram das Oficinas de Educação Patrimonial oferecidas pelo APERS durante o mês de outubro:

Dia 02: os alunos do 6º e 7º ano do Colégio Estadual Paraná participaram da oficina “Os Tesouros da Família Arquivo” acompanhados pelo professor Carlos Reni. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 02: os alunos do 3º ano da Escola Estadual de Ensino Médio Agrônomo Pedro Pereira participaram da oficina Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos acompanhados pela professora Cláudia Feijó. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 07: os alunos do 2º ano do Colégio Estadual Inácio Montanha participaram da oficina “Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos” acompanhados pela professora Raquel Figueiró. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 07: os alunos do 6º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Fernando Gomes participaram da oficina “Os Tesouros da Família Arquivo” acompanhados pela professora Adriana Quadros. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 08: os alunos do 2º ano do Colégio Estadual Inácio Montanha participaram da oficina “Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos” acompanhados pela professora Raquel Figueiró. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 09: os alunos do 3º ano da Escola Estadual de Grau Frederico Guilherme Schmidt participaram da oficina “Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos” acompanhados pelo professor Marcos Freire Machado. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 14: os alunos do 2º ano Colégio Estadual Inácio Montanha participaram da oficina “Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos” acompanhados pela professora Raquel Figueiró. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 14: os alunos do 6º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Fernando Gomes participaram da oficina “Os Tesouros da Família Arquivo” acompanhados pela professora Adriana Quadros. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 16: os alunos do 3º ano da Escola Estadual de Ensino Médio Frederico Guilherme Schmidt participaram da oficina “Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos” acompanhados pelo professor Marcos Freire. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 20: os alunos do 6º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Emilio Kemp participaram da oficina “Os Tesouros da Família Arquivo” acompanhados pelas professoras Andreia Suris e Mayara H. Lambert. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 21: os alunos do Colégio Estadual Inácio Montanha participaram da oficina “Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos” acompanhados pela professora Gabriela Sevilla. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 21: os alunos do 6º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Fernando Gomes participaram da oficina “Os Tesouros da Família Arquivo” acompanhados pela professora Adriana Quadros. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 22: os alunos do 2º ano da Escola Estadual de Ensino Fundamental Fernando Gomes participaram da oficina “Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos” acompanhados pelos professores Bernard Prieto e Edi Fonseca. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 23: os alunos do 3º ano da Escola Técnica Estadual Frederico G Schmidt participaram da oficina “Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos” acompanhados pelo professor Marcos Freire Machado. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 23: os alunos do 6º e 9º ano da Escola Estadual de Ensino Médio Zeferino Lopes de Castro participaram da oficina “Os Tesouros da Família Arquivo” acompanhados pela professora Rosa Stall. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 29: os alunos do 3º ano do Colégio Estadual Augusto Meyer participaram da oficina “Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos” acompanhados pelo professor Alfredo Campos Ranzan. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 29: os alunos do 3º ano do Colégio Estadual Júlio de Castilhos participaram da oficina “Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos” acompanhados pelo professor Sérgio Ozório. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

Dia 30: os alunos do 1º ano da Escola Estadual de Ensino Básico Dolores Alcaraz Caldas participaram da oficina Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos” acompanhados pela professora Bruna Santos Brasil. Clique aqui para acessar o álbum de fotos. 

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