Há setenta e sete anos, entre os dias 17 e 18 de julho de 1936, iniciava um dos maiores conflitos do século XX: a Guerra Civil Espanhola, que se desenvolveu durante três anos sintetizando acirramentos e antecipado a Segunda Guerra Mundial. Na luta fratricida dois grandes blocos se formaram: de um lado o governo legal republicano, apoiado nos setores democrático liberais, comunistas, socialistas e anarquistas; no outro, as forças conservadoras e reacionárias sublevadas, aglutinando os interesses monarquistas, da Igreja, dos grandes proprietários rurais, da grande indústria e dos grupos fascistas espanhóis. Esta divisão se refletia no posicionamento das grandes potências da época em relação ao conflito. Enquanto eram evidentes o auxílio, a simpatia e a intervenção nazi-fascista em apoio ao general Franco, milhares de voluntários nos países ocidentais e na União Soviética organizavam-se em Brigadas Internacionais e iam lutar pela República. O medo e o imobilismo político dos governos democráticos, receosos de agravar as delicadas relações internacionais da época, e as lutas internas das forças republicanas contribuíram para o desfecho, com a vitória do setor reacionário e o início do período sombrio do Franquismo na Espanha.

     A Guerra Civil foi retratada de muitas formas, entre elas, os cartazes, que tinham uma finalidade clara: transmitir o espírito de luta através de palavras de ordem e figuras incisivas. Todos os grupos que lutavam em um bloco ou outro tinham seus departamentos de propaganda, que transmitiam as mais diversas mensagens. Os cartazes tiveram um efeito muito importante junto à população. Anônimos em sua maioria, famosos em alguns casos. De Pablo Picasso a Saénz de Tejada, passando por Gabriel Miró e Bardasano, os cartazes são registro e testemunho de pequenos detalhes e grandes fatos do que foi o processo da Revolução e Guerra Civil Espanhola. Esse material iconográfico faz parte da publicação em fascículos da obra La Guerra Civil Española, de Hugh Thomas, reeditada pela Ediciones Urbión, em 1979. Tal reedição trouxe um volume extra que reproduz as imagens nas contracapas dos fascículos.

     Em 2011 realizamos no APERS uma exposição a partir dos fascículos publicados. O material foi cedido pelo Prof Enrique Serra Padrós (Departamento e PPG em História/UFRGS) de seu acervo pessoal. A partir da digitalização de todos os 110 cartazes da coleção, hoje lançamos uma reedição dessa exposição, agora em formato virtual. Novamente agradecemos ao Prof. Enrique por viabilizar mais esta ação. Clique na imagem para visualizá-la em tamanho maior, e para conferir a legenda completa, que contextualiza cada obra. Desejamos a tod@s uma ótima visita!