2013.04.24 APERS entrevista Carmen Moreira MerloCarmen Moreira Merlo, 39 anos, é arquivista (UFSM/1998) e mestre em História (UPF/2006). Em sua dissertação de mestrado reconstituiu as origens e a trajetória do Arquivo Público do RS, consultora em Gestão da Informação e Gestão de Documentos, Carmen é nossa entrevista deste mês!

Blog do APERS: Carmen, como surgiu o interesse em pesquisar sobre o primeiro centenário do APERS?

Carmen: Posso apontar três grandes razões que me moveram a essa pesquisa: a admiração pelo trabalho desenvolvido pela equipe do Arquivo Público, a sua arquitetura ímpar e a comemoração do seu centenário. Então, ao escolher o tema para minha dissertação foi fácil, pois sabia que não havia nenhuma publicação a respeito de sua história efetivamente, o desafio foi encontrar as fontes porque havia muitas dúvidas sobre a autoria do projeto arquitetônico.

Blog do APERS: Na tua pesquisa relatas questões sobre sigilo e acesso às informações nos arquivos brasileiros. Como vês esse assunto agora com a Lei de acesso à informação instituída?

Carmen: Essa discussão sobre o sigilo e acesso a informação é uma exigência antiga da sociedade brasileira. Particularmente, acredito que a nova legislação consiga atender as solicitações proferidas pelo cidadão se não houver restrições a períodos históricos. Certamente, será um momento histórico e de grande importância para nossa profissão.

Blog do APERS: Como você qualifica a experiência de ter pesquisado sobre a história institucional do APERS?

Carmen: Sem dúvida um grande desafio e responsabilidade reconstruir sua trajetória, pois para mim não foi apenas um tema a ser pesquisado, mas um processo de investigação. Contudo, todos os objetivos foram alcançados durante a pesquisa graças ao atendimento da equipe do APERS e outras instituições públicas que contribuíram para a reconstrução do conhecimento. Por outro lado ainda tem muito a ser investigado, quem sabe isso fique para um outro estudo.

Blog do APERS: Qual a tua dica para os pesquisadores que estão começando agora a lidar com fontes primárias?

Carmen: As fontes primárias são de difícil acesso, muitas vezes elas não estão em instituições públicas ou privadas, são mantidas por pessoas ou colecionadores em vias de desaparecimento. Então sugiro iniciar as pesquisas, sempre que possível, com entrevistas, pois irão abrir outras possibilidades de encontrá-las.

Blog do APERS: Qual o teu entendimento sobre a importância da gestão da informação para a preservação da memória das instituições?

Carmen: A gestão da informação é um procedimento fundamental para a preservação dos documentos, pois é o ponto de partida para o desenvolvimento de um trabalho de conservação. É na gestão que adotamos um conjunto medidas e princípios para todo o ciclo de vida dos documentos.

Blog do APERS: Você atua na área de assessoria em arquivos, que dica você daria para os arquivistas recém-formados interessados em trabalhar com assessoria em gestão da informação?

Carmen: Que há uma carência muito grande de profissionais de arquivo para ser explorada nessa área de assessoria. O trabalho como assessor agrega muito conhecimento e nos mantém constantemente atualizados porque estamos sempre em contato com diversas áreas dos mais diferentes segmentos. Posso afirmar que abre muitas portas também.

Blog do APERS: Nas tuas horas vagas quais são tuas atividades preferidas de lazer?

Carmen: Ficar com a família em casa e receber os amigos para jantar.

Saiba mais sobre a pesquisa: O palácio de papel – Cem anos do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (1906-2006).