XV Mostra de Pesquisa APERS – Regulamento

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Está chegando a XV da Mostra de Pesquisa do APERS e para a edição comemorativa de 2020, o Arquivo está planejando um evento repleto de novidades.

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Realizada em parceria com a Associação dos Arquivistas do RS, a Associação Nacional de História – Seção RS, e a Associação de Amigos do APERS, a Mostra tem como objetivos: (a) oportunizar espaço para a divulgação e discussão da recente produção intelectual das ciências sociais, humanas e da informação, promovendo a interação entre a comunidade pesquisadora e os órgãos de guarda de acervos; (b) incentivar a utilização de fontes primárias documentais em trabalhos de pesquisa; (c)Incentivar a realização de estudos a respeito de instituições de memória, suas funções e ações; e (d) divulgar locais de pesquisas e seus respectivos acervos documentais.

A instituição segue atenta aos processos de difusão documental e ao necessário diálogo entre as instituições arquivísticas e de memória, as universidades, os centros de pesquisa e a sociedade. Dessa forma, lança hoje o Regulamento da XV Mostra de Pesquisa do APERS – para acessar clique aqui. Chamamos atenção para o período de 09 de março a 18 de maio, no qual devem ser submetidos os trabalhos para apresentação no evento da XV Mostra, que ocorrerá no mês de setembro. O evento é gratuito, tanto para apresentação de trabalhos quanto para ouvintes.

As informações necessárias para os interessados em participar do evento constam no regulamento. Também ficamos à disposição para quaisquer dúvidas pelo e-mail mostradepesquisa@planejamento.rs.gov.br e pelo telefone (51) 3288 9126.

Segue abaixo o cronograma do evento. Participe!

cronograma

Arquivos & conceitos: o ciclo vital dos documentos e a teoria das três idades

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2014.06.25 Arquivos e conceitos - Ciclo vital

     Como já comentamos aqui, os Arquivos são organismos cheios de vida e informação! Os documentos que compõe os arquivos passam por fases, desde sua produção até seu destino final, que pode ser a eliminação ou guarda permanente. A sistematização deste ciclo compreende a teoria das três idades dos arquivos e é definido de acordo com a frequência que os consultamos e o tipo de utilização que fazemos deles.

     O ciclo de vida dos documentos é o elemento que forma o pano de fundo para as intervenções arquivísticas e divide os arquivos de acordo com as fases ativa, semiativa e inativa dos documentos denominando-os, respectivamente: corrente, intermediário e permanente ou de 1ª idade, 2ª idade e 3ª idade, respectivamente.

    A definição das idades ou etapas do ciclo de vida está intimamente ligada a identificação dos valores primário e secundário dos documentos, conceito que já trabalhamos anteriormente. Conceitualmente podemos definir as etapas do ciclo vital dos documentos como:

  • Corrente ou 1ª idade: composto pelos documentos em tramitação ou que são frequentemente consultados devido ao seu uso administrativo, fiscal e/ou jurídico. Precisam ficar próximo ao seu produtor/ acumulador, possuem valor primário.
  • Intermediário ou 2ª idade: constituído por documentos consultados ocasionalmente e originários dos arquivos correntes. Nesta etapa os documentos aguardam o término do seu prazo precaucional para eliminação ou encaminhamento ao arquivo permanente, ainda possuem valor primário.
  • Permanente ou 3ª idade: formado por documentos de valor secundário, que devem ser guardados permanentemente, ou seja, não podem ser eliminados/ descartados de forma alguma em decorrência de seu valor probatório e/ou informativo para o Estado ou sociedade.

     O Arquivo Público do RS é um arquivo permanente, responsável pela guarda de documentos públicos originários de diversos órgão do Estado do RS e hoje recolhe ao seu acervo apenas documentos dos órgãos da administração direta do Poder Executivo. E, através das normativas do Sistema de Arquivos do Estado do RS (SIARQ/RS), o APERS assessora os órgãos na gestão dos arquivos correntes e intermediários até o processo de descarte ou recolhimento dos acervos permanentes.

     A mudança de fases dos documentos no seu ciclo de vida deriva de procedimentos adotados por outro fundamento da arquivística, o qual denominamos “gestão documental”, conceito que trataremos no próximo post!

Arquivos & conceitos: Valores dos documentos

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2014.05.28 Arquivos e conceitos - Valores

Na arquivologia, quando nos referimos ao valor dos documentos não é financeiro, mas sim ao seu valor enquanto gênero. Fundamentalmente temos dois valores: o primário e o secundário.

O valor primário ou imediato é inerente a criação do documento, podendo apresentar valor administrativo, fiscal ou jurídico. Vejamos os conceitos:

  • Administrativo: quando o documento é necessário às atividades cotidianas/ correntes de quem o criou.
  • Fiscal: neste caso o documento é gerado para comprovar operações financeiras e seu valor cessa quando tal operação se conclui. Porém é preciso manter o documento por um determinado período para cumprir exigências fiscais ou legais.
  • Jurídico: os documentos com esse valor comprovam direitos a curto ou longo prazo.

O valor secundário ou mediato é identificado quando cessa o valor primário e a guarda do documento faz-se necessária permanentemente. Podemos enquadrar o valor secundário em duas categorias:

  • Probatório: atribui-se quando o documento comprova a organização e o funcionamento da entidade que o produziu ou comprova as ações de determinado indivíduo que o produziu.
  • Informativo: quando os documentos registram informações sobre pessoas, lugares, objetos, fatos ou fenômenos que aconteceram e que se pretende preservar.

A definição destes valores é fundamental para que se possa determinar o tempo que guarda dos documentos, afinal, não podemos guardar tudo pela vida toda! Explicaremos melhor isto nos próximos posts, até!

 

Arquivos & conceitos: Classificação dos documentos

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2014.03.26 Arquivos e conceitos - Classificação

     Os documentos de arquivo podem ser classificados em diferentes categorias, de acordo com suas características. Baseando-se nelas, podemos classificá-los quanto ao: gênero, espécie, tipologia, natureza do assunto, forma, e formato.

  • Gênero: refere-se à maneira de representar o documento de acordo com o seu suporte. Assim, os documentos podem ser textuais (quando a informação está escrita), cartográficos (quando o documento representa uma área maior, como em plantas e mapas), iconográfico (quando o documento possui a informação em forma de imagem estática, como em fotografias, partituras, e cartazes), filmográficos (quando a informação está representada em forma de imagem em movimento, como em filmes), sonoros (quando a informação está registrada em forma fonográfica, como em discos, e CDs), micrográficos (quando o documento possui a informação registrada em microforma, como em microfilmes e microfichas) e informáticos ou digitais (quando o documento está gravado em meio digital e, por isso, necessita de equipamentos eletrônicos para serem lidos, como um documento em .doc ou .pdf).
  • Espécie: espécie é a definição a partir da disposição e da natureza das informações, são exemplos: Ata, Contrato, Decreto, Ofício, Certidão…
  • Tipologia: tipologia documental é a configuração que assume a espécie de acordo com a atividade que a gerou, por exemplo: Ata de reunião, Contrato de prestação de serviço, Certidão de nascimento…
  • Natureza do assunto: esta classificação informa se a natureza do assunto tratado no documento prejudica a administração ou não quando divulgado. Se sua divulgação não acarreta prejuízo se diz que o documento é “ostensivo” e quando prejudica alguém ele é “sigiloso” e tem restrições de acesso.
  • Forma: refere-se ao estágio de preparação do documento, se ele é pré-original, original, ou pós-original. Simplificando: se o documento é rascunho (quando estamos o elaborando e podemos alterá-lo) ou minuta (quando para torná-lo ‘oficial’ faltam apenas os sinais de validação, como a assinatura) dizemos que ele é um pré-original e quando se configura em uma cópia idêntica ao original chamamos de porta-original.
  • Formato: é determinado de acordo com as características físicas e técnicas de registros com que se apresenta o documento. São exemplos de formatos: livros, fichas, caderno e pergaminho.

     Bom, hoje tentamos informar de maneira resumida as diversas formas que temos para categorizar os documentos a partir de suas características. Claro, poderíamos elaborar um post sobre cada item, mas como aqui temos a pretensão de informar nosso público leigo, preferimos fazer assim, de uma forma mais resumida. Então, convidamos os arquivistas e demais iniciados na área a comentar de forma mais profunda tais conceitos! Vamos lá, participe!

Arquivos & conceitos: Arquivo

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2014.02.26 Arquivos e conceitos - Arquivo

Arqui o quê? Arquivo. Ah, arquivo morto! Não, é AR-QUI-VO, ARQUIVO! Arquivo é cheio de vida, de informação, é algo útil. Ao longo dos tempos o conceito de arquivo mudou e se adaptou às transformações políticas e culturais da sociedade, hoje podemos definí-lo como:

  • Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade pública ou privada, ou por uma família ou pessoa no desempenho de suas atividades.
  • Órgão de documentação ou serviço responsável pela guarda, processamento técnico, conservação e viabilização do acesso aos documentos por ele custodiados.
  • Local onde funciona o órgão de documentação denominado “Arquivo” ou móvel destinado à guarda de documentos.

Os arquivos conservam documentos necessários para informar e provar as ações humanas, sendo necessários para termos o conhecimento dos tempos passados, para que possamos entender nosso presente e, talvez, para planejar nosso futuro. Neste contexto podemos citar Couture (1998, p. 35) teórico canadense que entende os arquivos como “uma fonte de informação única sobre as pessoas e as organizações e, por esse motivo, constituem materiais indispensáveis à história ou a qualquer outra disciplina cujo o objeto seja o passado”. Os documentos de arquivo configuram-se na unidade que serve para o registro da informação, independente do suporte utilizado. Já o suporte é o material sobre o qual a informação foi registrada, pode ser uma fita VHS, papel, DVD, filmes fotográficos…

Podemos classificar os arquivos de diversas formas, ao tentarmos categorizá-los quando à entidade mantenedora temos fundamentalmente dois tipos: os públicos e os privados.

  • Arquivos públicos: são formados por conjuntos documentais de entidades de direito privado encarregadas de serviços públicos ou por documentos acumulados a partir das funções executivas, legislativas e judiciárias de âmbito municipal, estadual e federal. Como exemplos de arquivos municipais temos o Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho e o Arquivo Histórico Municipal de Santa Maria, de arquivos estaduais temos nós (!) o Arquivo Público do RS e o Arquivo Público do Estado de São Paulo, e de arquivos federais temos o Arquivo Nacional do Brasil e o Archivo General de la Nacion (Arquivo Nacional da Argentina).
  • Arquivos privados: são acumulados pelas pessoas físicas ou jurídicas, de caráter particular, em decorrência de suas atividades. Como exemplos citamos: Arquivos pessoas, Arquivos de Igrejas, e Arquivos de Escolas particulares.

Os arquivos tem por função básica guardar, conservar e disponibilizar os documentos que o integram, permitindo o seu amplo acesso. Assim, precisamos tê-los organizados arquivisticamente para que seja inteligível aos seus usuários. Sobre as questões que envolvem esse processo vamos tratar nos próximos meses!