Publicado os Anais do I Seminário Internacional Documentar a Ditadura: Arquivos da Repressão e da Resistência

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Capa da PublicaçãoNo mês de junho de 2013, servidoras do APERS participaram do I Seminário Internacional Documentar a Ditadura, organizado pelo Arquivo Nacional na cidade do Rio de Janeiro. Além do envolvimento nas discussões como ouvintes, as servidoras apresentaram comunicações que retrataram algumas das ações desenvolvidas pelo Projeto Resistência em Arquivo e pelo Programa de Educação Patrimonial do APERS, realizado em parceria com a UFRGS.

A partir dessas apresentações, foram escritos artigos, agora publicados nos Anais do Evento. O primeiro deles, escrito por Renata Vasconcellos (arquivista) e Vanessa de Menezes (historiadora), chama-se A Importância da elaboração de instrumentos de pesquisa para o resgate da memória: a experiência do Arquivo Público do estado do rio Grande do Sul na confecção de um catálogo seletivo da documentação da Comissão Especial de Indenização. Esse texto relata o processo de elaboração de mais um instrumento de pesquisa relativo à documentação custodiada por nossa instituição. Trata-se da construção de verbetes individualizados que originarão um catálogo seletivo dos processos administrativos de indenização produzidos pela Comissão Especial de Indenização, instituída pela Lei Estadual nº 11.042/97, que guardam inúmeras informações sobre o período da ditadura civil-militar no Brasil e especialmente no Rio Grande do Sul.

O segundo, escrito por Clarissa Sommer e Nôva Brando (historiadoras), chama-se Ditadura, Direitos Humanos, Arquivos e Educação a partir do patrimônio: documentar a ditadura para que(m)?. Tal texto propôs uma discussão acerca do papel das instituições arquivísticas e de seus acervos no contexto de luta por memória, verdade e justiça, compreendendo que as ações de lugares custodiadores de documentação sobre o período da Ditadura podem extrapolar a viabilização de pesquisas históricas e a garantia de direitos às vítimas e seus familiares, fomentando também a ampliação do acesso a tais documentos, especialmente no processo de ensino e aprendizagem na Educação Básica. Essa discussão foi possível, a partir da construção de uma nova oficina de educação patrimonial, Resistência em Arquivo, destinada aos alunos do ensino médio, que tem como fonte histórica e pedagógica os já citados processos administrativos de indenização.

Clique aqui e confira, na íntegra, os textos, as discussões e as reflexões realizadas pelas autoras no evento.

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APERS no I Seminário Internacional Documentar a Ditadura: Apresentação da arquivista Renata Vasconcellos e historiadora Vanessa Menezes

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  Dando continuidade as notícias referentes à participação das servidoras do APERS no I Seminário Internacional Documentar a Ditadura: Arquivos da Repressão e da Resistência realizado no Arquivo Nacional, na cidade do Rio de Janeiro em junho de 2013, veremos a seguir um panorama da comunicação intitulada: A importância da elaboração de instrumentos de pesquisa para o resgate da memória: a experiência do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul na confecção de um catálogo seletivo da documentação da Comissão Especial de Indenização, apresentada pela arquivista Renata Vasconcellos e a historiadora Vanessa Menezes.

 O APERS desenvolve ações, projetos e programas de incentivo à pesquisa, divulgação do acervo, e elabora instrumentos de pesquisa que facilitam o trabalho dos pesquisadores. Nesta perspectiva, a equipe do APERS trabalha na construção de verbetes individualizados que originarão um catálogo seletivo dos processos administrativos produzidos pela Comissão Especial de Indenização, instituída pela Lei Estadual nº 11.042/97, que guardam inúmeras informações sobre o período da ditadura civil-militar no Brasil e especialmente no Rio Grande do Sul.

  A Comissão Especial de Indenização formou-se com o intuito de avaliar as solicitações de indenização feitas por ex-presos políticos e, nos casos de falecimento, por seus descendentes ou cônjuges. Os processos administrativos são compostos de recortes de jornais, fotografias, certidões expedidas por órgãos públicos federais e estaduais, cópias de inquéritos policiais e militares, pareceres psiquiátricos e outros. Juntamente a este rol de documentos, temos declarações feitas pelas partes envolvidas que, detalhadamente, relatam sua atuação política, bem como sua prisão, os maus tratos dos quais foram vítimas e as consequências deles decorridas.

  Durante a apresentação destacamos a importância destes processos de indenização para a recuperação de fatos históricos relacionados às graves violações de direitos humanos que foram cometidas no Estado do Rio Grande do Sul. Desta forma, a construção do catálogo relacionado à temática da ditadura civil-militar no Brasil, auxiliará no resgate à memória daqueles envolvidos na resistência contra este regime. Consideramos este instrumento de pesquisa um suporte para novas interpretações, na medida que, contribuirá para esclarecimentos acerca da nossa história recente.

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APERS no I Seminário Internacional Documentar a Ditadura: Apresentação de Trabalho das Historiadoras Clarissa Sommer e Nôva Brando

APERS no I Seminário Internacional Documentar a Ditadura: Arquivos da Repressão e da Resistência

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  Entre os dias 4 e 6 de junho ocorreu na cidade do Rio de Janeiro o I Seminário Internacional Documentar a Ditadura: Arquivos da Repressão e da Resistência. O Evento foi promovido pelo Arquivo Nacional e o APERS marcou presença com a participação da diretora Isabel Oliveira Perna Almeida e das servidoras Clarissa Sommer, Nôva Brando, Vanessa de Menezes (historiadoras) e Renata Vasconcellos (arquivista).

  A partir do contexto da promulgação da Lei de Acesso e da vigência dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, muitas foram as discussões travadas em torno da identificação, da preservação, da difusão e do acesso de documentações relativas a períodos de regimes autoritários, como a Ditadura Civil-Militar no Brasil. Nesse contexto, os arquivos assumem extrema relevância enquanto instituições públicas que contribuem diretamente para a guarda especializada do patrimônio documental, para a promoção do direito à memória, para a construção do conhecimento histórico acerca do período e para o acesso à justiça. E foi no escopo de tais debates que se desenvolveram as atividades do Seminário, estruturado em mesas redondas e sessões de comunicação.

  Teve início na noite de terça-feira com uma leitura cênica de excerto da peça “Criado Mudo”, com as saudações de abertura do diretor-geral do Arquivo Nacional Jaime Antunes e com a Conferência de Cláudio Fonteles, membro da Comissão Nacional da Verdade, que apontou a importância do envolvimento da sociedade junto às ações da CNV, apropriando-se dela, demandando tarefas e contribuindo com seus trabalhos.

  As atividades seguiram com a Mesa “Arquivos da Repressão e Arquivos da Resistência: experiências internacionais”. Iniciou Bruno Groppo (Cente d”Histoire Sociale du XX Siècle/ Universidade de Paris), que brindou o Seminário com seus estudos sobre os arquivos e o acesso a documentação em diferentes transições dos regimes autoritários comunistas para regimes democráticos, demonstradas por meio dos casos da Polônia, da Alemanha Oriental e da Rússia. A continuação dos trabalhos coube a Luciana Quillet Heymann (Fundação Getúlio Vargas) que falou sobre o contexto de alargamento de uma cultura democrática que migrou do direito particular de indenização das vítimas da Ditadura para o direito geral, como dever do Estado, de conhecer a verdade. Por último, a mesa contou com a presença de Fabiola Heredia (Universidad Nacional de Córdova) que trouxe a experiência do Archivo Provincial de la Memória em Córdova como um exemplo de organização e humanização de acervos que tratem de violações a direitos humanos levados a efeito por regimes de exceção, em contraposição à burocracia estatal que tendem a uniformizá-los conforme os demais documentos produzidos pelo Estado.

  A segunda Mesa de debates, intitulada de “Arquivos da Ditadura e acesso à informação” foi composta pelo diretor do Arquivo Nacional, Jaime Antunes, e pelo diretor do Arquivo Público do Estado do RJ, Paulo Knauss. Antunes centrou sua fala em torno de informações referente aos editais públicos, de manutenção de restrição do acesso, lançados pelo Arquivo Nacional como estratégia legal de liberar o acesso à documentação referente ao período da Ditadura. Já Knauss, abrigou em sua argumentação, a defesa do acesso à documentação como uma política institucional dos arquivos e centros de documentação, uma vez que tais espaços públicos são representantivos da nossa democracia. Ainda lembrou das possibilidades que os arquivos da repressão e da resistência trazem em relação à ampliação e ao fomento do debate a respeito da preservação e da difusão e acesso a documentação em geral.

  A terceira Mesa “Arquivos dos Movimentos Sociais e ditadura” contou com a presença de Aldo Escobar, que falou da construção do Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro; de Angélica Müller (Universo) que tratou do Projeto Memória do Movimento Estudantil da UNE; de Antônio Celso Ferreira, que trabalhou com o Centro de Documentação e Memória da UNESPE; de Maria Rosângela Batistoni (UFJF) que levantou questões a respeito do projeto de Memória da Oposição Sindical do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.

  A última Mesa do evento, formada por Rogério Gesta Leal (UNISC e UNOESC), pela Georgete Medleg Rodrigues (UnB) e pela Icléia Thiesen (UFRJ), desenvolveu temas sobre a Informação, os documentos, o arquivo e a questão da verdade, ressaltando limites da documentação, do saber memorialístico e as possibilidades das fontes arquivísticas na construção do conhecimento histórico.

 Além da participação enquanto ouvintes, as servidoras apresentaram comunicações no Evento, que retrataram algumas das ações desenvolvidas pelo Projeto Resistência em Arquivo e pelo Programa de Educação Patrimonial do APERS. O primeiro deles, apresentado por Renata Vasconcellos e Vanessa de Menezes, “A Importância da elaboração de instrumentos de pesquisa para o resgate da memória: a experiência do Arquivo Público do estado do rio Grande do Sul na confecção de um catálogo seletivo da documentação da Comissão Especial de Indenização”. O segundo, apresentado por Clarissa Sommer e Nôva Brando, “Ditadura, Direitos Humanos, Arquivos e Educação a partir do patrimônio: documentar a ditadura para que(m)?”. Nas próximas duas semanas, apresentaremos mais detalhadamente as comunicações.

 Por fim, ressaltamos a relevância do evento para o trabalho realizado no APERS. O Seminário trouxe novos conhecimentos de modo geral e possibilidades específicas de trabalho com o acervo da Comissão Especial de Indenização, tanto naquilo que diz respeito a elaboração de instrumentos de pesquisa quanto na construção das novas ações de educação patrimonial.

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APERS promove Curso de Gestão Pública e Organização Arquivística

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      Na manhã de ontem, 24 de julho, teve início o Curso de Gestão Pública e Organização Arquivística promovido pelo Arquivo Público do Estado do RS, órgão gestor do Sistema de Arquivos do Estado – SIARQ/RS.

     Este curso será realizado durante as manhãs de terças e quintas-feiras até o dia 23 de agosto de 2012, totalizando 40 horas. É dividido em 10 (dez) encontros que abordam desde conceitos de gestão pública até as tecnologias aplicadas aos arquivos.

     Um dos objetivos do curso é estimular a formação de multiplicadores capazes de orientar e, principalmente, executar a gestão documental nos seus locais de trabalho, além de atender aos pedidos feitos pelos servidores de cursos na área de arquivo e protocolo. Esta necessidade foi constatada em 2011, durante o diagnóstico realizado pelos arquivistas do APERS, originando o Relatório Análise da situação dos arquivos dos órgãos da administração direta estabelecidos em Porto Alegre. Relatório que o APERS, como assessor técnico, apresentou à Comissão Permanente responsável pelo estudo de reestruturação do Centro Administrativo Fernando Ferrari (Decreto nº 48.059/2011).

     Nesta primeira edição do curso inscreveram-se 30 participantes, sendo o público-alvo, servidores dos órgãos localizados no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), que desempenham atividades na área de arquivos e protocolos ou que atuem como gestor local (conforme Decreto nº 49.111/2012, que regulamentou a Lei Federal de Acesso à Informação no âmbito da Administração Pública Estadual).

     Saiba mais: Programa de Gestão Pública e Organização Arquivística

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Participação na reunião do Fórum Nacional de Arquivos Públicos Estaduais

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     A diretora do Arquivo Público do RS, Isabel Almeida, participou da reunião do Fórum Nacional de Arquivos Públicos Estaduais, nos dias 18 e 19 de junho, realizado no Rio de Janeiro. No primeiro dia teve a explanação do Sr. Jaime Antunes, diretor do Arquivo Nacional, sobre a participação e colaboração para elaborar a Lei de Acesso às Informações Públicas, bem como sua aplicação no Arquivo Nacional.

     O diretor relatou ainda, a reunião em que participou com a Comissão Nacional da Verdade, realizada em 4 de junho, onde foi discutida a constituição do Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil, denominado “Memórias Reveladas”, da existência de uma rede nacional de cooperação e parceiros, além da disponibilização das informações arquivísticas sobre este acervo no sítio Memórias Reveladas.

     No dia 19 os diretores debateram sobre a elaboração de um programa nacional de ações, a serem desenvolvidas pelo Fórum, e propostas de modificação no seu Estatuto. Além disso, discutiram sobre a eleição da nova diretoria e a participação no II Fórum da Rede Memorial, promovido pela Rede Nacional das Instituições Comprometidas com Políticas de Digitalização dos Acervos Memórias do Brasil.

     A Rede Memorial tem como linhas de ação o “Projeto Documenta” e o “Projeto Memorial Digital”, que possuem o objetivo de implantar laboratórios de digitalização em instituições detentoras de acervos culturais e de produzir conteúdo digital para preservação e publicação online em sua plataforma. Desta forma um dos pontos positivos para o APERS, como instituição cultural e detentora da memória social do RS, é a sua inserção na Rede Memorial.