Reparos no Processo-crime que nos leva à luta da preta Serafina para se tornar livre #NovembroNegro

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Ao Laboratório de Conservação do APERS chegam documentos que registram infinitas relações travadas no estado do Rio Grande do Sul em diferentes contextos. Uma parte considerável dessas relações diz respeito ao período de três séculos da história do Brasil no qual foi possível a escravização de mulheres e homens negros. São todos documentos que possuem mais de cem anos e que guardam vestígios de trajetórias de vidas como a da preta Serafina.

Encontrado pelo historiador Rodrigo Weimer, enquanto realizava um levantamento do formato legal de processos-criminais, trabalho que resultará em um guia de leitura de documentos judiciários, o processo-crime de Serafina foi encaminhado para que a equipe do Laboratório fizesse nele alguns pequenos reparos.

Processo Serafina

Como vocês podem reparar nas imagens, o processo encontrava-se metalizado, com rasgos na capa e com marcas de presença de agentes biológicos em algumas páginas. Após avaliação, foi realizada a desmetalização e limpeza folha a folha da peça, recomposição da parte do suporte atacada por insetos e reforço nas lombadas das primeiras e das últimas páginas com papel japonês. Também foi produzida uma capa em papel Color Plus na qual foi colada a capa original do processo, cujo material era da mesma gramatura das folhas internas, intervenção realizada para que o documento como um todo ganhasse mais estabilidade. Por fim, no lugar dos metais que prendiam as partes do processo, foi feita uma costura com linha urso.

Enquanto eram realizados os procedimentos descritos acima, assim como fez Rodrigo, que no momento do contato com o documento estava mais preocupado com as facetas formais do processo com vistas a elaboração do guia, também a equipe do Laboratório não se furtou em dar uma espiadinha no conteúdo – parte dele está descrito no Livro processos-crime dos Documentos da Escravidão. Por meio dele, conhecemos uma escravizada solteira, preta, de 21 anos, cozinheira, que pertencia a Crispiniana Gonçalves da Cunha. Serafina foi acusada de matar, em março de 1881, em Arroio Grande, uma mulher branca de nome Julia, filha de sua senhora. De acordo com os autos, Serafina deu uma pancada na cabeça de Julia que, já inconsciente, teria sido afogada na sequência. Na formação da culpa, a ré argumentou que o ato praticado ocorreu porque a senhora era má com ela e com seus filhos. Já no júri, informou que fez auxiliada por seu parceiro Mathias e “a mandado de seu senhor moço Miguel” e que teria acobertado o patrão por conta de uma promessa de carta de liberdade e Mathias, por estar doente.

E nesse #NovembroNegro podemos afirmar a importância de preservar pelo maior tempo possível registros como esse, fonte de um recorte da vida de Serafina, filtrado por instituições judiciárias, é verdade, que nos informa das táticas encontradas por negras e negros na luta pela liberdade. Serafina cometeu um homicídio para ser livre, acobertou e entregou mandante e cúmplice. Foi condenada a 180 açoites e ao uso de um ferro no pescoço por três meses. Não sabemos o que veio depois, mas acreditamos que a luta por liberdade de Serafina reside em toda luta travada por negras e negros nesse país ainda racista – luta por sobrevivência, por melhores condições materiais e simbólicas de vida, por cenários que lhes permitam a felicidade; e cremos que a liberdade daquela mulher encontrou existência em cada conquista celebrada por Rosas, Marlenes, Joanas, as Serafinas de hoje.

Para acessar e saber mais sobre os Catálogos compostos por verbetes dos processos-crime do Projeto Documentos da Escravidão, clique aqui.

Estágio Curricular em História, edição 2019: pesquisa histórica e difusão de acervos III

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Nessa semana, damos sequência a nossa série de publicações que divulgam os textos dos alunos que participaram do Estágio Curricular em Hisória do APERS. E para hoje, temos o texto História Pública e Arquivo – o caso da tutela de Maria Jose da Silva, de autoria de Rodrigo Garcia Garay, aluno do curso de Bacharelado em História da UFRGS.

Rodrigo não conseguiu circunscrever sua escrita ao limite de tamanho que costumamos atribuir aos textos publicados no Blog do APERS. O graduando uniu os conhecimentos compartilhados no estágio e as discussões realizadas na disciplina de História Pública cursada durante esse semestre para problematizar informações contidas no processo de tutela por ele selecionado aqui no APERS. Adiantamos que, dessa vez, desculpamos o autor pela extensão do texto, só porque a reflexão valeu as seis páginas do arquivo que disponibilizamos na íntegra logo após a introdução do texto que segue:

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Fragmento da Capa do Processo nº. 600 da 3ª Vara de Orphaos de Porto Alegre.

A História Pública surgiu oficialmente nos anos 70, nos Estados Unidos, com o trabalho pioneiro do historiador Robert Kelley. Naquela época e contexto social, a História Pública diferia-se da História acadêmica em que os historiadores públicos buscavam empregos em instituições (públicas ou privadas) fora das universidades (MALERBA, 2018:124). Desde então, o conceito e a prática da História Pública têm se consolidado ao redor do mundo e, igualmente, nas universidades brasileiras. Inicialmente, a História Pública, no Brasil, pareceu estar mais relacionada à história das instituições, à investigação realizada nos arquivos públicos (SANTHIAGO, 2016:23). Hoje em dia, não obstante, a definição de História Pública (e consequentemente, o seu campo de prática) ganhou maior amplitude: trata-se de uma forma de apresentar o passado para diferentes audiências, as quais incluem museus, filmes, ficções históricas, jornalismo histórico, blogues, sites da WWW (LIDDINGTON, 2002:84), além dos já mencionados arquivos, custodes do patrimônio e da memória social institucionalizada. As questões precípuas da memória e gestão do patrimônio, do treinamento especializado e da ética na prática histórica, bem como o problema do espaço de emprego do historiador (a dicotomia academia-espaços/instituições públicas), parecem, contudo, permear esta “nova maneira” de fazermos história. Neste texto, discutiremos brevemente a importância do historiador público no espaço de memória institucional por excelência: o arquivo público.

Consideramos, a partir dos elementos fundamentais mencionados acima, que o historiador cuja atividade profissional se dá no espaço do arquivo é um historiador público tanto por trabalhar em uma instituição governamental (donde o adjetivo público), quanto por prover um serviço de acesso à informação aberto ao grande público, isto é, o povo (seja este composto de especialistas ou amadores). Consideramos, finalmente, que a “grande” História é uma forma narrativa escrita, apoiada na memória e em evidências; é por intermédio desta narrativa que nos apropriamos, organizamos e fazemos sentido dos fatos do passado. Para responder a questão da História Pública e arquivo, norteadora do presente texto, começaremos então, por contar uma pequena história da antiga Porto Alegre. Para acessá-la, bem como o texto na íntegra, clique aqui.

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Estágio Curricular em História, edição 2019: pesquisa histórica e difusão de acervos II

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Hoje continuamos com a divulgação dos textos de difusão de acervos produzidos pelos estudantes do curso de História que realizaram, no mês de maio, o estágio curricular no APERS. Nesse post, vamos compartilhar o texto da Maria Clara Maduro Hagen. Segue abaixo:

Maria Clara_foto

Processos Judiciais de Tutela

Sendo uma das últimas nações no mundo a abolir a escravidão, o Brasil contou com um longo processo de luta e negociação pela liberdade dos escravizados. Nas décadas anteriores à Lei Áurea, outras duas foram redigidas com fins de uma libertação limitada, conhecidas como a Lei do Ventre Livre e a Lei dos Sexagenários.

A primeira, decretada em 1872, estipulou a emancipação condicional dos filhos de mães escravizadas, os ingênuos. O projeto de lei contou inicialmente com diversos opositores, que acreditavam que isto violava o “direito de propriedade” dos senhores. [1] Assim, a lei foi modificada para que se desse uma indenização a estes, que poderiam escolher entregar as crianças libertas ao Estado com oito anos de idade, recebendo pagamento em dinheiro, ou mantê-las sob sua tutela como trabalhadoras até a maioridade da época (vinte e um anos). A segunda lei mencionada igualmente suscitou o descontentamento das classes proprietárias, que desejavam ser recompensadas por libertar escravizados com mais de sessenta anos.

Esta lei, e a instituição da tutela para estes filhos de mulheres escravizadas, gerou uma grande quantidade de processos legais, com uma parte do acervo disponível no APERS sendo organizados no catálogo seletivo “Escravidão, Liberdade e Tutela”. A partir desta coletânea, é possível ter acesso a múltiplos documentos da comarca de Porto Alegre de 1871 a 1898 relativos ao assunto. Estes processos permitem uma visão rica e individual sobre o que ocorria com estas crianças tanto antes quanto depois da abolição.

Atualmente, a historiografia busca dar mais atenção à utilização dos meios legais pelos escravizados na busca de seus direitos, demonstrando as múltiplas formas de resistência e autonomia exercida por estes indivíduos. [2] O acervo do APERS nos dá exemplos de como escravizados e libertos buscavam manter a integridade de suas famílias, em vista às leis que frequentemente separavam mães e pais de seus filhos.

Um exemplo é o processo de nº 2703, da I Vara da Família e Sucessão da Comarca de Porto Alegre, aberto em 1882. Nele, um homem chamado Manoel Ferreira Porto de Carvalho pede a tutela de Fernando, filho de mãe liberta, que teria sido criado por ele desde os seis anos de idade, e aos doze, fugido para a companhia de sua mãe Bárbara. No ano seguinte, Manoel pediria a anulação desta tutoria, trazendo reclamações da suposta malcriação de Fernando, pedido que é negado. Apesar de não se saber a conclusão deste processo, pode-se ver que há tentativas concretas de Fernando de se reunir com sua mãe, assim como uma imediata reprovação e tentativa de impedi-lo.

Já no processo nº 2723, da mesma vara, aberto em agosto de 1884, é a mãe que busca os dispositivos legais para tentar obter uma melhor vida para seu filho. Nele, o relojoeiro José Pedro Goeres solicita a tutoria de um menino chamado Joaquim, filho de Narcisa, a quem ele alega prover com uma boa educação na sua profissão. Sua mãe, porém, no mês seguinte pede a nomeação de um novo tutor para seu filho, alegando, essencialmente, que José Pedro não tinha intenções de realmente criá-lo de forma adequada, mas sim de obter um funcionário “de graça”. Este se defendeu, afirmando que a mãe queria levá-lo ao desprezo público. No final, ela acabou por conseguir a nova nomeação, e ela e seu filho aparecem novamente nas documentações no processo 2745, de 1886, junto com os outros filhos de Narcisa: João, Luciana e Manoela. Neste processo, Pedro Luiz Barth é nomeado tutor dos quatro irmãos, afirmando que já cuidava de João há bastante tempo.

Como exemplo final pode ser dado o processo de nº 3000, da mesma vara, aberto em 1897, onde Antonio Ferreira Tinoco pede a exoneração do cargo de tutor de Eugenia, uma menina de dez anos, que teria sido levada por sua mãe, Maria Thereza, uma mulher de “má conduta”. Este aspecto é enfatizado na documentação – os dois processos relativos aos filhos de Narcisa mencionam sua passagem pela cadeia civil.

Estas são apenas algumas poucas demonstrações de que, apesar de agradável à parte da sociedade, a instituição da tutoria representou uma violência para as famílias sujeitas a esta, e que, mesmo sem contar com as suas vozes, podemos evidenciar pelos processos salvaguardados pelo APERS que as mães das crianças em situação de tutela tentavam, por todos os meios disponíveis, legais ou ilegais, garantir os direitos de seus filhos e filhas.

Referências:

[1] MENDONÇA, Joseli. Cenas da abolição. Escravos e senhores no Parlamento e na Justiça. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2001.

[2] XAVIER, Regina Celia Lima. A Conquista da liberdade. Libertos em Campinas na segunda metade do século XIX. Campinas: Ed. CMU/UNICAMP, 1996.

Estágio Curricular em História, edição 2019: pesquisa histórica e difusão de acervos

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Conforme divulgamos no post sobre o Estágio Curricular da semana passada, a partir dessa quarta-feira, durante três semanas seguidas, vamos divulgar os textos escritos pelos alunos que participaram do Estágio Curricular em História do APERS. As escritas, que foram construídas a partir de processos judiciais de tutela da Comarca de Porto Alegre, datados do final do século XIX, carregam consigo não somente um exercício do fazer dos historiados e da divulgação de um acervo específico, mas também um dos resultados pretendidos com a gestão documental: o acesso aos documentos produzidos pelo poder público.

Para hoje, temos o texto, Liberdade &Tutela, escrito por Érico Teixeira de Loyola, alunos dos semestres finais do curso de Bacharelado em História da UFRGS.

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O processo de tutela de Maria, cuja liberdade fora adquirida por Ernestina.

Liberdade & Tutela

No APERS – Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul, no contexto do Fundo do Poder Judiciário, Comarca de Porto Alegre, podemos encontrar nada mais, nada menos, do que 1.476,95 metros lineares de documentos textuais, manuscritos e datilografados. Isto é, quase 1,5km de vidas que, enfileiradas, de alguma forma passaram, pelos mais diversos motivos, pelo escrutínio de juízes, serventuários, advogados etc.

Essa considerável extensão de documentos, mensurável em quilômetros, entretanto, é pequena se comparada com sua profundidade. Afinal de contas, estamos falando de vidas, e tudo o que, consequentemente, envolve o existir. O escrivão expõe os fatos, o juiz julga, o advogado defende, mas só quem figura em processo judicial, seja como autor ou réu, é que efetivamente pode ter a real noção do que isso significa. Às vezes, o que está em jogo é uma questão de amor; em outras, defende-se a honra, ou a memória de alguém; e, por vezes, de maneira muito especial, debate-se a própria liberdade.

É nesse contexto que o APERS, disponibiliza, desde o ano de 2017, o Catálogo Seletivo Escravidão, Liberdade e Tutela. Esse trabalho enumera e detalha os Processos de Tutela que passaram pelas 1ª, 2ª e 3ª Varas de Família e Sucessão de Porto Alegre, entre os anos de 1871 e 1898.

Os processos de tutela, nesse período, eram demandas destinadas a assegurar a crianças desvalidas, pelas mais diversas razões, um lar substituto, sob a tutela de alguém. Ainda, no contexto da escravidão, e principalmente após a edição da Lei do Ventre Livre (1871), “a tutela dos filhos das escravas foi uma das estratégias empregadas por muitos adultos para continuarem a usufruir dos serviços dos menores de idade” (CARDOZO, 2012, p. 93). Aliás, essa situação teria se verificado, inclusive, depois de 1888, quando promulgada a Lei Áurea, tendo muitos senhores de escravos buscado “manter sob sua guarda e tutela os filhos ingênuos de suas escravas recém-libertas” (PAPALI, 2002, p. 11).

É nesse ambiente delicado que encontramos, por exemplo, o Processo nº 2717, da 1ª Vara, indicado no Catálogo Seletivo. Ajuizado no ano de 1883 pela preta Ernestina, que, depois de muito trabalhar, amealhou a considerável quantia de 500$000 para obter a liberdade de sua afilhada Maria, de quem cuidava desde os seis anos de idade (de acordo com Marcondes e Motta, 2001, para se ter uma ideia, o preço médio de uma escrava parteira, em 1874, na Cidade de Lorena/SP, era de 700$000). No entanto, não podendo prover educação adequada, decidiu ingressar com este processo a fim de que fosse indicado um tutor para Maria, o que de fato ocorreu em 15/11/1893, quando da designação de Francisco Antônio Vieira Caldas para o cargo. No entanto, ainda em 19/11/1893 – isto é, apenas quatro dias depois de juramentado – o próprio tutor peticionou nos autos, informado que Maria teria sido levada pelo Tenente Carlos Augusto Pinto Pacca e por sua família, sem prévia autorização, para a cidade fronteiriça de Jaguarão, não se tendo mais, a partir desse ponto, notícias de seu paradeiro.

Que fim teria levado Maria? Teria ela decidido acompanhar a família do Tenente Pacca, ou será que, enredada em outras questões, teria sido levada contra sua vontade para Jaguarão, longe de seu tutor? E será que ela teria conseguido uma boa educação, como desejava sua madrinha, e melhores condições de vida? E Ernestina, que teria pensado de tudo isso, depois de ter lutado tanto para que, de algum modo, sua afilhada tivesse uma vida, aparentemente, em liberdade?

Estas são só algumas das diversas questões que um pesquisador poderia se perguntar ao examinar o processo de Maria, que diz muito sobre a luta da população negra por sua liberdade e sobre as vicissitudes que encontrava nesse caminho. A partir de um só documento, todo um quebra-cabeça se descortina, no qual as peças, se juntadas, poderão eventualmente auxiliar na melhor compreensão de um período decisivo na História do Brasil e do Estado do Rio Grande do Sul.

Referências Bibliográficas:

CARDOZO, José Carlos da Silva. A tutela dos filhos de escrava em Porto Alegre. Revista Latino-Americana de História. vol 1, n.3, março de 2012 (Edição Especial – Lugares da História do Trabalho). Disponível em: http://projeto.unisinos.br/rla/index.php/rla/article/viewFile/71/49. Último acesso: 02 jun 2019.

PAPALI, Maria Aparecida C. R. A legislação de 1871, o Judiciário e a tutela de ingênuos na cidade de Taubaté. Revista Justiça e História. vol 2, n.3, 2002. Disponível em: https://www.tjrs.jus.br/export/poder_judiciario/historia/memorial_do_poder_judiciario/memorial_judiciario_gaucho/revista_justica_e_historia/issn_1676-5834/v2n 3/doc/09-Papali.pdf. Último acesso: 02 jun 2019.

MARCONDES, Renato Leite e MOTTA, José Flávio. Duas fontes documentais para o estudo dos preços dos escravos no Vale do Paraíba Paulista. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 21, nº 42, p. 495-514.

 

Post atualizado em: 18/06/2019

Estágio Curricular em História – Edição 2019

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Entre os dias 06 e 24 de maio, com atividade à distância até o dia 31 do mesmo mês, aconteceu no Arquivo Público a edição de 2019 do Estágio Curricular em História APERS. Três alunos do Curso de Bacharelado em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul foram atendidos de acordo com um programa no qual foram planejadas 40 horas de atividades, em que os estudantes puderam vivenciar o trabalho de historiadores dentro de uma instituição arquivística.

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No primeiro dia ocorreu a apresentação da Instituição por meio de uma conversa e de uma visita orientada. Nos próximos encontros de Gestão Documental e Documentação de Guarda Permanente, ocorreram discussões de textos e atividades referentes a contribuição de historiadores no processo de elaboração e atualização de instrumentos de classificação e avaliação. Além de abordagens conceituais, apresentação do Plano de Classificação de Documentos e da Tabela de Temporalidade de Documentos dos Sistema de Arquivos do Estado do RS, os estagiários forjaram algumas etapas da elaboração de PCD e TTD a partir de documentos particulares e construíram um quadro de arranjo adequado às características dos registros por eles trazidos.

Dois encontros foram reservados para discutirem Ações Educativas em Arquivos. Depois de conhecer as principais ações desenvolvidas pelo APERS, os estudantes interagiram com jogos pedagógicos desenvolvidos pelo Núcleo de Ação Educativa do APERS e construíram propostas pedagógicas a partir da leitura de alguns processos de indenização de ex-presos políticos e dos documentos que compõe a caixa AfricaNoArquivo.

E um encontro foi reservado para que conhecessem o funcionamento da Sala de Pesquisa e as necessidades, a partir de leituras e demandas fictícias, que devem responder aqueles que trabalham com o Atendimento ao Pesquisador.

Por fim, trabalharam com questões relacionadas à Difusão de Acervos e Pesquisa Histórica. Realizaram leituras e discussões sobre as diferentes formas de divulgação de conjuntos documentais (artigos acadêmicos, instrumentos de pesquisa, conteúdo para sites e blogs, apresentações em eventos). A partir do Catálogo Seletivo Escravidão Liberdade e Tutela, instrumento de descrição arquívistica que auxilia na difusão de acervos, produziram conteúdo com o objetivo de divulgar os Processos de Tutela da Vara de Família e Sucessão da Comarca de Porto Alegre, nos quais estavam presentes as figuras do negro, do pardo, do escravo, do ex-escravo, do liberto. Esses textos foram a proposta de produto final do estágio, já foram entregues e serão divulgados aqui no blog a partir da próxima quarta-feira, em três semanas seguidas.

No dia 12 de junho, no texto escrito pelo estagiário Érico de Loyola, conheceremos um pouco sobre o processo ajuizado pela preta Ernestina que envolvia a sua afilhada Maria. No dia 19 de junho, a estagiária Maria Clara nos apresentará a algumas das relações possíveis registradas em juízo pela liberta Bárbara, mãe do menor Fernando; pelos fatos que envolveram a tutela de Joaquim e Eugênia, filhos, respectivamente, de Narcisa e Maria Thereza. E, por fim, no dia 26 de junho, o texto de do estagiário Rodrigo Garay, que se utilizou dos processos de tutela para tratar da importância do historiador público no espaço de memória institucional. Os textos estão ótimos, já adiantamos!

Esperamos que a oferta do Estágio Curricular em História tenha cumprido seu papel quanto ao auxílio na formação de futuros profissionais da área de patrimônio, desde o compartilhamento com os estudantes do Curso de Bacharelado em História das responsabilidades pertinentes ao APERS e aos historiadores que na instituição atuam.

Até a próxima edição, em 2020.

Estágio Curricular em História APERS

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    O Estágio Curricular em História é um dos serviços educativos oferecidos pelo Arquivo Público do Rio Grande do Sul. Caracteriza-se por uma série de atividades destinadas ao cumprimento de estágio curricular obrigatório ou para horas complementares exigidas para integralização dos Cursos de Bacharelado e de Licenciatura em História. Tem como objetivo oportunizar, aos graduandos, vivências relacionadas aos fazeres dos historiadores na área de patrimônio documental em instituições arquivísticas.

    Para esta edição, serão oferecidas quatro vagas, destinadas aos alunos do Curso de Bacharelado em História, preferencialmente. Para saber mais detalhes, acesse aqui o Regulamento do Estágio Curricular em História APERS.

    As inscrições serão realizadas pelo e-mail projetos-apers@planejamento.rs.gov.br, a partir de 11 de março até 17 de março. Os interessados devem encaminhar nome completo, telefone para contato e anexar à mensagem o comprovante de matrícula no qual conste a disciplina de bacharelado ou carta de apresentação da instituição, para os alunos de licenciatura, conforme instruções contidas no regulamento. Outras informações podem ser solicitadas pelo e-mail indicado ou pelo telefone 51 3288 9115.

Nova edição de Estágio Curricular em História APERS

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            O Estágio Curricular em História é um dos serviços educativos oferecidos pelo Arquivo Público do Rio Grande do Sul. Caracteriza-se por uma série de atividades destinadas ao cumprimento de estágio curricular obrigatório ou para horas complementares exigidas para integralização dos Cursos de Licenciatura e de Bacharelado em História. Tem como objetivo oportunizar, aos graduandos, vivências relacionadas aos fazeres dos historiadores na área de patrimônio documental em instituições arquivísticas.

            

            Para esta edição, serão oferecidas quatro vagas, destinadas aos alunos do Curso de Bacharelado em História. Para saber mais detalhes, acesse aqui o Programa do Estágio Curricular em História APERS.

            As inscrições serão realizadas pelo e-mail projetos-apers@smarh.rs.gov.br, entre os dias 12 e 16 de março. Os interessados devem encaminhar nome completo, telefone para contato e anexar à mensagem o comprovante de matrícula no qual conste a disciplina de estágio no bacharelado ou carta de apresentação da instituição com a informação acima citada.

            Outras informações podem ser solicitadas pelo e-mail indicado ou pelo telefone 51 3288 9115.

Estágio Curricular em História

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O Estágio Curricular em História é um dos serviços educativos oferecidos pelo Arquivo Público do Rio Grande do Sul. Caracteriza-se por uma série de atividades destinadas ao cumprimento de estágio curricular obrigatório ou para horas complementares exigidas para integralização dos Cursos de Licenciatura e de Bacharelado em História. Tem como objetivo, oportunizar, aos graduandos, vivências relacionadas aos fazeres dos historiadores na área de patrimônio documental em instituições arquivísticas.

Para esta edição, serão oferecidas seis vagas, destinadas aos alunos de Graduação em História, independente da ênfase do curso. Para saber mais detalhes, acesse aqui o Programa do Estágio Curricular em História APERS.

As inscrições serão realizadas pelo e-mail projetos-apers@smarh.rs.gov.br. Os interessados devem encaminhar nome completo, telefone para contato e anexar à mensagem o comprovante de matrícula do semestre em andamento.

Outras informações podem ser solicitadas pelo e-mail indicado acima ou pelo telefone 51 3288 9115.

Estágio Curricular em História APERS – Iª Edição|2017

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    Entre os dias 8 e 31 de maio, aconteceu no Arquivo Público a primeira edição do ano de 2017 do Estágio Curricular em História APERS. Foram atendidos três alunos dos cursos de bacharelado e licenciatura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Com carga horária de 40 horas, distribuídas em 9 encontros, os estudantes puderam vivenciar diferentes atividades pelas quais historiadores são responsáveis ou contribuem em uma instituição arquivística.

    No primeiro dia, foram recebidos pelas três historiadoras responsáveis pelo Estágio Curricular (Caroline Baseggio, Luciane Mondin e Nôva Brando), que apresentaram a Instituição e os trabalhos desenvolvidos no APERS, sobretudo as atividades nas quais participam historiadores. No segundo e no terceiro encontro, Gestão Documental e Documentação de Guarda Permanente, ocorreram discussões de textos e atividades referentes a contribuição de historiadores no processo de elaboração e atualização de instrumentos de classificação e avaliação. Além de abordagens conceituais, apresentação do Plano de Classificação de Documentos e da Tabela de Temporalidade de Documentos do Sistema de Arquivos do Estado do Rio Grande do Sul, os estagiários puderam forjar algumas etapas da elaboração de PCD e TTD, avaliar e classificar, a partir de documentos particulares, e ainda construir um Quadro de Arranjo próprio que respondesse às características específicas dos registros trazidos por eles.

    No quarto e no quinto encontro, foram trabalhadas questões relacionadas à Difusão de acervos e pesquisa histórica. Leituras e discussões sobre o tema foram realizadas e os estagiários, como produto final dos dois encontros, tiveram de escrever um texto de divulgação do Acervo da Vara de Família e Sucessão do Poder Judiciário, a partir de alguns processos pré-selecionados. No sexto dia, a assunto foi Atendimento ao Pesquisador. Eles puderam conhecer a dinâmica de trabalho na Sala de Pesquisa e as tarefas executadas para atendimento satisfatório ao pesquisador. Tiveram de responder a e-mails e a pesquisadores fictícios, a partir de questionamentos comuns que chegam aos balcões do APERS.

    Nos três dias finais, trabalharam com assuntos e atividades relacionadas às Ações Educativas. Foram apresentadas as principais ações desenvolvidas pelo APERS (Programa de Educação Patrimonial, AfricaNoArquivo, APERS? Presente, professor!) e atividades desenvolvidas por outras instituições nacionais e internacionais. Vivenciaram uma das atividades do Projeto APERS? Presente, professor! sobre a Ditadura Civil-militar e elaboram uma proposta de atividade a partir dos Processos da Comissão Especial de Indenização.

   Como última atividade, fizeram um relatório que exigiu a problematização de cada uma das etapas propostas, momento importante para os estagiários, pois a escrita lhes permitiu a articulação das abordagens de cada encontro; e oportunidade ímpar para a equipe responsável pelo Estágio, para avaliar os erros e os acertos observados nessa edição do Estágio.

   Com a oferta de mais essa atividade, temos a clareza de que o APERS, além de responsabilizar-se pela guarda de documentos permanentes, pela elaboração de políticas arquivísticas estaduais, pela difusão de seus acervos, pelo acesso à documentação, pela vivência, junto ao público escolar, de ações educativas, também auxilia na formação de futuros profissionais da área do patrimônio, nesse caso, historiadores.

    Até a próxima edição, no segundo semestre!

Estágio Curricular em História APERS

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O Estágio Curricular em História é um dos serviços educativos oferecido pelo Arquivo Público do Rio Grande do Sul. Caracteriza-se por uma série de atividades destinadas ao cumprimento de estágio curricular obrigatório ou para horas complementares exigidas para integralização dos Cursos de Licenciatura e Bacharelado em História. Tem como objetivo oportunizar, aos graduandos, vivências relacionadas aos fazeres dos historiadores na área de patrimônio documental em instituições arquivísticas.

Para essa edição, são oferecidas quatro vagas, destinadas, prioritariamente, aos alunos dos Cursos de Graduação em História que comprovarem a necessidade de horas de atividades em instituições de memória para conclusão de disciplina de estágio curricular obrigatório. Para saber mais detalhes, acesse aqui o Programa do Estágio Curricular em História APERS.

As inscrições serão realizadas pelo e-mail projetos-apers@smarh.rs.gov.br. Os interessados devem encaminhar nome completo, telefone para contato e anexar à mensagem, a Carta de Apresentação da instituição na qual estuda (neste documento deve constar a informação de obrigatoriedade de cumprimento de carga horária em instituição de memória para conclusão de disciplina de estágio curricular).

Outras informações podem ser solicitadas pelo e-mail indicado acima ou pelo telefone 51 3288 9115.

Relatórios APERS 2016 – DIPAD: Ações educativas e culturais

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O Arquivo Público do Rio Grande do Sul possui uma série de atividades na área de Ação Educativa, sobretudo as vinculadas ao Programa de Educação Patrimonial, consolidadas e reconhecidas pelas mais diversas instituições ligadas à educação. De modo geral, as atividades são desenvolvidas dentro da própria instituição.

APERS? Presente, professor!Na intenção de darmos continuidade e estendermos essa aproximação, elaboramos em 2014 o projeto APERS? Presente, Professor? Propostas Pedagógicas a partir de Fontes Arquivísticas que pretendeu levar um pouco do Arquivo Público até a escola, a partir da construção de propostas pedagógicas que tiveram como ponto de partida os documentos custodiados pela instituição. O objetivo caracterizou-se pela disponibilização virtual de atividades que pudessem ser desenvolvidas pelos professores nas salas de aula da educação básica. Em 2016 se deu a publicação e disponibilização da Coletânea da IIª Edição do Projeto APERS? Presente, professor!. As propostas que compõe esta coletânea foram disponibilizadas, no formato PDF, no Blog Institucional do APERS ao longo de 2015 e foram construídas com fontes arquivísticas, a partir do eixo temático História e Direitos Humanos.

Outra atividade que demandou tempo das equipes da Divisão de Preservação, Acesso e Difusão foi a elaboração do projeto Estágio Curricular para o Curso de História. O estágio foi desenvolvido entre os dias 29 de setembro e 26 de outubro, e foi oferecido para alunos dos cursos de graduação em História, tanto bacharelado quanto licenciatura.

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Com uma carga horária de 50 horas, distribuídas em 12 encontros, os estagiários puderam discutir e vivenciar, saberes e fazeres de um historiador dentro de uma instituição arquivística. No primeiro encontro, foram apresentados ao APERS por meio de uma Visita Guiada e de conversa sobre as atividades, em geral, desenvolvidas pelo arquivo. Nos segundo e terceiro encontros, foram abordados assuntos relacionados à Classificação, Avaliação e Descrição Documental. Além de leituras, foram propostas duas atividades com documentos do Poder Executivo, para as quais o contato com o Plano de Classificação e a Tabela de Temporalidade (IN02/2014 SIARQ/RS) e as normas de descrição da NOBRADE se faziam necessárias para realização dos exercícios. No quarto encontro, foram trabalhados aspectos da indexação de documentos, umas das etapas da descrição documental, na qual foram utilizados documentos do Poder Judiciário. Nesse encontro, de forma prática, os alunos puderam conhecer o banco de dados do Arquivo AAP (Administração de Acervos Públicos) e realizar atividades práticas de alimentação do site.

Nos quinto e sexto encontros, os estagiários entraram em contato com as áreas de Preservação e de Conservação. Realizaram leitura e debates sobre o tema e observaram as condições do arquivo e dos acervos a partir desse prisma. Também puderam realizar algumas atividades práticas de conservação como higienização, desmetalização, feitura de capas e costuras. Os próximos dois encontros, o sétimo e oitavo, foram destinados ao Atendimento ao Pesquisador. Além de leituras sobre o papel do historiador que atua em arquivos no suporte à pesquisa, conheceram os diferentes instrumentos de pesquisa disponíveis para acesso aos documentos dos poderes legislativo, judiciário e executivo. Depois disso, realizaram atividades de pedidos e de busca de documentação.

Para os últimos quatro encontros, ficaram reservadas as temáticas da Difusão e das Ações Educativas. Para a primeira, além da proposta de leitura e discussão de texto sobre o assunto e apresentação das atividades de difusão desenvolvidas pelo APERS, os alunos, tiveram que escrever um texto, divulgando um conjunto documental, Acervo da Vara de Família e Sucessão, custodiado pelo Arquivo. Por fim, foram apresentados às ações educativas desenvolvidas pelo APERS e conheceram um pouco mais sobre os serviços pedagógicos de outros arquivos, nacionais e internacionais. E como exercício, construíram uma atividade pedagógica a partir de documentos da Comissão Especial de Indenização.

Dessa forma, os estagiários puderam conhecer, problematizar e realizar algumas tarefas que compõem cada uma dessas atividades desenvolvidas pelos servidores dos APERS. Acreditamos que a proposta inicial, de oportunizar o contato de estudantes dos Cursos de História com os trabalhos desenvolvidos em instituições arquivísticas foi cumprido e que, para eles, além das instituições de educação básica e de ensino superior, os arquivos se transformaram em campo de atuação profissional. Segue a descrição das atividades:

  • Planejamento;
  • Elaboração e submissão do Programa do Estágio à direção do APERS;
  • Elaboração de material de divulgação;
  • Reunião com a Equipe do Estágio Curricular;
  • Alteração do Programa original (alteração de datas);
  • Recebimentos de indicação, organização e inclusão de Bibliografia no Programa do Estágio Curricular;
  • Contatos Universidades (UFRGS, PUC, Unisinos e FAPA) – prospecção de demanda pelo estágio Curricular;
  • Finalização do material de divulgação após alterações de datas;
  • Divulgação do Estágio Curricular (Blog);
  • Divulgação Estágio Curricular Universidades;
  • Início das Inscrições pelo e-mail apers@;
  • Contato Maria Lúcia Ricardo Souto para autorização de utilização de texto sobre conservação e reparos;
  • Reserva do Auditório e da Sala de Reuniões para atividades do Estágio;
  • Agenda Expresso – convite|registro atividades dos integrantes da equipe;
  • Lista de Informações sobre o Estágio para disponibilizar na Recepção do APERS;
  • Elaboração de Apresentação/slides para o primeiro encontro;
  • Elaboração de Ficha de Avaliação;
  • Acompanhamento do e-mail APERS;
  • Planejamento e execução das atividades realizadas no encontro de Apresentação da Instituição (Nôva e Caroline);
  • Planejamento e execução das atividades realizadas nos encontros de Classificação, Avaliação e Descrição (Viviane);
  • Planejamento e execução das atividades realizadas nos encontros de Indexação (Roberta);
  • Planejamento e execução das atividades realizadas nos encontros (dois) de Conservação e Preservação (Nôva);
  • Planejamento e execução das atividades realizadas nos encontros (dois) de Atendimento ao Pesquisador (Caroline)
  • Planejamento, elaboração de materiais e execução das atividades realizadas nos encontros (dois) de Pesquisa Histórica e Difusão de Acervos (Nôva);
  • Planejamento, elaboração de materiais e execução das atividades realizadas nos encontros (dois) de Ação Educativa (Nôva e Caroline);
  • Elaboração e entrega, por e-mail, de certificado de conclusão do Estágio;
  • Organização Pasta Servidor e materiais físicos;
  • Elaboração de Notícia para o Blog sobre a Iª Edição do Estágio.

Trabalharam na organização do Estágio: Caroline Acco Baseggio, Nôva Marques Brando, Roberta Capelão Valença Scholz, e Viviane Portella de Portella. Nôva Marques Brando foi responsável também pelo projeto APERS? Presente, professor!

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Estágio Curricular em História APERS – Iª Edição| 2016

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            Entre os dias 29 de setembro e 26 de outubro, aconteceu no Arquivo Público a primeira edição do Estágio Curricular em História APERS, oferecido para alunos dos cursos de graduação em História, tanto bacharelado quanto licenciatura.

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            Com uma carga horária de 50 horas, distribuídas em 12 encontros, os estagiários puderam discutir e vivenciar, saberes e fazeres de um historiador dentro de uma instituição arquivística. No primeiro encontro, foram apresentados ao APERS por meio de uma Visita Guiada e de conversa sobre as atividades, em geral, desenvolvidas pelo arquivo. Nos segundo e terceiro encontros, foram abordados assuntos relacionados à Classificação, Avaliação e Descrição Documental. Além de leituras, foram propostas duas atividades, com documentos do Poder Executivo, para as quais o contato com o Plano de Classificação e a Tabela de Temporalidade (IN02/2014 SIARQ/RS) e as normas de descrição da NOBRADE se faziam necessárias para realização dos exercícios. No quarto encontro, foram trabalhados aspectos da indexação de documentos, umas das etapas da descrição documental, na qual foram utilizados documentos do Poder Judiciário. Nesse encontro, de forma prática, os alunos puderam conhecer o banco de dados do Arquivo AAP (Administração de Acervos Públicos) e realizar atividades práticas de alimentação do site.

            Nos quinto e sexto encontros, os estagiários entraram em contato com as áreas de Preservação e de Conservação. Realizaram leitura e debates sobre o tema e observaram as condições do arquivo e dos acervos a partir desse prisma. Também puderam realizar algumas atividades práticas de conservação como higienização, desmetalização, feitura de capas e costuras. Os próximos dois encontros, o sétimo e oitavo, foram destinados ao Atendimento ao Pesquisador. Além de leituras sobre o papel do historiador que atua em arquivos no suporte à pesquisa, conheceram os diferentes instrumentos de pesquisa disponíveis para acesso aos documentos dos poderes legislativo, judiciário e executivo. Depois disso, realizaram atividades de pedidos e de busca de documentação.

            Para os últimos quatro encontros, ficaram reservadas as temáticas da Difusão e das Ações Educativas. Para a primeira, além da proposta de leitura e discussão de texto sobre o assunto e apresentação das atividades de difusão desenvolvidas pelo APERS, os alunos, tiveram que escrever um texto, divulgando um conjunto documental, Acervo da Vara de Família e Sucessão, custodiado pelo Arquivo. Por fim, foram apresentados a ações educativas desenvolvidas pelo APERS e conheceram um pouco mais sobre os serviços pedagógicos de outros arquivos, nacionais e internacionais. E como exercício, construíram uma atividade pedagógica a partir de documentos da Comissão Especial de Indenização.

            Dessa forma, os estagiários puderam conhecer, problematizar e realizar algumas tarefas que compõem cada uma dessas atividades desenvolvidas pelos servidores dos APERS. Acreditamos que a proposta inicial, de oportunizar o contato de estudantes dos Cursos de História com os trabalhos desenvolvidos em instituições arquivísticas foi cumprido e que, para eles, além das instituições de educação básica e de ensino superior, os arquivos se transformaram em campo de atuação profissional.

Estágio Curricular em História

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            A Capacitação de Oficineiros, ação do Programa de Educação Patrimonial UFRGS|APERS, desde 2009, é um reconhecido campo de estágio na área de educação patrimonial para os acadêmicos dos cursos de Licenciatura em História. Com o objetivo de habilitar futuros profissionais para práticas de ações educativas a partir de patrimônios documentais, tal iniciativa já contribuiu para a formação de dezenas de estudantes.

            O APERS, no entanto, não quis parar por aí. E para contemplar uma série de outras atividades sobre as quais se debruçam historiadores em arquivos e também para responder uma demanda já antiga, a instituição oferecerá, a partir do segundo semestre desse ano, Estágio Curricular em História, caracterizado por uma série de atividades destinadas ao cumprimento de estágio curricular obrigatório ou para horas complementares exigidas para integralização dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em História.

Estágio Curricular em História

            Nele, os alunos serão convidados a vivenciar diferentes atividades nas quais historiadores estão envolvidos em um arquivo, problematizar as possibilidades de atuação dos historiadores em espaços e instituições de memória e qualificar-se para o desenvolvimento de atividades vinculadas ao patrimônio documental.

            Clique aqui para ver, em detalhes, o Programa do Estágio Curricular em História do APERS e corra para realizar sua inscrição, pois as vagas são limitadíssimas e serão priorizados para aqueles que necessitem de carga horária para cumprimento de estágio curricular obrigatório.

            Para realizar sua inscrição, escreva para o e-mail apers@smarh.rs.gov.br, encaminhando nome completo do interessado, da Universidade na qual estuda e da disciplina que exige horas de estágio em instituições de memória. Informe também um telefone para contato.

            Ficamos à disposição para quaisquer esclarecimentos também por esse e-mail e pelo telefone 3288 9112.

Atualizado em 22.08.2016